Segunda-feira, 31 de Outubro de 2011

Cavaco não dominou a besta que é o seu ego político – e pôs a nu que em matéria de sensibilidade social e sentido de Estado ele e o farsola têm muito pouco em comum para além da sigla que os amarra à mesma classe patronal. Mas isso não adiantaria nem atrasaria ao destino dos portugueses se não fossem eles quem a Europa pôs no poder.

A Europa de Merkel e Zarkozy está tão preocupada com o iminente default dos países do sul como com a meteorologia do Burkina Fasso. Mas isso em nada afetaria os portugueses se a devastação de Portugal estivesse apenas nas mãos do FMI.
As medidas de arrasamento económico e escravidão social impostas pela troika nunca na História solucionaram crises. Mas isso não bastaria para arruinar Portugal se o Governo do farsola tivesse uma estratégia económica e financeira.
Vitor Gaspar não tem a menor ideia de que a obsessiva tara de arruinar o Estado para salvar os luxos e os privilégios do capitalismo selvagem assenta na religião de uma corrente neo-liberal caduca e desmentida pela Ciência e pela História, por incompatível com a equidade, as regras do Estado de Direito e do humanismo da civilização contemporânea e o equilíbrio social que são pressuposto da governação dos povos. Mas isso não seria suficiente para assassinar o País e a Nação portugueses se em Portugal não estivesse instalada uma classe de políticos predadores do bem comum à custa do oportunismo e do compadrio protegidos por verdadeiras mafias corporativas.
Os autarcas, políticos profissionais e demais tachistas reunidos na gigantesca associação criminosa que domina Portugal sublimam a incompetência (de nada terem feito na vida senão a graxa, o compadrio e o lobbing político) com a acumulação de mordomias, privilégios e arranjinhos com que se ajeitam entre si – e o consequente locupletamento ladroeiro à custa do erário público. Mas isso não acordaria o Povo se não sofresse a ladroagem mais que na pele e já no osso.
O Povo português é ordeiro, pacífico e resignado. Mas isso não o levaria da indignação à revolta se todos os pressupostos mínimos da decência não estivessem já a ser grosseiramente violados pela corja no poder.
E é por isso que aqueles que toda a vida lutaram pela cidadania, pelo debate de ideias, pela vitória do pensamento e da palavra justos, já sentem um justiceiro gozo diante desta realidade cada vez mais evidente e iminente: A POPULAÇÃO VAI COMEÇAR A ESPERAR OS POLÍTICOS DA TRAFULHICE PROFISSIONAL À PORTA DE SÃO BENTO E NO TERREIRO DO PAÇO - PARA LHES IR ÀS VENTAS!
E nesse dia, que já se avizinha, havemos de ser muitos mais a rir. Pobres mas livres.
por António Leal Salvado [pegada.blogs.sapo.pt]


Publicado por [FV] às 11:13 | link do post | comentar

1 comentário:
De às ventas e ao pêlo a 31 de Outubro de 2011 às 16:33
Vamo-nos a eles que se faz tarde!
Abeiremo-nos e cerquemo-los que merecem ser apertados.
Beirões, lisboetas, alentejanos, algarvios, transmontanos, ribatejanos e os mais irmanos vamos chegar-lhes a roupa ao pelo que os coitados andam a necessitar de ser aquecidos.


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