
A Europa vinha jogando há muito tempo
um jogo perigoso com a Grécia.
Hoje tudo se está a precipitar. Perguntam qual é o
limite para os sacrifícios que se podem impor a um povo inteiro sem perspectiva de saída. A Grécia é
a resposta. O que é que esperavam?
(-por José M. Castro Caldas às 1.11.11 )
De .. 99% somos Gregos; 1% de Ladrões. a 4 de Novembro de 2011 às 09:22
A Troica cobra uma comissão de 665 Milhões de euros
A Troica, isto é os representantes da "solidária" União Europeia, dos "parceiros" do Euro, do "nosso" Banco Central Europeu (somos um dos accionistas), do "nosso" FMI (somos um dos seus membros),
pois a Troica - dizia - com o júbilo e empenho ideológico dos seus subordinados "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda", cobram pelos seus serviços - para nos dizerem o que temos de fazer e o que não temos de fazer -
uma comissão de... imaginem, é uma comissão, não são os juros predatórios que temos de pagar pela "ajuda"... é uma comissão de 665 milhões de euros. 665 milhões. Não é gralha. Faz parte da "ajuda". É um complemento da "ajuda".
E eles têm razão. Claro que têm razão, isto é, têm a força, são afinal, o verdadeiro, o legítimo capital financeiro especulativo.
E a ordem que nos rege é a de que quem têm FORÇA explora, submete, humilha, suga até ao tutano os que têm menos força, até onde estes o permitirem.
É o dogma, o alfa e o ómega do capitalismo neo-liberal à solta, agora sem o pavor do comunismo que o travava.
Sim que a "canalha", com as costas quentes, com a União Soviética lá atrás, podia fazer-lhes a partida, mesmo recusando intimamente o outro império, podia ameaçar juntar-se-lhe.
Eis o tão querido neo-liberalismo, guia ideológico de "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda":
deixai o campo livre às forças e à "inteligência" dos mercados, fora o Estado "gordo", fora com essa invenção estúpida e "gorda" do estado social "gordo", abaixo o Estado "gordo" e as suas regulamentações odiosas que só atrapalham o bom andamento da "nossa" liberdade.
A ordem vigente é assim, não há surpresa e sendo assim e não havendo força, no imediato, para a subverter
é obrigação de um governo dos portugueses defender a esmagadora maioria dos portugueses (ficam de fora, naturalmente os que constituem o prolongamento dos que nos sugam) minimizar efeitos nefastos desta ordem.
Mas o governo de "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda":
não só NÃO faz isso como diz que o futuro dos portugueses é empobrecer e afirma-o como quem aponta um desígnio.
Não só não minimiza os custos sociais da imposição do duunvirato "Merkel-Sarkozi", que usurpou, sem oposição, aliás, os poderes dos órgãos da UE,
como escarnece dos jovens e admoesta-os para que não fiquem "no conforto" do seu desemprego e "emigrem".
Estas e tantas outras atitudes destes governantes revelam uma agenda ideológica e
uma política que despreza a grande maioria dos portugueses, despreza os jovens condenados ao desemprego, os reformados, quem tem menos possibilidade de se defender e despreza os funcionários da administração pública que são afinal o suporte da acção do Estado.
É uma forma ODIOSA de manifestação da política do governo e é também uma mistura explosiva de ignorância, insensibilidade social e parvoíce.
A notícia daquela comissão de 665 milhões de euros não é nova mas hoje, ao relê-la, num artigo de opinião de Rui Pereira, no CM, voltei a indignar-me.
A revoltar-me.
Revolta é sem dúvida o sentimento que vai engrossando entre os "gregos" de Portugal.
Bem podem "Passos, Gaspar, Álvaro & Cia Lda" gritar que nós não somos a Grécia, como quem esconjura um perigo provável.
Não somos a Grécia é verdade, pois, por este caminho, ainda nos faltam alguns meses para nos vermos todos "gregos".
(# posted by Raimundo Narciso , PuxaPalavra)
De .Roubam-nos a Dignidade e a Democracia.! a 4 de Novembro de 2011 às 10:29
Abaixo a democracia !
(-por Daniel Oliveira, Expresso online)
Cedendo à pressão de um povo que assiste, atónito, à destruição do seu País e a sucessivos planos de austeridade que o afundam cada vez mais,
Papandreou, tentando salvar-se e encostar a oposição às cordas, marcou um referendo a mais um plano de "resgate".
As reacções não se fizeram esperar.
Os dois imperadores entraram em estado de choque. Opinadores da situação mostraram a sua indignação.
Quem é que esta gente se julga para querer repor a democracia no lugar da chantagem?
Quem pensa este povo que é para julgar que decide do seu futuro?
Não saberão estes irresponsáveis que quem decide são os mercados?
E depois dele a barata tonta alemã?
E depois dela, se ainda houver alguma coisa para decidir, o senhor Sarko?
Julgarão que não havendo democracia europeia podem, no lugar dela, existir democracias nacionais.
O general Loureiro dos Santos falou-nos, ontem, dos receios de um golpe de Estado na Grécia.
Parece-me que o receio vem tarde.
O golpe de Estado já aconteceu.
Em vários países europeus, começando pela Grécia.
Com violações sistemáticas às constituições nacionais - em Portugal elas acontecem com a cumplicidade do Tribunal Constitucional -,
o assalto estrangeiro aos recursos das Nações e a perda ilegal de soberania -
veja-se o poder que o directório europeu se tem dado a si próprio no processo de saque às empresas gregas a privatizar.
O que está a acontecer ali, agora (com a proposta de REFERENDO), é a tentativa de repor a legalidade democrática.
Perante as reações indignadas de tanta gente à decisão de devolver ao povo grego o veredicto sobre o seu futuro fica evidente uma coisa:
anda por aí muito muito "democrata" que odeia a democracia.
Porque ela pode travar a imposição de um programa ideológico que nunca seria sufragado pelo povo sem estar debaixo de chantagem.
A Grécia deu o primeiro passo para travar esta ditadura perfeita.
Se for até ao fim, pode salvar a Europa do caos político para onde se dirige.
Pagará um preço alto?
Mas ainda tem alguma coisa a perder?
Se os gregos aprovarem mais este plano de destruição do seu futuro - coisa nada improvável, perante o cenário que a Europa e os "mercados" lhes vão impor pelo seu atrevimento -
pelo menos terão tentado dar um sinal de dignidade em tempos que ela parece ser um bem escasso.
De Depressão e investim.públi: USA e Aleman a 4 de Novembro de 2011 às 10:57
A história nunca se repete?
(-por Sérgio Lavos, Arrastão, 2.11.2011)
1945.
A Europa estava em ruínas. Depois de uma guerra devastadora que apenas foi ganha pelos Aliados depois da intervenção dos EUA, os países europeus tinham regressado aos níveis económicos dos tempos da Grande Depressão.
Os EUA, o país que mais sofrera com essa crise, acabaram por recuperar, com ajuda do New Deal de Roosevelt, inspirado pelas ideias de Keynes, que basicamente passavam pelo reforço do investimento público e da redução de impostos.
Na Alemanha de Weimar, o caminho para combater a crise de 1929 foi exactamente o oposto:
contrair a economia, cortando nos gastos e no investimento público, na esperança de que o equilíbrio das contas públicas levasse ao crescimento da economia.
Estas políticas levaram a um descontentamento crescente da população, e, em 4 anos, 1933, Hitler ascendia ao poder, aproveitando o descrédito da República de Weimar, impulsionado por um populismo nacionalista e anti-semita.
Sabemos no que isto deu.
Depois da derrota de Hitler, os países ocupantes da Alemanha começaram por desmantelar a indústria e os meios de produção do país.
Mas depressa os EUA inverteram o rumo desta política.
Em 1948, começava a ser aplicado o Plano Marshall nos países europeus destruídos pela guerra iniciada pela Alemanha.
O plano consistia, muito resumidamente, na concessão de empréstimos a longo prazo e a juros baixos e também na atribuição de doacções.
Do total acumulado por todos os países, apenas cerca de 15% eram empréstimos.
O resto foi dinheiro transferido directamente dos cofres do Tesouro americano para a reconstrução da Europa (e entrada em força dos produtos, serviços e empresas americanos na Europa), para o estímulo das suas economias, para a recuperação do berço da civilização.
Sem o plano, a CEE provavelmente nunca teria nascido.
A Alemanha, durante o período em que esteve em vigor o Plano Marshall (até 1951), recebeu 1448 milhões de dólares (câmbio da época). O último pagamento dos empréstimos concedidos pelos EUA foi feito em 1971.
Mas falamos dos tempos de Harry Truman, de Konrad Adenauer, de Churchill, de de Gaulle. Com todos os defeitos que alguns deles pudessem ter, com todas as divergências políticas que pudessem eclodir entre eles,
eram sobretudos políticos com estatura, que souberam estar à altura dos acontecimentos e conseguiram em poucos anos reerguer um continente, perdoando o principal culpado da destruição, a Alemanha
- havia o perigoso precedente do castigo aplicado à mesma Alemanha após a 1.ª Guerra Mundial, e o bom senso imperou.
Agora temos Merkel, Sarkozy, Berlusconi, Barroso. Não é preciso dizer mais nada.
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O período de hiperinflação foi mais acentuado até 1923, quando havia mais instabilidade política e sobretudo económica - os alemão tiveram de pagar aos vencedores da 1.ª Grande Guerra.
Entre 1923 e 1929, a inflação não era tão acentuada e a emissõa de moeda baixou, o que levou ao período de ouro da República.
O crash de 1929 (não esqueçamos que se deveu sobretudo à especulação financeira nos EUA) acabou por arrastar a Alemanha.
O governo conservador decidiu então impôr políticas de austeridade com cortes extremos nas políticas sociais, o que provocou elevado descontentamento e a crescente popularidade do partido nazi.
E o problema do regime nazi não foi o forte investimento público, como bem sabe. Foi a sua ideologia extremista e expansionista. Hitler prometeu investimento público porque o povo estava descontente com a falta dele.
Chama-se oportunismo. E populismo.
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