2 comentários:
De Luta de ultra-ricos 1% contra pobres 99% a 10 de Fevereiro de 2012 às 14:24
A União Europeia: da solidariedade ao chauvinismo, da paz à guerra.

a Grécia pode(?) ser atirada para fora do euro mas será difícil atirá-la para fora dos manuais de história como o berço da civilização europeia,

Na Europa, saída de uma guerra mundial de 50 milhões de mortos, a meta da esquerda era:
das nações à União, da guerra à Paz.

Agora, com a direita neoliberal a governar a União Europeia, a meta é:
o saque dos trabalhadores e classes médias por uma minoria opulenta,
mas o resultado pode ser: da União (que nunca passou de imperfeita e quase limitada aos negócios) para o chauvinismo das nações e… da paz à guerra!

As contradições nacionais mantêm-se fortes na União Europeia. A Europa dos cidadãos não tem passado de uma meta por que a esquerda luta mas, na construção europeia, o que prevaleceu foram os negócios, conduzidos pelo seu principal esteio, o sistema financeiro.

No entanto, a principal contradição na Europa, como aliás alhures, é uma contradição de classe (olá Marx) que, numa análise muito simplificada, coloca frente a frente
o campo dos pobres, a crescer com o dos empobrecidos (trabalhadores, classes médias),
e o campo dos privilegiados ricos (capital financeiro e não só).

Por isso quando, por simplificação, alguns tendem a anatematizar a Alemanha versus a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc, é necessário não identificar estes dois campos com aqueles da “luta de classes”
porque numa análise menos grosseira encontraremos muitos “alemães” em cada um destes países em dificuldades, quase sempre os responsáveis pelo descalabro das dívidas.
E encontraremos na Alemanha muitos “gregos”, “irlandeses”, “portugueses”, “espanhóis” ou “italianos”,
ou seja, vítimas do sistema, ainda que de momento menos castigadas.

Tal como nos EUA a extrema direita neoliberal cavalgou o Partido Republicano e disputa o voto das suas vítimas ao Partido Democrata,
também na Europa a direita conservadora e neoliberal que domina há muito o governo da UE, se aproveita da crise para
uma cada vez mais insuportável transferência de riqueza do campo do “trabalho” e das classes médias
para o campo do grande capital, constituído por uma minoria cada vez mais restrita e cada vez mais escandalosamente rica.

Não tenhamos ilusões, no limite, a luta, o grande combate, não de agora, nem de aqui, mas muito evidente, hoje em dia, na Europa e nos EUA, pode reduzir-se à distribuição da riqueza.

A luta pela posse e a distribuição da riqueza.
Distribuindo uma parte (pequena) do saque aos que se prestam a apoiar a plutocracia do dinheiro,
confundindo as vítimas do esbulho com equívocos e enganos, mormente os meios de comunicação social,
a direita neoliberal está a ganhar a batalha na Europa e em Portugal.
Com figuras, quase todas menores, ignaras e desprezíveis, no topo da estrutura política. Mas, o desfecho não está escrito nos astros.
Com persistência, esforço e inteligência, o campo, largamente maioritário, dos seus opositores tem hipóteses de, a curto prazo, ganhar esta e outras batalhas. E, mais adiante, de ganhar a guerra.

A guerra pelos alimentos, do corpo e do espírito, da equidade, da justiça social, do bem estar.

# posted by Raimundo Narciso


De .Isto vai dar... Sangue !!. tb p'os rico a 10 de Fevereiro de 2012 às 14:29
Tanto se baixam que...


Como muito bem costuma dizer a minha vizinha Ana Cristina Leonardo: "Isto vai dar merda"

Depois da senhora Merkel andar aos cestos pelas levadas da Pérola, vem agora um outro matreco dos matraquilhos germânicos, um tal Schulz, meter o bedelho na nossa política interna e nas parcerias que temos ou deixamos de ter, com o intuito de nos segurar na esfera que anda a encher de juros usurários o seu banco central e os "mercados" que ele domina. Esta gente perdeu o tino e parece andar à procura de um bom motivo para que isto acabe mesmo em merda.

Claro que não concordo com muito do que se tem feito na Madeira, com a alarvice do esbanjamento, com as palhaçadas carnavalescas e com o banditismo da sonegação que colocou a Nação numa situação ainda pior. Claro que me custa ver a nossa Bandeira perder as cores nacionais para ser bordada com cores e símbolos da intolerância e da prepotência contra os quais me bati em Portugal.

Mas isso é coisa minha, nossa, e daí até começar a admitir que os bárbaros já nem sequer tenham o bom senso de seguir a regra de ouro que consiste em não interferir na política interna dos outros estados soberanos, vai uma grande distância.

Parece que os gregos sempre tinham razão quando pretenderam questionar o seu povo para saber se ele queria continuar a fazer parte de uma coisa que cada vez menos é um espaço comum de respeito por quem nele coabita e que cada vez mais se parece com um império de senhores e lacaios.

Isto de ter um barítono leggero como Primeiro-Ministro só podia acabar numa commedia lirica. Entretanto aguarda-se que Paulo Portas convoque o embaixador alemão para explicações.

LNT, [0.102/2012], A Barbearia


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