A propósito da última e da próxima, dita, greve geral
Embora possa haver quem pense o contrário (o que em democracia tem igual legitimidade) eu acho que A. Brandão Guedes teve toda a razão quando escreveu no seu blog “Bem-estar no Trabalho” a propósito da última “Vamos ter uma nova greve geral a 24 de Novembro, no mesmo dia, aliás da que foi realizada há um ano! O que mudou entretanto? Muito na situação social e política e pouco no campo sindical! Neste as coisas estão como estavam há um ano!”.
Muitos outros argumentos além dos que aí aludiu, poderia ter trazido à liça para justificar que nas últimas décadas os trabalhadores e o movimento sindical têm andado “de vitória em vitória com o risco de chegar à derrota final”.
Por isso se poderá perguntar quais as reais e legítimas razões e qual a estratégia de evolução segura nas políticas de actuação sindical que subjazem à decisão de marcar nova greve por parte da CGTP?
Será só para afirmar a nova liderança e o poder do partido de que provem ou também pressupõe a demonstração de que não se compreende, não se pode compreender, que depois de mais de um século e com tanta evolução etnológica em vez de se reduzir o horário de trabalho e da idade das reformas se andem a aumentar?
Já ninguém se lembra dos ditos desse grande filósofo que foi Agostinho da Silva que afirmou, inequivocamente, que sendo o Homem mais inteligente e menos egoísta poria os escravos modernos, que não nos colocam problemas de consciência, a trabalhar e reservava o seu tempo para a criatividade e realização cultural. Mas não, continuamos a fazer-nos escravos uns aos outros, em vez de cedermos às máquinas tal desempenho.
Vivemos submetidos a ditaduras com fingimentos de democracia. Elegemos quem nos representa nos actos da governação mas andamos submetidos aos interesses económicos subjugados pela carga de impostos e enganados pelos consumismos corrosivos da ética e da moral.
É verdade que embora a greve seja marcada, conjuntamente, pelas diversas forças sindicais o que constatamos, já nas dos transportes, é que os comunicados são do PCP/CGTP, do BE, do MRPP enquanto os socialistas assobiam para o ar e depois misturam-se nas manifs e acções da rua, alguns já se sabe.
A seguir tudo continua como dantes trabalhadores em queda livre...
Infelizmente nem sempre nos damos conta das, terríveis e das benevolentes, circunstancias que nos envolvem. Como dizia José Ortega, pensador espanhol dos fins do século XIX “Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela, não me salvo a mim."
Infelizmente não foi corrigida a constatação deste pensador de que "Foi preciso esperar até o começo do século XX para se presenciar um espectáculo incrível: o da peculiaríssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora todas as demais." Pelos vistos continuará pelo século XXI em diante.
Faz hoje um ano que foi marcada e realizada a manifestação do desassossego (a geração à rasca). Passado todo este tempo e pese embora os maiores agravamentos das condições económicas e sócias a arrastar a maioria da população para as bermas da pobreza, o pessoal continua sossegado, demasiadamente, poderá dizer-se. Até quando?
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