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Quarta-feira, 30 de Novembro de 2011

Greve geral no Reino Unido. Desde Thatcher (ou antes) que não se via uma mobilização assim. Paralisação de hoje poderá ser a de maior adesão desde 1926, dizem sindicatos.(Por J.A.Viana, Ionline, 30.11.11)

Etorre Ferrari/EPA

Os cortes nas pensões da função pública que deverão afectar mais de dois milhões de britânicos estão na base da greve geral que promete paralisar hoje o Reino Unido, mas há muitas mais reformas que vão levar um número elevado de pessoas à rua. "Esta acção vai acontecer. Não há hipótese absolutamente nenhuma de qualquer acordo", dizia ontem à Reuters Dave Prentis, líder da Unison (maior central sindical britânica, que representa 1,4 milhões de funcionários públicos), acrescentando que já há planos para novas paralisações no início de 2012 se o governo de coligação não ceder.

De acordo com 30 sindicatos que vão participar na greve geral, espera-se que a adesão à greve de hoje supere a mobilização de 1979 contra as reformas neoliberais do governo de Margaret Thatcher. E até os três milhões de britânicos de 1926, que continua a ser a maior mobilização do género na história do país.

"Este é um dia importante, bem mais importante do que as pessoas julgam. Quando se escreverem livros de História sobre a política deste país, 30 de Novembro de 2011 será sempre referido", acrescentou Prentis.

Está previsto que 90% das 22 mil escolas públicas fiquem fechadas hoje. Várias companhias aéreas confirmaram ontem a redução no número de voos para o Aeroporto de Heathrow (em Londres, o mais movimentado da Europa), por receio de que haja longos atrasos e enchentes de passageiros no aeroporto.

De acordo com a Trades Union Congress (TUC), a central sindical que está a coordenar a paralisação, estão previstas mais de mil manifestações em várias partes do país. "Na quarta-feira vamos ver a maior greve de uma geração. Não tenho prazer em anunciá-lo. É sempre melhor resolver disputas e desacordos pela via da negociação, mas essa via falhou", dizia ontem Brendan Barber, secretário-geral da TUC.

Por sua vez, o ministro da presidência do conselho de ministros britânico, responsável pelas negociações com os sindicatos, não se poupou nas críticas aos sindicalistas e a esta greve. "Numa altura em que todos sabemos que a economia britânica está frágil por causa da crise da zona euro, a última coisa de que a economia precisa é de uma ferida auto-infligida completamente desnecessária", disse Francis Maude em conferência de imprensa.

MARCADORES: crise, economia, europa, greve, neoliberal

Publicado por Xa2 às 19:15 | link do post | comentar

1 comentário:

De .Ressuscitar.. a 2 de Dezembro de 2011 às 13:10

Os sindicatos ressuscitam na Grã-Bretanha

A nossa comunicação social não está a prestar atenção aos movimentos sociais na Grã-Bretanha, com greves e manifestações de uma amplidão sem precedentes.
Já se fala numa ressurreição dos sindicatos britânicos refeitos dos anos Thatcher-Blair.
Há quem passe e há quem fique.

(-por josé medeiros ferreira )