... afinal, as organizações internacionais ainda conseguem ter uma palavra a dizer... e se tal palavra não for eficaz, com consequências reais no plano das decisões concretas, fica, pelo menos!, o registo da sua pronúncia simbólica que, (in)felizmente?!, nos tempos que correm, não é de minimizar... refiro-me à ONU que se pronunciou em defesa de Baltasar Garzón, o Juiz que a Espanha levou à fogueira inquisitorial contemporânea... LER AQUI!
Ganhem 30 m de vida e vejam, com atenção!, os 2 vídeos que ilustram Quemé o Juiz Baltasar Garzón:o Homem que prendeu Augusto Pinochet, ditador do Chile, que quis julgar os assassinos a soldo de Franco e do Fascismo espanhol, que condenou os GAL contra os interesses (ditos "de Estado" mas, seguramente, corporativos!) e que defendeu e ajudou, como ninguém!, os indígenas na Colômbia...
Tenham a coragem de saber e de conhecer, com objectividade, as razões que assistem às obscuras motivações em que assenta a condenação de Garzón, o Juiz que ilustra o modelo de democracia pelo qual, todos, mas, mesmo todos!, aspiramos !... e sim, VIVA GARZÓN !
O regime judicial espanhol perdeu a credibilidade ao condenar o Juiz Baltasar Garzón com uma sentença que pode ser lida AQUI... Condenado a não poder exercer durante 11 anos por, alegadamente, ter autorizado escutas a corruptos em cumprimento de regime prisional, a partir de uma argumentação que faz jus à retórica distante da verdade e da justiça, o Juiz exemplar que todos gostariamos que fosse o modelo do exercício de uma profissão de que pode depender, tantas e tantas vezes, a vida e o futuro das pessoas, viu interrompida uma carreira cheia de dignidade a partir de uma ordem medíocre e indigna. A Espanha está mais pobre e mais sózinha, assumindo tempos de má-memória, particularmente assustadores nos tempos que correm! Entretanto, o mundo está com Baltasar Garzón ! Viva Baltazar Garzón ! (LER MAIS AQUI)
De .PGR e sistema de Justiça. a 15 de Fevereiro de 2012 às 09:58
Pinto Monteiro, Beirão, Provedor do Povo...
No meio da selva ou, se preferirem!, da floresta legislativa portuguesa onde há sempre caminhos que contornam a realidade, em nome de um relativismo absoluto permitido pelo quase indefinido número de recursos de que as decisões são objecto e por essa espécie de instrumento protector do indefensável que é a prescrição de crimes em casos de "colarinho branco" e afins, é reconfortante ouvir Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República. Afirmando que o exercício do cargo é efectivamente um "acto solitário", disso não nos restam dúvidas se pensarmos que foi o próprio quem assumiu que, em Portugal, o segredo de justiça é uma fraude.
Sendo incontornável que, apesar do muito que está por fazer, foi sob o seu mandato que mais casos de corrupção foram julgados (banqueiros, bancários, políticos, dirigentes desportivos, autarcas e por aí adiante), Pinto Monteiro foi hoje igual a si próprio: um homem de corpo inteiro, íntegro, democrata, verdadeiro e capaz de assumir as insuficiências do sistema judicial português e as deficiências do seu aparelho legislativo (relembrem-se as afirmações e decisões do PGR em casos como o das escutas ilegais e o da violência nas escolas) . Comove-me sempre ouvir pessoas honestas, conscientes das dificuldades intrínsecas da teia em que se movem, no esforço de exercer com dignidade o exercício das funções públicas de que são investidas - nomeadamente quando o fazem, podendo chegar ao final de "cabeça levantada", cientes de que fizeram o melhor do que de melhor se pode fazer em nome do interesse colectivo da sociedade e dos cidadãos... e se muito se pode sempre especular sobre o exercício de responsabilidades desta natureza, a verdade é que a opinião pública pensa sempre que o acesso ao poder significa liberdade de actuação. Não significa! A única liberdade de que se usufrui é a que resulta do exercício das funções nos termos da lei e a que resulta da capacidade de não ceder aos múltiplos interesses instalados, pela persistência na confiança da sua própria solidão e da sua capacidade de gerir os processos com prudência, inteligência e a ética indispensável à dignidade conceptualmente inerente ao sentido do dever público! - mesmo quando se está perante interlocutores que se investem de porte e vestes intimidatórias e se presumem capazes de criar ou destruir a imagem de pessoas insuspeitas.
(-por Ana Paula Fitas, 14.2.2012) Etiquetas: Direitos Humanos; Política; Direitos Humanos; Sociedade; Política; Justiça; Cultura;