Mesmo tendo, como deve ter, um posicionamento político e ideológico determinado, um colunista deve usar da boa fé e da racionalidade para analisar o comportamento de um governo. Concentrar-se nos propósitos de cada medida e nas suas consequências. E partir do princípio de quem toma as decisões está genuinamente convencido que elas são as melhores possíveis para o País. E explicar, quando seja essa a sua opinião, que ou os objetivos estão errados ou as suas consequências serão diferentes do que se espera.
Duas exceções a esta linha de conduta: quando os governantes são corruptos ou imbecis. As motivações dos primeiros não merecem respeito, o sentido de cada decisão tomada dos segundos é inexistente. Neste caso, o trabalho de quem faz análise política, sobretudo quando é ideologicamente empenhado, fica muito mais desinteressante. Para a corrupção não há qualquer resposta a não ser a indignação. Para a imbecilidade não há qualquer reação possível para além de um suspiro e um encolher de ombros.
Como sou obrigado a partir do princípio de que, até prova em contrário, este governo não se move pela corrupção, tenho de concluir que somos dirigidos por idiotas. Porque nenhuma explicação racional pode ser dada ao discurso que o secretário de Estado da Juventude e do Desporto fez em São Paulo. Perante a crise, tem um conselho a dar aos jovens portugueses: que emigrem. "Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras", disse. Porque, afirmou, voltará do estrangeiro melhor profissional. Se alguma vez voltar, claro está.
Um pai pode, com tristeza, dizer isto a um filho. Um cidadão pode dar este conselho a um amigo. Mas um governante não pode dizer isto a um jovem. Porque é algum pecado emigrar? Claro que não. Porque, para além do governante assumir a sua própria derrota logo à partida, está a prejudicar o País.
A emigração, sendo em geral positiva para os países de acolhimento, é, também em geral, péssima para os países em dificuldades. Sobretudo quando essa emigração é de jovens quadros. O País perde, nesses momentos, os mais competentes, os mais preparados e, já agora, aqueles em quem investiu recursos para garantir o seu futuro. É como uma empresa dizer aos seus melhores profissionais, que andou a formar durante anos, para irem trabalhar para outro lado. O que concluímos? Que a empresa vai fechar as portas. Acontece que, ao contrário das empresas, os países continuam por piores que sejam os que o dirigem.
O problema deste governo é que, sabendo que não tem qualquer saída para esta crise, optou pelo "niilismo" político. O derrotismo e a desistência é a única coisa que tem para oferecer aos cidadãos. Quando o primeiro-ministro diz que o País tem de empobrecer e um secretário de Estado manda os seus jovens ir embora só podemos tirar uma conclusão: que não só são inúteis como têm plena consciência disso mesmo. E se sabem que são inúteis, deem lugar a outros. Em vez de irem embora os jovens, vão aqueles que nada querem fazer por eles. Talvez noutro lado qualquer aprendam qualquer coisa. E, mesmo assim, não fazemos questão que regressem.
De .Neo-Salazar... a 2 de Novembro de 2011 às 15:47
Este (des)governo de Direita cada vez se parece mais com o de Salazar ...
Os gregos têm sorte, a sua opinião é ouvida.
«Sugira-se a Passos Coelho que leve a sua pinochetada orçamental a referendo.» -------------------------------------- ... Parece que este governo só é duro e exigente a cortar vencimentos, aumentar horários de trabalho e a retirar direitos aos trabalhadores.
Despacho do Jumento: «Proteste-se e pergunte-se ao mentiroso Passos Coelho pelo famoso programa para a Madeira que alguém prometeu que seria divulgado até ao final do passado mês de Setembro.»
------------.EMIGRAR é desporto para o jovem SE ?!
Desporto para a juventude
O Nuno Teles já tinha assinalado uma estranha previsão que consta do OE para 2012: "Em 2011, o produto contrai 1,9% e o desemprego cresce 1,5 pontos percentuais, mas em 2012 o produto cai 2,8% e o desemprego só aumenta 1 ponto percentual". Conclusão: "o governo deve estar a prever emigração maciça".
Na realidade, o governo do empobrecimento desigual não se limita a prever. Tem a palavra o secretário de estado da juventude e do desporto: "Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras."
De .Combater ou Fugir ? eis a questão. a 28 de Novembro de 2011 às 18:05
Conselho aos Filhos de Portugal muito duro de roer: Mensagem recebida de um emigrante a viver no estrangeiro:
Se és um jovem português, atravessa a fronteira do teu País e parte destemido na procura de um futuro com Futuro
Porque no teu País A Educação é como uma licenciatura tirada sem mérito e sem trabalho, arquitectada por amigos docentes e abençoada numa manhã dominical
Porque no teu País É mais importante a estatística dos números que a competência científica dos alunos. O que interessa é encher as universidades, nem que seja de burros
Porque no teu País A corrupção faz parte do jogo onde os jogadores e os árbitros são carne do mesmo osso e partilham o mesmo tempero
Porque no teu País A justiça é ela própria uma injustiça porque serve quem é rico e influente com leis democraticamente pobres
Porque no teu País As prisões não são para os ladrões ricos porque os ricos não são ladrões já que um desvio é diferente de um roubo
Porque no teu País A Saúde é uma doença crónica onde, quem pouco tem é sempre colocado na coluna da despesa
Porque no teu País Se paga a quem nada faz e se taxa a quem pouco aufere
Porque no teu País A incompetência política é definida como coragem patriótica
Porque no teu País O mar apenas serve para tomar banho e pescar sardinhas
Porque no teu País Um autarca condenado à prisão pela justiça pode continuar em funções em liberdade passeando e assobiando de mãos nos bolsos
Porque no teu País Os manuais escolares são pagos enquanto a frota automóvel dos políticos é topo de gama
Porque no teu País Há reformas de duzentos euros e acumulação de reformas de milhares deles
Porque no teu País A universidade pública deixou cair a exigência e as licenciaturas na privada tiram-se ao ritmo das chorudas mensalidades
Porque no teu País Os governantes, na sua esmagadora maioria apenas possuem experiência partidária que os conduz pelas veredas do "sim ao chefe"
Porque no teu País O que é falso, é dito como verdade, sob Palavra de Honra! São votos ganhos numa eleição
Porque no teu País As falências são uma normalidade, o desemprego é galopante, a criminalidade assusta, o limiar da pobreza é gritante e a venda de Porsche e Ferrari ... aumenta
Porque no teu País Há esquadras da polícia em tal estado onde os agentes se servem da casa de banho dos cafés mais próximos
Porque no teu País Se oferecem computadores nas escolas apenas para compor as estatísticas do saber "faz de conta" em banda larga
Porque no teu País Se os teus pais não forem ricos por mais que faças e labutes pouco vales sem um cartão partidário
Porque no teu País Os governantes não taxam os bancos porque, quando saírem do governo serão eles que os empregam
Porque no teu País És apenas mais um número onde o Primeiro-Ministro se chama Alice que vive no País das Maravilhas mesmo ao lado do teu.
De .Resistir e Lutar. a 2 de Novembro de 2011 às 15:55
"Ide embora!" é curto como política
«O secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, disse uma coisa que está certa: os jovens portugueses que estão desempregados deviam pensar em emigrar. Havendo, desde ontem, sete mil milhões de homens espalhados pelos quatro cantos do planeta, andar por aí até é bastante comum.
E Mestre usou uma fórmula, "ir para além das nossas fronteiras", que condiz connosco: que outra coisa fez Portugal ao longo dos séculos?
No entanto, há alguma coisa errada em ser o secretário de Estado da Juventude a dar a ideia. Desde logo, a desistência das suas funções: caberia ao governante propor aos jovens o que fazer cá dentro, não anunciar-lhes que não há que fazer cá dentro. Afinal, ele é só secretário de Estado da Juventude Empregada. Apetece a demagogia: indo o desemprego jovem em 23%, Mestre não deveria baixar o salário na quota correspondente aos jovens que não governa?
O primeiro tratado de emigração assinado por Portugal foi com o Reino do Havai, em 1878. Nessa altura, Portugal contratou um determinado salário e casa durante um ano para os seus emigrantes. Não seria grande coisa, mas notava-se uma política, uma preocupação, uma qualquer coisa mais do que o actual convite para zarpar.
E, depois, houve aquele infeliz "temos de sair da zona de conforto", proposto por Mestre aos desempregados. Temos? Nem eu nem o secretário de Estado "temos", pois não? Então, um pouco menos de soberba sobre o conforto dos outros.» [DN] Ferreira Fernandes. -----------------------
Portugal, desde há séculos, ''exporta'' pessoas / emigrantes/ expulsos/ empurrados pela fome e pelo bastão dos poderosos... já é altura de dizer BASTA ! este também é o meu país, os governantes e as iníquas elites económicas não têm o direito de me Expulsar ou matar com Desemprego.