Os casos da semana: Pingo Doce e Serviços de Informação e Segurança
Afinal, não é a legislação laboral que impede os grandes grupos económicos de investir e criar empregos em Portugal, como certos políticos e comentadores da nossa praça andam, há anos a fio, a fazer crer e a tentar fazer doutrina moldando pensamentos e as cabeças mais distraídas.
Se dúvidas existissem quem ouviu, outra vez, na recente entrevista, o homem forte do grupo Pingo Doce a propósito da recente polémica que fez correr tinta, discursos e outras alegorias ao longo da última semana, pelo facto da família Soares dos Santos, ou seja, o grupo Jerónimo Martins ter, formal e juridicamente, transferido a sua residência fiscal para a Holanda através da venda da respectiva quota a si mesmo, teria ficado esclarecido.
O homem afirmou que, a razão de o ter feito, foi devido aos elevados índices de corrupção, à instabilidade legislativa, dificuldades de captação de créditos ao financiamento, e à má qualidade dos políticos.
Alexandre Soares dos Santos, decano do grupo, nunca fez qualquer referencia no seu argumentário a razões de natureza laboral e, embora tenha assumido um quase odio ao sindicalismo afirmou que tal se devia ao facto de este, na sua opinião, estar demasiadamente dependente de certas forças político-partidárias e não por razões intrínsecas de organização de defesa dos interesses dos trabalhadores que diz reconhecer como legítimos.
Como prova do que afirmou e de que não pretende retirar as actividades do grupo nem deixar de pagar os impostos a que legalmente esteja obrigado, afirmou ter criado, só em 2011, mais de mil empregos neste país.
Haja quem investigue em abono do rigor, da verdade (tão apregoada por quem tantas vezes mente) e da transparência, porque a ser verdade o que o homem afirma bastariam duas ou três centenas de empresários como este para que a taxa de desemprego baixa-se a níveis económica e socialmente quase admissíveis.
Sem busca do rigor e da verdade mínimas temos de concluir que o que existe em Portugal, em vez de políticos e jornalistas sérios, são voyeuristas corruptos.
Àh e o povo, esse eterno hipócrita, que não sabe por onde seguir nem para onde cair é tal qual o preguiçoso agricultor, a pedir ao mesmo tempo sol na eira e chuva no nabal, vivendo de subsidiodependência, condena o exagerado aumento de impostos e foge de os pagar, como dizem que o diabo foge da cruz, criticando sempre que alguém faz o que cada um faria em idêntica situação.
Já dizia o antigo pretor romano, nas breves que enviava ao seu imperador, “que estranho povo este aqui do sul da Ibéria que ... “
Durante toda a semana passada, o debate dos políticos e dos jornalistas portugueses circulou em torno de dois assuntos e nenhum foi tratado com o mínimo de dignidade nem no essencial das suas circunstâncias muito menos em ordem ao aprofundamento das reais razões merecedoras de correção.
Tais matérias acabam por se misturar uma com outra visto que a forma como foram abordadas foram iguais na sua (in)substancia. Alem da já aqui abordada o pais distraiu-se a debater quem pertence ou deixou de pertencer a lojas maçónicas distraindo-se do fundamental que seria saber como, quem, que meios foram usados, quem beneficiou e que foi prejudicado pelo uso indevido dos meios que os portugueses custeio com os seus impostos par que o Estado disponha de adequados Serviços de Investigação e Defesa.
Os deputados revelaram-se, mais uma vez, de incapazes e de incompetentes para defender o país e dignificar o Estado muito menos capazes ainda para defender os interesses do povo.
BLOGS
Ass. Moradores Bª. Cruz Vermelha
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
MIC-Movimento de Intervenção e Cidadania
Um ecossistema político-empresarial
COMUNICAÇÃO SOCIAL
SERVIÇO PÚBLICO
Base - Contratos Públicos Online
Diário da República Electrónico
SERVIÇO CÍVICO