Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2012

     Meias-hastes     (- LNT, [0.109/2012])

Bandeira da ONU a meia-hasteCumpre-me o doloroso dever de comunicar o falecimento da democracia helénica.
O corpo encontra-se em câmara ardente no Βουλή των Ελλήνων.
O funeral realizar-se-á em meados do mês de Abril, findo as exéquias, o féretro segue para o cemitério de Nürnberg.
Guernica 
'Guernica', de P.Picasso 
                                   Um apelo da Grécia    (-por José M. Castro Caldas )
   
 
Apelamos às forças e aos indivíduos que partilham estas ideias, para convergirem numa ampla frente de acção Europeia, o mais cedo possívelpara SALVAR os POVOS da Europa.” (Mikis Theodorakis e Manolis Glezos).  Do Reino Unido Tony Benn e outros responderam. 

    « 65 years after the defeat of nazism and fascism, European people are today confronting a dramatic threat, this time not military, but a financial, social and political one.

    A newEmpire of Money” has been systematically attacking one European country after another in the last 18 months, without facing any substancial resistance.

    European governments not only fail to organize a collective defense of European people against the markets, but, instead, try to “calm” the markets by imposing policies that remind us of the way governments tried to confront nazism in the ’30s.   ... »



Publicado por Xa2 às 07:47 | link do post | comentar

8 comentários:
De .Cegueira ou Finança assassina . a 14 de Fevereiro de 2012 às 12:20
A cegueira que mata
(-por Daniel Oliveira, Arrastão 14.2.2012, e Expresso online)

Wolfgang Münchau é um perigoso radical que escreve num jornal obscuro dirigido por anarquistas, socialistas e mais uns tantos irresponsáveis: o Financial Times. Para piorar a coisa, é alemão. Suspeito, portanto.

Ontem, Münchau juntou a sua voz à de mais uns tantos economistas sem mais credenciais do que umas medalhinhas suecas que têm lamentado a irresponsabilidade europeia na sua relação com a crise grega e portuguesa.

Gente que não acompanha a profundidade teórica e a sofisticação política dos nossos Eduardo Catroga, Cantiga Esteves, Medina Carreira e tantos teleconomistas doutorados na arte de explicar a crise ao povo e às crianças com metáforas domésticas e aforismos em saldo.

Diz Wolfgang Münchau que a Grécia e Portugal deveriam entrar em default e continuar no euro.
O louco contraria a nova tese em voga: correr os gregos do euro e, quem sabe, usar o dinheiro para salvar Portugal.
Supõem-se que, para depois da graça, aplicar a mesma terapia que deixou a Grécia em coma. Percebe-se o raciocínio:
como escrevi esta semana no "Expresso", nos últimos dois anos a banca francesa e alemã conseguiu livrar-se da dívida grega, a que estava muito exposta. E a Europa limitou os riscos de contágio grego para todo o sistema financeiro.
Agora está disposta a abandonar a Grécia na beira da estrada.
Ou a Grécia leva até às ultimas consequências mais um pacote de austeridade e morre no hospital ou sai do euro e morre em casa.
Como disse o ministro da Economia alemão, Philipp Rösler, "o dia D mete cada vez menos medo".
Não podia ser mais claro sobre a forma como a Alemanha olha para os problemas das suas "provícias".

Não faltará quem veja com bons olhos, em Portugal, esta saída:
ficar com os despojos gregos. Triste ilusão.
Ou se trava este caminho ou teremos, daqui a um ou dois anos, o mesmo tratamento.

E como vamos com um bom avanço - somos o país em processo de "resgate" a afundar-se mais depressa - o colapso acontecerá num instante.
Os fortes, quando julgam zelar pelos seus interesses, costumam ter igual compaixão pelos que lhes são subservientes e pelos que lhe fazem frente. Nenhuma.

A proposta de Wolfgang Münchau é outra:
gregos e portugueses entram em default, pondo fim a estes resgates absurdos para impedir um incumprimento inevitável.
Reforça-se o fundo de resgate do euro para reerguer as economias da Grécia e de Portugal e estanca-se, com coragem, a doença, impedindo que ela continue a alastrar.
Será caro, diz ele. Mas muito mais barato do que continuar a enterrar país atrás de país.

Münchau, talvez tomado por um profundo chavinismo anti-germânico, acusa os líderes europeus de "arrogância e ignorância".
De, sem qualquer experiência na gestão de crises financeiras, nunca se terem dado ao trabalho de consultar quem, em décadas anteriores e noutras partes do Mundo, tenha passado por crises destas.
E explica o óbvio:
não só o novo pacote de austeridade grego não vai resultar como é muito improvável que venha a ter condições políticas para ser aplicado.

Uma sondagem recente revelou que a maioria dos alemães quer a Grécia fora do euro.
Não entendem que isso será o principio do fim do euro.
Porque a Grécia é o sintoma, não é a doença.
E que sem euro a economia alemã pode começar a despedir-se dos seus anos gloriosos (pouco sentidos pelos trabalhadores alemães, diga-se de passagem).

A cegueira não é responsabilidade do alemão comum, que não tem obrigação de compreender as complexidades desta crise.
É do populismo mediático, político e académico que está a estupidificar a Europa.
E a matá-la.


De . Custo demasiado NÃO ! a 14 de Fevereiro de 2012 às 14:14
«Custe o que custar»
...
Será este o único e inevitável caminho? Custe o que custar terá de haver outro rumo esse sim gerador de esperança e capaz de dar sentido aos inevitáveis sacrifícios.

Esse outro rumo é colocar o crescimento e o emprego como primeira prioridade não só na agenda do Governo mas como um desígnio da comunidade nacional.

Custe o que custar é necessário dar crédito às empresas que estão a morrer por falta de procura ou por falta de financiamento às encomendas que recebem; custe o que custar é necessário que a energia e a logística estejam ao serviço das empresas e não de interesses particulares; custe o que custar é necessário que o sistema fiscal seja um instrumento de crescimento económico e não uma forma de continuar a esbulhar sempre os que trabalham; custe o que custar é necessário desburocratizar e colocar a Administração ao serviço do crescimento económico. Desenvolveremos estes temas em próximo artigo.»
[DE] Basílio Horta.


De Colaboracionistas, títeres e capatazes. a 14 de Fevereiro de 2012 às 14:19
Nem bom vento, nem ...
...
Os tempos são difíceis, mas como escreveu Sá de Miranda somos gente de “antes quebrar que torcer”.
No passado, o COLABORACIONISMO não deu bons resultados. No presente também não dará, certamente.

PS – A manifestação de sábado à tarde, que encheu o Terreiro do Paço, é um sinal importante da crescente disponibilidade dos portugueses para exprimirem o seu DESCONTENTAMENTO com as medidas de austeridade do governo.
A CGTP e o PCP são as únicas forças políticas capazes de levar à rua, com pujança, o inconformismo e o descontentamento, já que o PS tarda em encontrar o seu espaço na oposição.
Não ganham um único voto com isso, como as últimas eleições legislativas o demonstraram, depois das memoráveis manifestações dos professores, porque não entendem o que move a sua actual base social de apoio.
Mas sem o PCP e o seu braço sindical, a CGTP, a nossa democracia era mais pobre e vulnerável do que já é.»

[i], Tomás Vasques.


De A caminho do PIOR... custe o q custar ?! a 14 de Fevereiro de 2012 às 14:45
Já não estamos como a Grécia

«A atividade económica em Portugal deverá continuar a CAIR róximos meses, de acordo com os indicadores compósitos avançados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), ao contrário da Irlanda e MESMO da Grécia.» [DN]

Parecer do Jumento:
O futuro (próximo) dirá se não ficaremos PIOR do que a Grécia.
-----------------
Talvez a REVOLUÇÂO dos cidadãos chegue mais depressa ... e derrote os peões e capatazes do Império do Dinheiro...


De .A ruptura é inevitável. Escolha o lado. a 15 de Fevereiro de 2012 às 10:49
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De que lado vai querer estar cada um de nós?

«Leio os comentários de análise política da semana.
Dizem-me que devo indignar-me com Pedro Passos Coelho, por ele achar que os portugueses são piegas.
Dizem-me que devo revoltar-me por Angela Merkel, em tom de imperatriz a repreender reino súbdito, ter ridicularizado o despesismo da ilha da Madeira.
Dizem-me que um tal Schulz, presidente do Parlamento Europeu - o mais anónimo e incógnito do mundo ocidental -, opinou que fazer negócios com Angola levará Portugal ao declínio.
Dizem-me que devo protestar pelos maneirismos servis com que Vítor Gaspar se dirige ao ministro das Finanças alemão.
Dizem-me que, com estes sintomas, devo inquietar-me com a possibilidade de se espalhar um cancro que corrompa a dignidade e a soberania do meu país. Têm razão.

Mas eu gostava, também, de entender outras coisas. Queria perceber as semelhanças e as diferenças entre a manifestação de trabalhadores que encheu o Terreiro do Paço em Lisboa com a que espalhou fogo nos arredores da Praça Syntagma em Atenas.

Será que o desempregado que partiu de manhã cedo do Porto para ir à capital gritar palavras de ordem e regressar, à noite, contente por ter cumprido o que acha ser um dever cívico
tem a mesma história e a mesma motivação do que aquele grego que atirou um cocktail Molotov à loja Kosta Boda e agora se gaba de ter conseguido destruir todos os cristais de luxo que ofendiam o seu pessoal e real empobrecimento?

Será que a diferença entre Grécia e Portugal está no tempo, apenas alguns meses de diferença, da aplicação de medidas de austeridade?

Será que daqui a pouco, com a degradação das condições de vida de milhares de pessoas, veremos prédios a arder na Avenida da Liberdade, tal e qual aconteceu este fim de semana na Rua Stadiou?
Não sei. Talvez.

Olho para Passos Coelho, Angela Merkel, o tal Schulz e o próprio Vítor Gaspar e vejo pessoas desorientadas, que já não sabem por onde vão, já não sabem o que têm para fazer e, desconfio, já nem sabem muito bem de que terra são.

E olho para a cara de um manifestante, em Portugal ou na Grécia, e percebo claramente o que ele é, de onde vem e, sobretudo, o que não quer.

Olho para um lado, para governantes europeus que decidem em sussurro o destino de milhões e, por isso, desatinam.

Olho para o outro lado, para manifestantes que recusam ser encarneirados num rebanho a marchar, lento e calado, para a miséria e, por isso, gritam.

A ruptura é inevitável.
Ser patriota, ser lúcido é, então, saber escolher o lado certo onde ficar.»

[DN], Pedro Tadeu.

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O Jumento do dia :
António Saraiva

O presidente da CIP tem andado tão distraído com a gulodice da transformação de trabalhadores assalariados em escravos em part time
que só agora reparou aquilo que era óbvio, que a política económica que tem apoiado desde a primeira hora vai levar a economia ao colapso.

De certa forma até seria desejável que tal acontecesse, seria como um incêndio numa savana,
livraria a economia portuguesa das ratazanas, dos empresários que querem ser competitivos à custa da escravidão dos trabalhadores.
...
--------------------
Porta aberta à BANDALHICE nos salários dos GESTORES dos hospitais

«Os salários dos gestores hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não vão ter as limitações impostas pelo Estatuto do Gestor Público mas vão ser determinados por resolução própria, de acordo com um diploma hoje publicado.» [DN]

Parecer do Jumento:
«Aguarde-se pelos aumentos salariais nas administrações dos hospitais.»
-----------


De .Governantes: ignorantes ou a soldo ?!. a 15 de Fevereiro de 2012 às 10:59
- Para onde nos leva Merkel?

Para onde Merkel está a encaminhar a Europa, ou talvez melhor, o euro e a zona euro?

Uma voz abalizada, como a de Soros que, pelo menos na campo da especulação muito lucrativa, é uma referência, mas não só, mostra-se muito preocupado com as medidas patrocinadas pela senhora MERKEL:

Só lhe faltou dizer com todas as letras que a senhora é uma IGNORANTE completa. (ou está a soldo da alta finança ! )

Ele não disse. Disse apenas como cavalheiro educado que a senhora Merkel não retirou nenhuns ENSINAMENTOS da grande DEPRESSÃO de 1929, pois está a fazer os mesmos ERROS de então que só levaram ao agravamento da crise.

E quais são?

As medidas que apostam em cada vez mais AUSTERIDADE, designadamente através de empréstimos a taxas de JURO ELEVADAS, cortes de rendimentos, quando a saída da crise está em medidas que façam as economias dos países começarem a crescer.

Etiquetas: Soros Vs Merkel
(# posted by Joao Abel de Freitas, PuxaPalavra)


De Quem ganha ? os criminosos... a 14 de Fevereiro de 2012 às 16:01
Da (des)informação e da manipulação político-económica

A OCDE diz que há sinais de retoma económica... entretanto, as previsões das agências de notação assumem dados de sinal contrário...
é o caso da Moody's que baixou o rating de 6 países europeus (Espanha, Itália, Malta, Eslováquia, Portugal e Eslovénia)
- descida que integra o agravamento da posição portuguesa de Ba2 para Ba3, ou seja de "lixo" para "lixo de 2ª"!

Prevendo uma contracção económica de 3% para o nosso país no ano em curso, a Moody's atribui à "concertação social"o motivo de nos não descer mais níveis (ler aqui)...
além disso e como se não bastasse!, França, Reino Unido e agora até a Aústria foram colocadas em perspectiva negativa enquanto as agências Standard & Poor's e a Fintch baixaram, uma vez mais, a notação da banca espanhola (ler aqui)...
e se a moral da história repete que quem perde com a dinâmica da manipulação económica e política são sempre as populações, a pergunta é:
quem ganha com tudo isto -
a não ser os especuladores que até já no reino das imagens dos mercados têm tabuleiro de jogo?!

(- ANossaCandeia, A.P.Fitas)


De Solidariedade e contra-ataque à Finança. a 14 de Fevereiro de 2012 às 14:54

Solidarity campaign to support the people of Greece

(- guardian.co.uk, 13 February 2012 )

The people of Greece face an unprecedented economic and political crisis (Violence grips Athens, 13 February).
They are being driven to poverty and mass unemployment by the demands of the so-called Troika.
Hospitals in Greece are running out of medicines, nearly half of all young people are unemployed, workers in some sectors have not been paid for months, the living conditions of pensioners are being severely attacked, and many people are forced to resort to soup kitchens or scavenge from rubbish dumps.

Now the Troika demands a cut of 23% to the minimum wage, the sacking of tens of thousands of public sector workers and further cuts to pensions which have already lost nearly 50% of their value.

International capital is asset stripping an entire country and ripping apart its social fabric.
Greece is at the cutting edge of the austerity measures that are being introduced across Europe.

All the evidence shows that while these measures may protect the interests of the rich, they just make matters worse for the majority of the population.

What happens in Greece today we will see in Portugal tomorrow and in Ireland the day after.

In Britain, the coalition government is pursuing similar measures which will see workers' earnings reduced, see them working longer for a smaller pension, and the NHS dismantled, along with other public services.

Mikis Theodorakis, famous Greek composer of Zorba's Dance, and Manolis Glezos, veteran resistance fighter against the Nazi occupation, have issued a call for a European Front to defend the people of Greece and all those facing austerity.

We have decided to support this call and work with trade unions, campaigns and parties across Europe to establish a European Solidarity Campaign to defend the people of Greece.

We will organise solidarity and raise practical support for the people of Greece;
they cannot be made to pay for a crisis for which they are not responsible.
Tony Benn
...
...


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