Quinta-feira, 22 de Março de 2012

             E  boas  notícias    (-por J.Vasco, 21.3.2012)

Como acompanho regularmente o Fado Positivo, já desde 2009 vou sabendo das notícias positivas quase silenciadas a respeito da nossa balança comercial.
Uma evolução gradual ao longo dos anos, com altos e baixos, que está prestes a atingir um ponto simbólico: a nossa balança comercial está quase equilibrada.
Como se conseguiu? Entre outras coisas, foi a aposta na inovação e na educação, no Turismo de qualidade, na produção de energia, etc...
Agora parece que se pretende apostar na diminuição dos salários e dos direitos laborais - uma escolha com falta de visão.

A aposta que falta fazer é a de criar um sistema de Justiça que funcione: é isso que vai promover o investimento, sem sacrificar o crescimento económico e o desenvolvimento do país.

 

          Más  notícias

«Receita do Estado caiu 4,3% nos dois primeiros meses deste ano»
«Défice do Estado quase triplica até Fevereiro»
«[BCE] não exclui a possibilidade de uma contracção de 5%, tal como consta do boletim mensal»
E haveremos de sair desta crise? Claro que sim, a mal ou a bem, mais tarde ou mais cedo, todas as crises chegam ao fim.

Mas a ganância, a sede de poder de quem chegou ao Governo foi responsável por um enorme agravamento desta crise, e o país vai pagar muito caro ter dado ouvidos às suas mentiras.

 

                   Revista de blogues (21/3/2012) 

         «(...) Arriscamo-nos a perder a geração que mais esforço e dinheiro nos custou a formar, e na qual depositámos esperanças na modernização do país. Se isso acontecer, os efeitos da austeridade de 2012 ainda estarão convosco em 2022. O país estará divido entre aqueles que mais dependem da segurança social e do sistema nacional de saúde e uma população ativa de onde os mais formados saíram do país. Junte-se a esse panorama as remessas da emigração e o “Conta-me como foi” passa a ser uma série sobre o futuro de Portugal.
      Há maneira de inverter essa tendência. A União Europeia precisa de competir com o enorme investimento que os países emergentes fazem em Investigação & Desenvolvimento. Só o que a China gasta nessa área é superior a todo o orçamento da UE. O Brasil abre novas Universidades Federais todos os anos. Porque não fazem os europeus o mesmo, fundando estrategicamente Universidades da União nos países mais afetados pela crise para impedir a fuga de cérebros e preparar os sillicon valleys do futuro? (Defendo essa ideia, chamando-lhe “o programa Erasmus levado à maturidade” num artigo da revista Europa: Novas Fronteiras dedicado à sociedade do conhecimento).

         (...)

       Exemplos como o da emigração dos jovens qualificados permitem-nos entender como a austeridade, no contexto errado, pode ser pior do que um disparate: é um desperdício.» (Rui Tavares)

 

                    Revista de blogues (20/3/2012)

        «(...) É verdade que o valor nominal dos impostos será menor se o Estado investir menos em educação, sendo o resto constante. Mas é falso que isto represente uma redução no esforço económico médio das pessoas que contribuem os impostos. Isto porque custa muito menos pagar dois mil quando se ganha seis mil do que pagar duzentos quando se ganha seiscentos. Os impostos são a melhor forma de reduzir o sacrifício médio de pagar algo que a maioria deseja, pela forma como distribuem o esforço. (...)

      Haverá sempre quem tenha dinheiro para pagar cursos da treta, e haverá sempre empreendedores a lucrar oferecendo-os. Quanto mais o Estado se ausenta do ensino, mais o critério principal de concorrência passa a ser o lucro, que depende mais da capacidade de cobrar dinheiro aos clientes do que de de dar uma boa formação aos alunos. (...)

        Felizmente, o curso não é o mais importante, porque o fundamental no ensino superior é que os alunos aprendam a aprender. Tanto faz que estudem física nuclear, biologia molecular ou história da arte, o que importa é que desenvolvam a capacidade de lidar com informação nova, de a examinar de forma crítica e de testar as opiniões que vão formando. Não é realista planear antecipadamente uma carreira de quarenta anos. Mas saber ler, escrever, aprender e pensar é sempre uma vantagem, e a proficiência nisto exige muito mais formação do que a maioria julga.



Publicado por Xa2 às 13:49 | link do post | comentar

2 comentários:
De .UE: Pacto Desemprego e Suicídio... a 27 de Março de 2012 às 10:34

--- O Pacto do Desemprego
(-por AG , CausaNossa, 22.3.2012)

No dia 13 de Março ultimo, intervim no debate em plenário do PE sobre o último Conselho Europeu, no qual 25 países da UE assinaram o chamado Pacto Orçamental.
Disse o seguinte:
"O Pacto Orçamental assinado há dias é a demonstração de que o crescimento e o emprego continuam a ser clamorosamente ignorados pelos líderes europeus.
Como explicar também a passividade dos nossos governos e da Comissão perante a evasão fiscal, apesar de o Sr. Barroso hoje aqui ter reconhecido que ela desvia mais de um trilião de euros do investimento na economia europeia?
Este "fiscal compact" nem uma linha contém sobre harmonização fiscal, controlo de off-shores, combate ao "dumping" fiscal entre Estados-Membros, nem sequer sobre a taxa sobre as transacções financeiras que, além de recursos adicionais para investir na economia, seria um princípio para controlar as transacções financeiras na UE.
Admiram-se assim que os jovens europeus se vejam obrigados a sair da UE? Em Portugal, onde a taxa de desemprego está já acima dos 35%, o Governo assume a incapacidade e a incompetência colectiva: encoraja-os a emigrar.
Admiram-se apenas? Não morrem de vergonha?".
--------

--- Quem em caminho leva pressa, em caminho chão tropeça

No Conselho Superior da Antena 1, no passado dia 13, sustentei que Governo e PS não devem ter pressa em ratificar o Pacto do Desemprego - dito "orçamental" - assinado na última cimeira europeia.
Expliquei que tem regras de difícil exequibilidade e duvidosa constitucionalidade europeia, para além de não fazer realmente avançar a governação económica na União, pelo contrário agrava as receitas de austeridade punitiva e recessiva. Sustentei tratar-se sobretudo de pacto “para alemão ver”. E sublinhei que François Hollande já se comprometeu, se ganhar as eleições presidenciais francesas, a pedir a renegociação deste Tratado. Tudo razões para não haver pressa nenhuma em Portugal em o levar a ratificação pela AR.
Mas esse não é, pois claro, o entendimento do Governo amestrado que nos empobrece e nos destrói a economia nacional.
Ora leia-se o que escreve o "Diário Económico" há algumas horas:
"Ser o primeiro a aprovar o novo pacto orçamental faz parte de uma estratégia de comunicação do Governo para se demarcar da Grécia e sobretudo da Irlanda, que vai referendar o Tratado.
Portugal vai conseguir ser o primeiro país europeu a ratificar o novo Tratado (...) Trata-se de um sinal político de determinação e apego à estratégia de consolidação orçamental
(...) A ratificação parlamentar está agora prevista para o dia 13 de Abril, e a partir de então os elementos do Tratado - como o travão da dívida ou um mecanismo automático de correcção de défice excessivo - vão passar a assumir um valor para-constitucional na legislação portuguesa.
Segundo apurámos, não há sequer registo no Conselho Europeu de outro país com data fixa para o efeito porque os procedimentos legais são morosos.
(...) As previsões de ratificação noutros países são todas posteriores: a Alemanha tem previsto ratificar em Maio, a França só o fará depois das eleições presidenciais (Maio), a Irlanda tem o referendo que se aponta para Junho e a Bélgica será dos últimos porque precisa de passar pelos parlamentos regionais e federal. (...) os países têm até final do ano para ratificar porque o Tratado está previsto entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2013, logo que 12 estados do euro ratifiquem."
Cá estaremos para ver se ao afã marrão e graxista da lusa dupla láparo-gasparina se não aplicará o provérbio:
"Quem em caminho leva pressa, em caminho chão tropeça"!

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---Para uma Alternativa Socialista Europeia

Aqui neste link http://www.anagomes.eu/pt-PT/noticias.aspx?newsid=ddd498bb-fb96-445c-94a4-2d7190457da0
poderá ler-se o Manifesto "Para uma Alternativa Socialista Europeia" que subscrevi, com um conjunto de militantes socialistas europeus, apresentando propostas concretas para a Europa sair da crise.
No mesmo link acha-se o convite para uma conferência em Bruxelas, aberta ao publico e que poderá ser seguida em directo por "webstream", de lançamento e debate deste Manifesto. No dia 28 de Março. Com participação especial de Jacques Delors.


De Promiscuidade Governo-Oligarquias e PPP a 27 de Março de 2012 às 10:39
--- Caso Iberdrola?
(precedente do 'caso' EDP )
(-por AG )

Êh pá! Sinto-me finalmente muito bem acompanhada no PS.!!!
Acabo de ouvir o meu querido camarada António Costa revelar que também o incomodou muito a promiscuidade no... "caso Iberdrola".
Tempos houve em que me achei muito sozinha a vociferar contra o escândalo de Pina Moura acumular conselhos de administração empresariais com a cadeira parlamentar socialista.
Afinal não era só "anti-iberdrolice/pinamourice" aguda minha...

--------
--- Borges, Bórgias ou borgas?

Ou tudo junto?
Como se retira dos comentários curiosamente coincidentes que António Costa e Pacheco Pereira estão, certeiramente, a emitir na "Quadratura do Circulo".

Sobre a alarmante, despudorada e obscena promiscuidade das elites oligárquicas a quem o Governo PSD/PP está a entregar o desmantelamento e os proventos do que nos resta do Estado.


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