Foi há precisamente 25 anos, meio século, que o cantor do povo, fisicamente, nos deixou. As mensagens das sua canções continuam actualíssimas, essas nunca nos deixarão.
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder
Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
De Zé T. a 23 de Fevereiro de 2012 às 11:57
Viva o Grande ZECA AFONSO .
e não se esqueçam:
''Venham mais 5 '' para combater
'' FMI, FMI... '' e '' Vampiros '' !!!
De Zeca a 23 de Fevereiro de 2012 às 16:11
Zeca
(-por Daniel Oliveira, Arrastão)
José Afonso não era apenas um músico que emprestava o seu talento a causas em que acreditava. Não era uma estrela que se promovesse em participações esporádicas em cerimónias de solidariedade ocas. Não era apenas um dos mais talentosos músicos portugueses. Tão genial que fazia o que nenhum fizera sem ter um saber técnico especialmente apurado. Zeca Afonso era um militante, palavra que é hoje usada para insulto. Na sua generosidade, no seu empenhamento e no compromisso com as suas convicções. Sempre livre das tutelas de quem se julgasse dono das lutas dos outros, sempre preso ao dever de nelas participar.
Zeca Afonso era de um tempo em que a participação política se fazia por um imperativo ético. Era um compromisso de vida. Ao contrário de tantos outros da sua geração, esse empenhamento não foi um momento de excitação juvenil. Acompanhou-o até ao fim. Quando o engajamento político ainda se pagava caro (e ele pagou-o) e quando começava a ficar fora de moda. Foi sempre a todas, sem precisar de grandes palcos ou de holofotes. Onde estivesse a sua gente ele estaria. E a sua gente não era toda a gente. Nunca é para quem corre o risco de fazer escolhas.
Quase tudo o que Zeca Afonso fazia já não se usa. E é por não se usar que nos faz tanta falta. 25 anos depois, a sua ausência sente-se por sabemos que não nos faltaria nestes tempo de vampiros. Nunca nos faltou em todos os outros. Sorte a dos que tiveram um dos mais geniais músicos portugueses do seu lado de cada combate.
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