De .. a 17 de Fevereiro de 2012 às 11:31
CAVACO, JOVENS E FUTURO
O Presidente da República não compareceu a uma cerimónia pública numa escola, antes anunciada. Podemos valorizar diferentemente o grau de verosimilhança da desculpa dada pelos respectivos serviços de apoio, mas todos ficámos a saber, quando vimos as imagens da contestação que o esperava, quais as verdadeiras razões da sua ausência.
Talvez, haja alguma injustiça quando se protesta contra o Presidente da República, por razões que mais acertadamente seriam imputáveis ao Governo. Mas deve compreender-se que nas emocionalidades reivindicativas acicatadas, por sucessivas decisões restritivas que vão estrangulando a qualidade da educação, não surja com clareza uma distribuição rigorosa de responsabilidades, pelo que nos falte ou nos agrida. O poder em toda as suas vertentes é, por isso, sentido como um todo causador do que justifica os protestos.
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A táctica é simples: pôr tudo no mesmo saco como se houvesse similitude entre o que se imputa aos do PS e aos do PSD. Isto, para já não falar em submarinos e sobreiros, especialidades do outro parceiro da actual coligação.
Que haja gente de esquerda que faça ecoar esta ronha da direita é que me parece estranho.
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Carlos Amado disse...
Para os "comentadores" de serviço aí pelas televisões, tão aterefados em passar a mensagem de uma juventude que não se interessa pela participação cívica ou mesmo reivindicativa, se já no mercado de trabalho ou à procura dele, é interessante que estes jovens do secundário dêm sinais que afinal também "pensam" e são crítico e acima de tudo provam que em sintonia prepararam ujma "boa" supresa a que como sempre um "medricas" Cavaco em se afirmar como referencial da Democracia e voz dos Portugueses, se esquivou !!
É tempo de ir juntando vozes e vontades para que este (des)governo rápidamente se vá....
16 de Fevereiro de 2012 19:09
Anónimo disse...
Sim, este devia ir mas... e para quê para voltar o dos outros corruptos dos robalos, sucatas, Freeportes e por aí adiante?
Infelizmente não temos alternativas credíveis.
Mas no essencial concordo com o Carlos, exige-se uma viragem nas políticas mas com outros políticos.
16 de Fevereiro de 2012 19:47
Rui Namorado disse...
A direita lançou uma subtil campanha, desde há uns anos a esta parte, para tentar relativizar o que sem isso lhe podia sair politicamente muito caro. Assim, aproveitando a sua presença estrutural no aparelho de Estado, explorou circunstâncias marginais e fortuitas, para transformar pequenas bagatelas em escândalos politico-mediáticos.Vejamos.
1. Freeport – alguma coisa foi apurada em desfavor do Sócrates desde então? Foi constituído arguido? Foi ouvido sequer judicialmente ?
2. Robalo e sucatas – há alguém da direcção nacional do PS envolvido no processo quealiás ainda está a decorrer? Que relevo tiveram as posições ocupadas no passado dentro do PS por qualquer dos réus?
Em contrapartida, um antigo líder parlamentar do PSD está preso; um antigo secretário-geral do PSD foi judicialmente envolvido num escândalo bancário tendo sido obrigado a demitir-se do Conselho de Estado; um antigo responsável pela área fiscal num governo do PSD, liderado pelo actual PR, esteve preso pela mesma fraude bancária praticada num banco por ele presidido, continuando em marcha o respectivo processo.
Por isso, saber se caminhamos para uma revolta da juventude, dotada de uma energia transformadora de toda a sociedade ou para uma explosão social dissipativa, fechada num desespero sem saída, é uma questão cada vez mais central. Procurar aumentar as probabilidades da primeira hipótese é um dever cívico elementar, sabendo-se que serão os próprios jovens quem em maior medida fará pender a balança para um dos lados. Mas maginar que sucessivas gerações de jovens irão continuar a alimentar indefinidamente filas crescentes de frustração e desespero, para deixarem que viceje a árvore podre da desigualdade, é talvez o sonho da pequena casta que monopoliza poder e dinheiro, mas não passa disso.
(-por Rui Namorado, OGrandeZoo)
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De .Presidentes... e éticas. a 17 de Fevereiro de 2012 às 14:48
Dois países, duas éticas
(-por R.Alves, http://esquerda-republicana.blogspot.com/ , 17.2.2012)
O presidente alemão DEMITIU_SE hoje. Ontem, um tribunal pedira o levantamento da imunidade presidencial de Christian Wulff.
É acusado de ter recebido um empréstimo de 500 mil euros a JURO BAIXO, para comprar uma casa. De alguém com quem o governo do Lander que liderava tinha negócios.
E de ter pressionado um jornal para não publicar o que se passara.
Esta é uma oportunidade imperdível para dizer bem da Alemanha. É que Cavaco é acusado de ter comprado e depois vendido acções à SLN, lucrando 360 mil euros. Ou seja, tinha negócios com ex(?)-amigos políticos, que andam agora de tribunal em tribunal. E sabemos que Cavaco não deu explicações nem se demitiu. E sabemos ainda que mandou o seu perpétuo assessor de imprensa à Avenida de Roma plantar uma notícia falsa, é certo que noutra ocasião.
Eu sei, há uma diferença fulcral. A nossa Constituição tem a seguinte disposição, muito pouco republicana: «Por crimes estranhos ao exercício das suas funções o Presidente da República responde depois de findo o mandato perante os tribunais comuns». Seria portanto impossível dar entrada a um pedido de levantamento da imunidade do PR no Parlamento (a menos que praticasse crimes no exercício das suas funções).
No fundo, a diferença nem é constitucional. É de ética. E nesse aspecto há que admirar a Alemanha.
De Acção pela Democracia e Justiça a 17 de Fevereiro de 2012 às 11:52
Um salto qualitativo na crise do euro
O Presidente da Grécia, Karolos Papoulias, reagiu com veemência às declarações do ministro alemão das finanças Wolfgang Schäuble que CONDICIONAVAM o financiamento da UE ao ADIAMENTO das ELEIÇÕES na Grécia e à formação de um novo “governo de tecnocratas” “que não inclua políticos como Venizelos ou Samaras, seguindo o modelo em prática na Itália.” (Diário Económico, p. 8).
No Spiegel Online: “Eu não aceito os insultos ao meu país proferidos pelo Sr. Schäuble.”
“Sempre tivemos orgulho em defender não apenas a nossa própria LIBERDADE, não só o nosso país, mas também a liberdade de TODA a Europa” disse Papoulias.
Como se vê (ler El País), Alemanha, Holanda e Finlândia já decidiram que é preferível deixar cair a Grécia e pagar a factura
(mas entretanto os seus bancos e especuladores já encheram os bolsos com os JUROS AGIOTAS que lhes sacaram... e qeriam continuar ).
E, na Grécia, a elite política já percebeu isso mesmo (ver aqui).
Aliás, a maioria da população também já terá percebido que as condições que lhe são impostas têm precisamente por objectivo obrigar a Grécia a abandonar o euro.
Assim, a crise do euro entra agora na fase terminal, a da crise política. Como eu já tinha antecipado em 2009 (aqui e aqui):
Em vez de anunciar o fim da crise vou fazer uma previsão polémica: o aprofundamento da actual crise com a entrada em cena de uma crise política europeia que irá juntar-se às crises financeira e económica.
Lamentavelmente, há demasiada gente ilustre que ainda não percebeu a natureza da presente crise.
E também não percebeu que o tempo que vivemos exige muito mais que escrever manifestos abrangentes e inócuos.
(-por Jorge Bateira , Ladrões de B.)
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