Sábado, 15 Out. Saímos à Rua
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Somos nós que fazemos a democracia.
A política do medo e da austeridade só se tornam inevitáveis se as aceitamos passivamente, tornando-nos cúmplices. Porque não há políticas inevitáveis. A inevitabilidade não é mais do que uma opção política.
Chegámos aqui porque se fizeram escolhas:
se a saúde é um privilégio para quem pode sustentar lucros alheios;
se as escolas não têm professores e há professores sem escolas;
se o dinheiro falta para salários, bolsas e serviços, mas não falha para salvar a banca e nas contas de quem antecipa dividendos;
se a água que bebemos passa a saber a especulação;
se a segurança social ameaça penhorar o dinheiro que não temos, e a palavra liberdade se gasta em ameaças, é porque alguém fez essa escolha.
Vivemos num sistema europeu que se entregou de mão beijada à lógica neoliberal que atribui aos mercados mais direitos do que às pessoas. As horas que passamos a trabalhar valem menos, tornando-nos mais baratos. Os dinheiros escondidos em paraísos fiscais são intocáveis e há fortunas demasiado grandes para taxar. Porque alguém fez essa escolha.
E se há milhões de pessoas nas ruas em Madrid, Barcelona, Nova Iorque, Atenas e Paris, é porque também fizeram uma escolha: a de não se renderem ao derrotismo.
Sabemos que a austeridade deixa de funcionar quando decidimos abandonar a apatia.
Somos gentes de todas as idades, precários, funcionários públicos, investigadores, pessoas fartas do rapto da política pelos poderes dominantes e que militam diariamente nas mais variadas estruturas: de partidos e sindicatos a associações de bairro e projectos comunitários; gente que votou em muita gente, e gente que nunca votou; gente com e sem pais, avós e filhos, gente que ainda cá está porque não pode sair ou gente que está no estrangeiro e gostava de voltar, gente que anda por cá e quer continuar, e gente que, lá fora, percebe que o discurso é o mesmo em toda a parte.
É por isso que, no dia 15 de Outubro, em Lisboa, Porto, Angra do Heroismo, Évora, Faro, Braga, Coimbra, Dublin, Buenos Aires, Vancouver, Berlim, Helsínquia, Roma e outras cidades, vamos dizer que não somos o coro resignado da política do medo sisudo e austeritário.
Nós sabemos que há alternativas. Nós também fazemos escolhas!
(-por Portugal Uncut )
De Protesto dos Indignados, em Portugal a 18 de Outubro de 2011 às 09:12
Lisboa com cerca de 100 mil manifestantes (e 100 reunidos até à noite em 'Assembleia Popular' em frente à AR); Porto 10 mil, Coimbra 700 - segundo o CM. de 17.10.2011.
Deliberações da Ass.Popular da ''Plataforma Oganizadora do 15 de Outubro'' que congregava c. 37 movimentos de indignados.:
. «Desobediência civil pacífica»/ popular (prevista na Constituição);
. «Auditoria (pública) à dívida» (componentes, responsabilidades, usos, credores, ... );
. Apelo a uma Greve Geral;
. Uma nova Manifestação (talvez a 26 de Novembro);
...
De - Como (não) vai reanimar a economia?!! a 18 de Outubro de 2011 às 12:36
Jerónimo de Sousa
Governo "não explicou" como vai reanimar a economia
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, quer saber como é que o Governo vai conseguir colocar a economia portuguesa a crescer em 2013 com todas as medidas de austeridade.
Jerónimo de Sousa falava esta noite na série de conferências do Clube dos Pensadores, que teve lugar em Vila Nova de Gaia, onde abordou todas as questões da actualidade, em particular, o Orçamento do Estado e a greve geral.
O secretário-geral comunista ouviu atentamente o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, mas ainda tem, pelo menos, uma pergunta a fazer. Com a recessão admitida, como será possível recuperar a economia a partir de 2013?
“O ministro não explicou a quadratura do círculo. Com menos investimento, menos poder de compra, salários e subsídios, como é que é possível o crescimento que ele [Vítor Gaspar] falou numa perspectiva de lá para o ano de 2013 pode ser que…”, questionou Jerónimo de Sousa, acusando o ministro de "pura
demagogia", quando disse que 2013 "será o ano de optimismo".
O Orçamento do Estado para 2012 desagrada a Jerónimo de Sousa e o país já caminha para uma nova greve geral. O líder comunista diz que essa luta é importante, mas não deve desvalorizar outras lutas.
“Essa forma superior de luta não deve desvalorizar lutas mais pequenas e modestas, com a certeza que, mesmo havendo greve geral, não seja um ponto de chegada”, sublinha.
Numa sala cheia de pensadores, um simpatizante do PCP sugeriu até a luta armada. A resposta de Jerónimo de Sousa foi pouco esclarecedora, por isso a Renascença pediu ao orador que se explicasse melhor.
“Estamos a tratar daquilo que é mais difícil, de resistir através da pequena luta, da concentração das pessoas, das populações, dos trabalhadores, dos pequenos e médios empresários e não como um acto único, designadamente uma revolução, que não estão criadas nenhumas condições para isso”, esclareceu.
Houve também um assumido simpatizante comunista a pedir ao líder que apure melhor a mensagem. Na resposta, Jerónimo disse que, se for preciso, até faz o pino.
A culpa, acrescentou, é da comunicação social que não aproveita o essencial da mensagem.
De ''Actores financeiros'': CULPADOS !! Pag a 18 de Outubro de 2011 às 12:44
Bruxelas quer responsabilizar e sancionar ''actores financeiros''
Durão Barroso compreende a indignação dos milhares de pessoas que saíram à rua e aponta o dedo aos abusos verificados no sistema financeiro.17-10-2011 13:02 por Daniel RosárioPartilhar
A Comissão Europeia vai propor a inclusão no Direito Europeu de uma “responsabilidade penal individual dos actores financeiros”, que permitirá a aplicação de “sanções penais”.
Durão Barroso diz compreender a indignação dos milhares de pessoas que saíram à rua em protesto no passado fim-de-semana e aponta o dedo ao que considera serem os abusos verificados no sistema financeiro.
“Percebo perfeitamente a frustração e a indignação de tanta gente nas nossas sociedades, na Europa e fora dela, pois até certo ponto o movimento que referiram é um movimento global. E isto resulta em grande parte do que aconteceu no sector financeiro. Algum do comportamento a que assistimos no sector financeiro foi completamente irresponsável e, por vezes, penso que devemos usar essa palavra, foi de natureza criminal”, afirmou.
A proposta da Comissão vai ser apresentada quinta-feira e visa criar uma moldura penal harmonizada para comportamentos abusivos da parte de actores financeiros. “Penso que é uma proposta proporcional e que faz sentido, pois trata-se de sanções relacionadas com o mercado e nós temos um mercado interno na Europa. Faz sentido em algumas áreas ter o mesmo tipo de sanções em toda a Europa”.
Apesar de manifestar compreensão para com os protestos, Durão Barroso diz que a indignação só por si não resolve os problemas e defendeu a necessidade de políticas de austeridade para atingir a consolidação orçamental.
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