Sexta-feira, 30 de Setembro de 2011

O QUE ESTÁ EM CAUSA ! 

 

    As próximas manifestações convocadas pela CGTP, nomeadamente a 1 de Outubro, estão a ter uma adesão assinalável de várias entidades associativas do mundo do trabalho! Todavia, é impressionante constatar a passividade e a indiferença que grassa em muitos locais de trabalho! São muitos os trabalhadores que olham para o evento como mais uma manif, «os de sempre», algo rotineiro que não tem nada a ver comigo!
É espantoso porque isto significa que uma grande parcela dos trabalhadores portugueses não se apercebe do que está a ser debatido neste momento na concertação social e quais as consequencias das decisões que vão ser tomadas com a nova revisão da legislação do trabalho!

    O que está em jogo é uma questão de fundo que diz respeito a toda a sociedade e em particular aos assalariados, quadros ou simples trabalhadores não qualificados! Quando acordarmos, daqui a um ou dois anos, o mundo do trabalho será ainda pior para todos, inclusive para os funcionários públicos!
    Alguns, os mais precários, dirão que para pior não poderão ir mais! Pura ilusão! A ladeira, mesmo para eles ainda não chegou ao fim! Os mais seguros e os que se acham muito competentes e que valem por si, não sabem bem o que os espera ao longo da sua carreira, em particular se não existir uma contratação colectiva dinamica!
    Claro que na base desta indiferença e passividade de muitos também estão as fragilidades e erros sindicais! Ainda ontem li um papel volante de uma estrutura sindical apelando á manifestão que, para além de uma linguagem estafada e gasta, batia sempre naquilo que é um erro enorme: meter sempre o PSD/CDS e PS no mesmo saco!

    Afinal querem alargar a base social para uma grande manif ou querem sectarizar com a desculpa de que uns são os pecadores e os outros são os santos? É um erro táctico de carácter político com origem partidária e que neste momento cria de imediato urticária a muitos trabalhadores!
    Quem elabora documentos destes deveria ser demitido do movimento sindical! É um sectário e não vê mais nada para além da sua seita!
O momento actual exige um outro discurso e dinâmica sindical! A maior fragilidade do movimento sindical está nos locais de trabalho! os trabalhadores vão mudando e os sindicatos devem perceber isso!

    No dia 1 de Outubro (sábado às 15:00) lá estarei !  (e no dia 15 também) !

 



Publicado por Xa2 às 07:08 | link do post | comentar

4 comentários:
De CUIDADO com o anti-SINDICALismo !. a 30 de Setembro de 2011 às 13:40

. Cuidado com o anti-Sindicalismo !.

A IDEOLOGIA ANTI-SINDICAL !
Assiste-se nos últimos tempos a um recrudescimento da retórica anti-sindical e de acções concretas de ataque aos sindicalistas e à sua acção nas empresas !
Este antisindicalismo está estreitamente ligado a velhas teorias económicas ensinadas em algumas universidades que consideram os sindicatos um entrave à gestão e a uma mais rápida acumulação do capital.
Este Governo é a expressão em parte dessa ideologia!

Estas teorias espalharam-se depois por algumas redacções de jornais económicos onde proliferam os jornalistas que papagueiam as teorias das agências financeiras e dos «mercados» como se fossem sacerdotes de uma nova religião !
Nos últimos tempos alguns jornais de referência (?) em Portugal escrevinham editoriais dizendo que o Governo não deve ouvir os sindicatos e que estes defendem sempre o mesmo e que é preciso decidir sem ter alguém a atrapalhar e, enfim, muitas outras diatribes deste teor autoritário !

Mas, o mais grave é ouvirmos depois várias pessoas que, por escutarem apenas os papagaios, repetem também um conjunto de teses antisindicais tais como:
os sindicalistas não conhecem a realidade,
estão há muito tempo fora do trabalho,
só defendem os que têm trabalho,
obedecem mais aos partidos do que aos trabalhadores,
enfim e outros mimos que não valerá muito a pena inventariar.

Ora, a cultura e informação sindical em Portugal é muito fraca, inclusive nos trabalhadores sindicalizados.
Não se estuda sindicalismo nas escolas, com excepção de um ou outro curso.
Nas escolas de gestão o sindicalismo é em geral, abordado de uma forma superficial e sob um ângulo empresarial.
Esta matéria também não faz parte das leituras da maioria das pessoas... logo o que a maioria sabe são ideias feitas formatadas pela ideologia anti-sindical !

Significa isto que as práticas sindicais e os sindicalistas estão isentos de defeitos e de erros? De modo algum!
Existe sectarismo, oportunismo, partidarismo e carreirismo na vida sindical !
Apenas na vida sindical? Significa isto que o sindicalismo não se deve renovar ?
Claro que se deve renovar, mas ele está estreitamente ligado ao futuro do capitalismo !

O tipo de críticas que, por vezes fazemos servem apenas para desculpar o nosso não empenhamento na vida da empresa e de não ligarmos pevide ao sindicato.
Todavia, todos beneficiamos das lutas sindicais antes da democracia e agora em democracia !
Quando fazemos um contrato de trabalho, o salário que nos pagam, os horários, o seguro de acidentes, a categoria, as horas extra, enfim quase tudo passou pelos sindicatos e ainda passará se continuarmos num sistema democrático
!Eles são fundamentais para se construir uma sociedade mais justa !

Sendo assim é preciso sermos muitos mais críticos, estarmos mais informados e compreendermos que os sindicatos são fundamentais numa democracia !
A expansão da ideologia anti-sindical é um sintoma de que algo está a correr mal no sistema democrático e de que existem sinais de autoritarismo !
Foi assim nos anos imediatamente anteriores à ditadura de 1926 !
Cuidado portanto!

(- por A.Brandão Guedes, Bestrabalho, 27.9.2011)


De .. a 30 de Setembro de 2011 às 13:42

Patrões versus 'chico-espertos' do anti-sindicalismo


Há uns anos atrás (?1986-1990?), aqui em Portugal, um velho empresário voltou à sua empresa (que nos últimos anos deixara entregue a outros para gerir ...) pois esta estava com uma crise devido a uma greve selvagem ...
Ele reune os administradores/directores e pede-lhes para chamarem os representantes sindicais pois gostaria de falar com eles.
Respondem os admistradores/directores que não existiam, podiam até «orgulhar-se de terem ''quebrado a espinha'' aos sindicalistas na empresa»...

O empresário, furioso, desancou neles ...pois agora não tinham ninguém com quem dialogar e resolver o problema da greve selvagem.!
De seguida mandou os directores dizer a todos os trabalhadores que fossem de imediato inscrever-se no sindicato (da escolha deles) que a empresa pagaria o valor das quotas ... e que elegessem uma comissão de trabalhadores, pois o patrão queria dialogar com eles com vista à resolução do conflito laboral.

Entretanto, o esclarecido patrão ainda 'martelou' os administradores/directores, dizendo-lhes: seus burros armados em chicos espertos, antes quando havia um problema na empresa eu chamava os delegados sindicais, discutiamos enquanto almoçávamos e por altura do café já tinhamos chegado a um acordo, que era confirmado com um aperto de mão, e no dia seguinte estava tudo bem na empresa ...
agora, com a vossa asneirada de querer acabar com os sindicalistas, estão há dias e semanas com problemas, a produtividade a baixar, os fornecedores e clientes a protestar e a empresa a perder milhões ...
vocês é que mereciam ser despedidos !


De .Assédio moral no trabalho / mobbing ... a 3 de Outubro de 2011 às 17:47
ASSÉDIO COMO FORMA DE GESTÃO!
Artigo que analisa o assédio moral em trabalhadores que sofrem de lesões de esforços repetitivos (LER) relacionadas com o trabalho no sector do calçado.
A lógica do assédio moral e organizacional, como técnica de gestão, destrói a solidariedade e impede que os trabalhadores construam colectivamente formas de resistencia.

( Ver artigo em: http://www.fundacentro.gov.br/rbso/BancoAnexos/RBSO%20123%20Saúde%20mental%20do%20trabalhador_o%20assédio.pdf )

Resumo
Este artigo analisa como o assédio moral se configura na vida dos portadores de lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (LER/DORT). Participaram do estudo, realizado em 2007, 20 trabalhadores acometidos por LER/DORT de uma indústria do calçado em Campina
Grande-PB. Empregaram-se entrevista semiestruturada e análise de conteúdo.
Os resultados apresentam um quadro de assédio moral interpessoal e organizacional que está bem configurado nas histórias de adoecimento dos trabalhadores e nas suas trajetórias de busca de ajuda para seus problemas de saúde.
O assédio moral interpessoal e organizacional se evidencia em virtude de todos os aspectos de humilhação, exclusão e pressão que recebem no ambiente de trabalho, sob forma de coação, subversão, chantagem e rebaixamento.
Para não terem que sofrer com o desemprego, alguns preferem pedir demissão, outros suportam as dores, ultrapassando os limites do corpo. A lógica da produção de assédio moral e organizacional destrói a solidariedade e impede que os trabalhadores construam coletivamente formas de enfrentamento do trabalho.

? «assédio moral no trabalho» ? :
toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude... organização do trabalho, modos de gestão, avaliação ou direcção...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. Caracteriza-se por sua natureza agressiva, processual, pessoal e mal-intencionada ... elevando ao extremo a marginalização do sujeito.

... há uma clara omissão das organizações sobre a questão do assédio moral e que isso ocorre de forma silenciosa. “Prevalece, quase sempre, certa outorga de poderes (não controlados) concedida a um gestor empreendedor”, na maioria das vezes, responsável por resultados e que “indiretamente reconhece como normais os estilos mais agressivos no campo da competição”.
...“os comportamentos tirânicos, o assédio, a perseguição a um subalterno são frequentes e integrados ao modo de gestão”. ... uma tentativa de subjugar o trabalhador para que ele se submeta ao máximo aos imperativos da produção.

Da parte do agredido, acrescentam-se vários estágios,
como renúncia, confusão, dúvida, estresse, medo
e isolamento:

O assédio moral decorre de um desvio no exercício
do poder nas relações de trabalho. Essa situação
cria um ambiente hostil, desestabilizador. Nesse clima
de medo, e no contexto de desemprego, o trabalhador
aceita mais passivamente as situações criadas e é
menos reivindicativo.


De Assédio tb Sexual no acesso ao Emprego.. a 4 de Outubro de 2011 às 15:45

ASSÉDIO moral e sexual às trabalhadoras e às candidatas a emprego está a AUMENTAR. ...
são «propostas, ameaças, avanços, aproveitamentos, ...(e algumas cedências por MEDO de Represálias ou necessidade absoluta do emprego)» de chefias e patrões sem escrúpulos ...

Relatos ''à boca pequena'' começam a chegar até aos centros de (des)emprego do IEFP ...
mas tanto as visadas como os técnicos e dirigentes do IEFP (sem provas concretas! e devido à situação/ Medo ...) não avançam com denúncias e inquéritos/inspecções ...
até porque todos sabem da ineficiência da nossa/deles Justiça...

parece que o único recurso dos pequenos ... está na ''JUSTIÇA de RioMaior'' ou ''de Fafe'' ...
numa espera sem testemunhas...


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