Em frente, as ruínas da Grécia antiga; atrás de vós a (actual) Grécia arruinada !.
Partido Pirata ?
ou piratas nos partidos, nos governos, na U.E. e nas ''offshores''/paraísos fiscais ?!
(em: A diferença ; Tobin or not Tobin? ; O Raio ),
De Poema de agradecimento à corja a 3 de Outubro de 2011 às 13:51
Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.
Poema de Joaquim Pessoa
De .Cabecinhas govern... p'rá REVOLUÇÃO ! . a 3 de Outubro de 2011 às 15:43
. Viva a Revolução !
Há um raciocínio simples – tão simples que até assusta – na cabeça dos nossos actuais governantes:
na economia de mercado a produção de riqueza está entregue à iniciativa privada;
as empresas – através das quais se desempenha essa função – são pouco produtivas e pouco competitivas (de onde resulta, por exemplo, que o tomate espanhol entra em Portugal mais barato do que o produzido por cá ou que os nossos têxteis tenham dificuldade em competir no mercado externo).
Isto, num mercado aberto e global aumenta as importações e diminui as exportações.
E leva-nos à desgraça. Que fazer, então?
Para produzirmos «riqueza», se não se pode desvalorizar a moeda, nem penalizar à má gestão das empresas,
reduz-se o custo do trabalho – empobrece-se quem trabalha até ao osso.
A coisa é fácil:
diminuem-se os salários, o valor das horas extraordinárias, as indemnizações por cessação de contrato e por aí fora e saca-se mais algum, em impostos, sobre os seus «rendimentos».
E, agora, parece que sempre que um empresário diminuir a rentabilidade da sua empresa ao pegar na mulher, nos filhos, na cunhada, na prima e no gato e parta de férias para a Tailândia,
à custa dos dinheiros da empresa, no regresso, pode despedir um trabalhador para compensar a «perda de produtividade».
O resultado de tudo isto, vai ser, em menos de uma década,
a criação de um exército de famintos, sem vida, nem comida; sem protecção, nem no trabalho, nem na saúde, endividados até ao tutano e desempregados.
E, com um bónus para a produção de «riqueza»: passa a ser mais fácil contratar cada vez a preço mais baixo.
Se são estes os caminhos que o século XX produziu; se são estes os caminhos da democracia, da solidariedade, da sociedade mais justa e igualitária;
se são estes os caminhos da Europa dos povos,
que venha uma REVOLUÇÃO !
Pobre por pobre, tanto faz!
(Publicado no Polaroid).
(-por Tomás Vasques, Hoje há conquilhas amanhã não sabemos)
De Auditoria, renegociação d Dívida e perdã a 4 de Outubro de 2011 às 10:55
A nossa escolha
«A atenção dos mercados financeiros europeus e mundiais tem estado posta nos líderes europeus, à espera de uma decisão que acabe com a crise da dívida soberana do Sul da Europa. Têm sido sugeridas uma série de alternativas, desde uma recapitalização dos bancos da Europa Central à adopção de um sistema de Eurobonds que permita financiar os países periféricos a uma taxa sustentável. Tem-se dado, no entanto, muito menos atenção às escolhas que se põem aos países devedores.
A generalidade das pessoas aceita que Portugal tem apenas uma opção que é o plano de austeridade imposto pela troika. Esse plano tem por objectivo reduzir o défice público e interromper o aumento da dívida soberana para que, um dia, o país possa voltar aos mercados internacionais e volte a ganhar a confiança dos seus parceiros internacionais.
Há, no entanto, pelo menos uma outra via. Portugal pode forçar junto dos credores a renegociação da dívida que o país contraiu ao longo dos últimos anos.
A reacção típica por parte dos nossos governantes e de muitos comentadores à mera sugestão desta alternativa é de indignação e rejeição liminar de qualquer comportamento deste género. Deve-se, no entanto, analisar a alternativa de incumprimento com alguma frieza para compreender as suas reais vantagens e desvantagens.
O plano da troika foi imposto pelos nossos credores. Os nossos credores, como quaisquer credores que se prezem, têm apenas um objectivo: maximizar a probabilidade de que Portugal pague as suas dívidas. Ora, maximizar a probabilidade de pagar as dívidas não é necessariamente o melhor para os portugueses. Pode ser que assim seja, mas não há nada na teoria económica ou mesmo na história económica que demonstre que tenha forçosamente de ser assim.
Não se pode negar que, se Portugal entrasse em incumprimento, isso levaria a um empobrecimento significativo da população em geral. É também verdade que o país ficaria excluído dos mercados internacionais por um período longo de tempo. Não é, no entanto, menos verdade que ambos estes efeitos se vão também dar com o plano de austeridade da troika – os portugueses vão ficar mais pobres e vamos estar excluídos dos mercados durante muito tempo.
A realidade é que, dada a situação grega e o risco de contágio, o crescimento económico fraco da Europa e do resto do mundo e os buracos sucessivos que se descobrem nas contas públicas, é muito pouco provável que o plano da troika nos permita ultrapassar a crise. Num momento não muito distante, Portugal vai necessitar de ajuda sob a forma de um perdão de parte da nossa dívida.
A principal razão para se tentar cumprir o plano da troika é tentar obter, por parte dos países credores, mais boa vontade quando precisarmos de pedir essa ajuda. A esperança é que os chefes de estado da Europa considerem que Portugal merece ser um país viável e que, por isso, estejam dispostos a subsidiar voluntariamente a nossa economia. Mas isso tem um custo – vamos viver um período longo de empobrecimento e de perda de oportunidades e podemos ver-nos em circunstâncias parecidas ou mesmo piores dentro de alguns anos. Se isso acontecer, teria sido preferível renegociar a dívida imediatamente e “começar de novo”, mesmo com um choque inicial muito doloroso. Esperemos que o esforço a que nos estamos a sujeitar valha mesmo a pena.»
[i] Manuel Neves Adelino.
De Partido Pirata, Verdes, ...e aqui? nada? a 3 de Outubro de 2011 às 17:11
Alemanha
Partido Pirata toma Berlim com o país em vista
25.09.2011 - Por Maria J. Guimarães
O Partido Pirata, conhecido sobretudo pela defesa de uma Internet mais livre e a despenalização das cópias para uso privado, teve um sucesso nas eleições de Berlim tão grande que surpreendeu os próprios membros do partido.
A força política, nascida após o estabelecimento do primeiro Partido Pirata na Suécia, prometia crescer já desde as últimas legislativas. Mas nada fazia prever os 8,9% de há uma semana nas eleições da cidade-estado. Tanto que todos os integrantes da lista (15 em 149 deputados estaduais) foram eleitos: se tivessem ganho mais votos, ficariam com lugares por preencher.
O que querem os piratas? Na primeira conferência de imprensa, os novos deputados foram bombardeados com perguntas. Um jornalista perguntou mesmo se o grupo seria apenas um "bando caótico de arruaceiros". Desajeitados perante as câmaras, tentaram escudar-se atrás dos computadores portáteis abertos.
Os seus principais cavalos-de-batalha são a legalização das cópias privadas, a protecção de dados online e a luta contra a censura, embora defendam também mais transparência dos processos de decisão política e dos concursos públicos.
Para Berlim, fizeram ainda propostas como a criação de uma rede de Wi-Fi gratuita em toda a cidade e transportes públicos grátis, propondo ainda um salário mínimo.
Os piratas assumem o seu amadorismo nas questões de processo político - que os analistas não se cansam de dizer que é caracterizado por grande complexidade e burocracia - mas querem impor um novo paradigma: a "democracia líquida". Tudo com base na interactividade da Internet, que daria mais poder aos cidadãos no processo político - e legislativo.
O mesmo para a orientação política, ainda indefinida. A pergunta foi posta pelo próprio partido no seu fórum oficial, conta o jornal Die Zeit. "Somos de direita ou de esquerda?"
O líder parlamentar, Andreas Baum (escolhido por sorteio), admitia que os piratas têm de ir "experimentando". "Não temos nenhum grande plano estratégico, ainda temos de pôr os resultados numa tabela de Excel", disse, citado pela revista Stern.
Os novos Verdes?
O Partido Pirata, actualmente com 12 a 13 mil membros, tem desencadeado uma avalanche de comparações com os Verdes no seu início. Também são um partido de "causa única", apresentada com irreverência, e o modo como se vestem sublinha esta imagem - na tomada de posse alguns usavam sweatshirts com capuzes, fazendo lembrar Joschka Fischer, dos Verdes, que tomou posso nos anos 1980 no estado federado de Hesse com ténis brancos e um blazer desajeitado.
Os slogans dos piratas são provocatórios e bem-humorados: "Pergunta aos teus filhos por que deves votar nos piratas" ou "Nós temos as perguntas, vocês têm as respostas" ou ainda "Não acredites no que lês nos cartazes de campanha - informa-te".
O Partido Pirata obteve dois por cento dos votos nas últimas eleições parlamentares. Tal como os Verdes em 1980, não conseguiram superar os cinco por cento necessários para entrar no Parlamento federal. Mas os Verdes conseguiram-no três anos depois - e dez anos após a representação parlamentar chegaram ao Governo, em coligação com os sociais-democratas de Gerhard Schröder. Hoje, os Verdes são considerados o partido que poderá decidir as eleições de 2013, e poderão ser cortejados até, dizem analistas, pela própria Angela Merkel.
Os piratas gostam da comparação, mas sublinham a mudança nos Verdes. "Acho que os Verdes são agora um partido conservador", criticou Sebastian Schneider, um dos membros do grupo de deputados berlinenses do partido. "Ainda não decidiram se se juntam ao lado negro da força", comentou, numa alusão mista ao Star Wars e a uma possível coligação com a CDU, partido cuja cor é o preto.
Excentricidade berlinense?
Os piratas poderiam ser uma "excentricidade berlinense", uma cidade onde "sempre houve mais pessoas que escolhem partidos não-convencionais para expressar descontentamento", diz Holger Liljeberg, do instituto de sondagens Info, à Reuters. Mas há quem recuse esta abordagem: "Se a situação no país não fosse tão grave, poder-se-ia atribuir o sucesso dos piratas a uma "especificidade berlinense" - as coisas são sempre um bocadinho diferentes ...
De P a 5 de Outubro de 2011 às 21:43
« John Pierpont Morgan (1837-1913) foi um grande banqueiro americano, numa época de capitalismo selvagem. /.../ Este clássico capitalista entendia que a remuneração do executivo máximo de uma empresa não deveria exceder 20 vezes o salário mais baixo pago nessa empresa./.../Há 10 anos os administradores das 100 maiores empresas britânicas ganhavam 47 vezes mais do que o salário médio (não o mais baixo) dos seus trabalhadores. Em 2010 recebiam 120 vezes esse salário médio. Nos Estados Unidos, em 2008, os gestores máximos ganharam 318 vezes o salário médio (não o mais baixo) das suas empresas. »
Francisco Sarsfield Cabral - SOL 9 de Setembro 2011.
Comentar post