Hoje não é dia do colaborador... (-por João Rodrigues )
Todos nós, quando nos levantamos da cama, de segunda a sexta, não o fazemos para ir colaborar. Não chegamos ao fim do dia cansados por termos estado a colaborar. Não é a nossa colaboração que enche de orgulho – ou de frustração. Grande parte do que somos, fazemos e representamos está no nosso trabalho. Por isso, somos trabalhadores. No fundo, é isso que se celebra no 1.º de Maio. E para que possa ser festejado é feriado. Um feriado que homenageia o trabalho no seu sentido mais nobre, o trabalho que não é apenas fonte de rendimento, mas também de realização e de prazer. E de respeito. A isso chama-se trabalho. Nunca colaboração.
Manuel Esteves no Negócios. As palavras são importantes e as lutas dos trabalhadores pelo trabalho com direitos, pelo respeito, fazem-se com elas. Tal como acontece por toda a imprensa, também neste jornal a palavra colaborador enxameia as notícias sobre o mundo do trabalho. Hoje, pode ler-se no sítio, por exemplo, que um jornal espanhol vai despedir um terço dos 600 colaboradores...
Mais uma do merceeiro holandês
«Fonte oficial da retalhista não quis "confirmar ou desmentir esta informação". A mesma fonte adiantou apenas que, "quem for às lojas, vai encontrar uma proposta diferente". E, acrescentou, "o 1 de Maio vai ser um dia especial nas lojas Pingo Doce".
Sobre os pormenores da campanha, a mesma responsável afirmou que, por razões de estratégia comercial e concorrência, "não vamos detalhar o que será essa proposta".
A campanha surge um dia depois de a marca ter colocado durante o fim-de-semana outro panfleto promocional, com oferta de "preços imbatíveis" para algumas categorias de produtos - alimentares, higiene, entre outros -, permitindo assim uma poupança imediata entre 16% e 50%.» [DE]
Parecer do Jumento: Boicote-se o Pingo Doce
Este rapaz força a abertura das mercearias no 1.º de Maio e agora faz concorrência ao 'Continente' com uma campanha de descontos de 50% para compras superiores a cem euros. Grande canalhice.»
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1- Abrir a 'grande superfície' no 1ºMaio, e todo o dia, é OFENSIVO para os Trabalhadores e Cidadãos conscientes ...
2- multiplicar a carga de esforço dos trabalhadores com multidões de clientes 'loucos' (a lutar por um produto, um carrinho vazio, ...) é pior ainda ...
3- praticar preços a 50% (fora do período de saldos) é CRIME de 'dumping' económico ...
é prejudicial para os Consumidores (durante o resto do ano porque é que não baixa mais os preços?!)
e Produtores ('esmagando-os' com imposições de preços que os arruinam !! abusando do seu poder de mercado quase monopolista!) ...
e é também Concorrência Desleal para com os restantes comerciantes (levando-os à falência... para depois dominar o mercado e impor os preços que lhe apetecer...
4- Lembrem-se: esta agressiva campanha comercial e publicitária não é inocente e "não há almoços grátis" !! ...
Esta actuação deveria receber FORTE REPÚDIO de Consumidores, Produtores, outros Comerciantesm e Cidadãos conscientes ... e aprofundada averiguação/aplicação de ''MÃO PESADA'' por parte das Autoridades (ASAE, A.Concorrência, Tribunais,...).
Porque ontem foi dia do trabalhador... (-por João Rodrigues )
De .Partido Pingo Azedo. a 2 de Maio de 2012 às 13:34
O homem * quis comprar o 1º de Maio
Faz-me lembrar o “senhor” que atirava moedas ou côdeas a pobres para os ver lutar, ou o turista entediado que na Madeira atirava moedas ao mar para ver as crianças a mergulhar, arriscando a vida.
Um gesto cheio de significado de um grupo económico que, ao querer comprar o 1º de Maio, passou a dedicar-se, não só aos negócios, mas à política pura.
(-por José M. Castro Caldas )
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* 'PingoDoce'/ Jerónimo Martins/ Alex.Soares dos Santos (/ António Barreto/ FundaçãoFMS...), o homen/'autor' do 'livro' «Ética, Fuga ao Fisco e Planeamento Fiscal» ...
De Dominar a manada, Ditadura democapitalis a 2 de Maio de 2012 às 13:47
...
Isto sim é a verdadeira ditadura ... A ditadura das necessidades e a ditadura de poder jogar com as mais básicas necessidades ...
Parece que eles estão a conseguir o objectivo de dominar a manada porque povo com fome é povo que não pensa, não vive e não actua nem tem capacidade para mudar ou sequer querer mudar ...
De .indignidade 3ºmundista ! a 2 de Maio de 2012 às 13:57
Todos ao 1º de Maio do Pingo Doce !
(-por Daniel Oliveira, Arrastão)
Dia 1 de Maio. As imagens na televisão são o retrato de um país que vive em degradação evidente.
Milhares de pessoas invadem os supermercados do Pingo Doce. Confusão, incidentes, cenas de pancadaria, polícia de choque em algumas lojas, prateleiras vazias, saque de produtos alimentares.
A Jerónimo Martins ofereceu descontos de 50% para quem fizesse compras superiores a 100 euros.
Num dos feriados que ainda eram respeitados pelas grandes superfícies, a filantrópica família Soares dos Santos, a que, nos intervalos de lições de responsabilidade aos nossos governantes procura e encontra esquemas para fugir ao fisco, a que, descobrindo que os seus mal pagos funcionários estão na miséria lhes dá umas esmolinhas em géneros, assinala assim o dia do Trabalhador.
É esta a nossa elite económica:
tudo o que represente a dignidade de quem trabalha merece dela um olímpico desprezo.
No mesmo dia em que Passos Coelho tem, como única mensagem a dar aos portugueses, o anúncio de que o desemprego, que já atingiu recordes nunca vistos, vai continuar a aumentar, muitos portugueses dedicaram o seu dia à corrida às compras.
Não os condeno.
Quando não há dinheiro um desconto destes, com venda de produtos abaixo do preço de custo (dumping quase sempre pago pelos fornecedores) faz diferença.
E não é seguramente por consumismo que alguém se planta, às 4 da manhã, à porta de um supermercado.
Nada obrigava a Jerónimo Martins a fazer esta promoção neste dia.
Mas a pobreza tem mais força que a repressão.
Enquanto as pessoas lutam para comer não lutam por direitos.
Nenhuma ditadura conseguia resumir um dia de resistência àquelas imagens degradantes.
O que ficará do 1º de Maio de 2012 em Portugal é isto: um povo a esbofetear-se por um desconto em comida.
Uma empresa que é incapaz de compreender qualquer ideia que se assemelhe a "dignidade".
Um poder político que nos atirou para este humilhante retrato terceiro mundista.
De Mortos-vivos-estúpidos-provocadores-... a 2 de Maio de 2012 às 14:04
O dia dos mortos-vivos
(-por Sérgio Lavos, Arrastão)
A rede de mercearias que recentemente decidiu mudar a sua sede fiscal para a Holanda teve um dia em cheio.
Numa PROVOCAÇÂO aos sindicatos que convocaram uma greve, decidiu oferecer cinquenta por cento de desconto aos clientes que fizessem compras de cem euros.
O departamento de marketing do grupo está de parabéns: a maioria das lojas ficou em estado de sítio com a horda de zombies consumistas que esvaziaram prateleiras e lutaram por um pedaço do sonho proporcionado pelo magnânimo Alexandre Soares dos Santos, um dos pais da pátria.
Estão todos bem uns para os outros:
a rede de mercearias pode até ter tido prejuízo hoje - a prática de DUMPING (venda de produtos abaixo do preço de custo) é probida por lei mas ninguém reclamou;
contudo, a publicidade gratuita que está a conseguir irá repercurtir-se por muitos dias.
Para além disso, parte do PREJUÍZO será assumido pelos FORNECEDORES/ produtores - cada campanha dos grandes grupos é sempre em parte financiada por quem coloca lá os seus produtos, numa perversão das leis da concorrência que torna a posição negocial destes grupos incontestável.
Mas também os zombies estão de parabéns:
os milhares (milhões?) de clientes que hoje gastaram dinheiro em mercadorias a granel - é para isso que estes estímulos ao consumo desenfreado servem - não chegarão a perceber que parte daquilo que compraram não era absolutamente necessário e por isso viverão felizes na IGNORÂNCIA dos ESTÚPIDOS.
Mas os sindicatos que andaram a fazer campanha contra as cadeias de hipermercados que abriram também não ficam bem na fotografia.
A verdade é que os trabalhadores desta rede vão receber a triplicar e terão um dia de férias a mais.
E o "POVO", essa entidade que, quando quer, sabe comportar-se como uma HORDA de ZOMBIES, esteve literalmente a borrifar-se para a crise e para os direitos dos trabalhadores.
As coisas são como são.
Mas tenhamos uma coisa em mente:
nas alegorias políticas em forma de filme de zombies de George Romero, os mortos-vivos acabam quase sempre por ganhar consciência e tomar conta de tudo.
Os neoliberais contentinhos com o êxito passageiro de Soares dos Santos poderão ser os humanos do futuro, carne para os zombies de agora.
Nada dura para sempre.
Adenda:
parece que falta uma coisa muito simples a quem critica o Pingo Doce:
uma tomada de posição sobre a cadeia e a atitude deplorável que tomou.
A minha vale o que vale, muito pouco, mas aqui está:
não voltarei a pôr lá os pés.
Ponto.
De o país q temos... e quem manda... a 2 de Maio de 2012 às 14:33
agent
A PSP emitiu um comunicado via facebook (http://www.facebook.com/policiasegurancapublica) onde acaba por dizer que
não existiram “registos de detenções ou graves situações de alteração de ordem”.
Portanto, excluindo uns problemitas pontuais ligeiros aqui e ali, foi um dia normal de compras no Pingo Doce.
Ou seja, aquilo que mais me pareceu uma espécie de simulação de um dia apocalíptico, onde uma cadeia de supermercados aproveita-se da situação miserável (não me refiro exclusivamente ao seu perfil económico)
dos seus clientes para fazer marketing estratégico e ganhar uns pontos na guerra com o Continente e Ca.
– espero que ninguém tenha caído naquela da “ajuda”, pois se o PD quisesse efectivamente ajudar os portugueses, não acumulava uma megapromoção destas num único dia (e justamente num dia simbólico como o 1º de Maio), mas distribui-a proporcionalmente por todos os restantes dias do ano –
para a PSP não passou de uma operação rotineira, de um dia normal, lá está.
O facto de toda aquela gente não ser malta freak, não fumar o seu charrito, nem serem fotojornalistas com a câmara em riste, entre outro tipo de gente “ameaçadora” com especial predilecção para ocupar espaços, em vez de os esvaziar, contribuiu certamente para tanta normalidade.
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A cada dia que passa, damos um novo significado à expressão ´bater no fundo´...
Como os cobardes que são, os nossos governantes vão olhar para o que se passou ontem e assobiar para o lado.
Mas que não haja ilusões, a vergonha fica TODA do lado de quem nos conduziu a este estado.
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... estamos a caminhar para uma sociedade "Mad Max"
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Esta foi uma acção de manipulação politica com um statement bem definido.
O mais baixo preço vence os mais altos valores.
Caracteristicas de uma sociedade facebookiana e apolitica.
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Muitíssimo bom este seu texto! Está cá tudo dito.
"enquanto as pessoas lutam para comer não lutam por direitos".
Porque não escolheu o Pingo Doce outro dia para este desconto?
Foi muito triste o que se assistiu.
Um funcionário do Pingo Doce disse à minha mãe que esse dia lhe era pago a triplicar e ainda gozaria de uma folga extra neste ano.
Não posso garantir que assim o seja, evidentemente, mas a ser verdade é uma "boa forma" de manter os empregados calados
(- se fossem apanhados a falar, especialmente com jornalistas, ou se se recusassem a ir trabalhar nesse dia ... era despedimento imediato !!)
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a falta de respeito está todos os dias presente nas lojas pingo doce, em mais ou menos pequenas doses. ontem pelos vistos foi em dose cavalar.
a administração pública, a administração fiscal, a edp, a pt, etc, tratam-nos constantemente sem respeito.
os livros de reclamações são uma anedota. os advogados são caros e ineficazes.
e acabamos por nos habituar a engolir sapo atrás de sapo. e a dignidade, acabamos por nos esquecer do que ela é.
cada vez mais acredito que a revolução será primeiro uma revolta de consumidores e uma revolução no consumo.
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A luta pelo direito ao comer, sobrepôs-se à luta pelo direito ao trabalho.
E no intervalo, há os sem escrúpulos de espécie alguma.
Se há trabalhadores que não podem deixar de trabalhar para aqueles que não têm escrúpulos, também os há que trabalhando para estes, não precisam deles para nada.
Refiro-me mais exactamente ao António Barreto - e eventualmente outros - que neste momento, se tiver dignidade - como eu julgo que tem - o minimo que deve fazer, é abandonar a actividade que têm numa fundação da família Soares.
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O que mais custa é ver os "Governantes" a olhar para esta notícia e não pensarem para si mesmos
"f###-se, algo está mal"...
Aquilo foi digno de um Haiti pós-terramoto, sem ofensa aos haitianos...
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Era bom ver a magnanimidade do senhor ASS nos prazos de validade de cada produto vendido hoje.
Como sabem, os supermercados deitam para o lixo consideráveis quantidades de produtos por terem expirado os respectivos prazos de validade.
Hoje a cadeia Pingo Doce abateu prejuízos presentes e futuros renovando os stocks.
Às vezes, sob a capa da «bondade», escondem-se outros propósitos)muito menos nobres.
Este PD é um ACTOR POLÍTICO (de mau gosto).
De . Insulto à dignidade... a 2 de Maio de 2012 às 14:42
Pessoal
(-por Daniel Oliveira)
Não faço apelos.
E aceito que as outras cadeias de supermercados podem ser iguais.
Mas há uma fronteira entre a falta de sensibilidade social e o mais puro dos insultos à dignidade.
Como o Sérgio e tantos outros, nunca mais ponho os pés no Pingo Doce.
Esta gente terá de compreender um dia que há mesmo má publicidade.
De .ATOMIZADOS, desunidos, FRACOS Cidadãos a 3 de Maio de 2012 às 17:52
Mais 5 pingos agridoces
[ Operadores de loja PD : Sabe bem pagar tão pouco ]
1. Independentemente de eventuais efeitos perversos na sua imagem, localizados em particular entre elites sempre horrorizadas com a “turba”,
a política de preços do Pingo Doce, friso a palavra POLÍTICA, para além da mensagem ideológica óbvia no 1º de Maio, coerente com outros investimentos ideológicos fundacionais de Alexandre Soares dos Santos,
sinaliza uma estratégia comercial que me parece destinada a ter sucesso dadas as circunstâncias cada vez mais difíceis de tantos trabalhadores, reformados ou desempregados com cada vez menos possibilidades.
Eles sabem o país que estão a criar e o seu conhecimento deve ser levado a sério. A grande empresa é aliás um repositório de conhecimento.
2. Estamos perante a resposta comercial, que não é para quem quer, mas sim para quem pode empresarialmente, a uma economia sem pressão salarial para a qual esta política de COMPRESSÃO de preços por sua vez contribui à sua escala.
É claro que os trabalhadores nunca recuperam pelo lado do preço aquilo que perdem pelo lado do salário directo e indirecto, mas
cada um, isoladamente, não tem capacidade para fazer essa conta colectiva.
Para isso precisamos de mecanismos de coordenação – de um Estado capaz, entre outras coisas, de resistir à chantagem fiscal do capital a sindicatos fortes,
outras tantas formas de combater uma economia que erode a identidade do cidadão mobilizado, do trabalhador organizado, para cultivar a do CONSUMIDOR ATOMIZADO .
Este é sempre mais VULNERÁVEL às estratégias dessa concentração de poder que é a grande empresa, que tudo procura saber sobre os naturais “enviesamentos cognitivos” das pessoas, de que aliás se aproveita e que procura cultivar.
3. De qualquer forma, as pessoas fazem o melhor de que são capazes nas circunstâncias que são as suas.
Esta hipótese não é trivial porque coloca o enfoque nas duas dimensões centrais da actividade política:
o que as pessoas podem ser e fazer nas suas vidas, as tais capacidades, e as circunstâncias, já que as pessoas são, em parte, seu produto.
Trabalhar em ambas as dimensões, desenvolver e humanizar, exige conhecimento e simpatia prévios, capacidade de se colocar no lugar do outro.
Também assim se pode evitar o espectáculo, política e intelectualmente lamentável, dos que apoucaram quem foi ao Pingo Doce no 1º de Maio.
4. Se é verdade que a maioria dos trabalhadores consome tudo o que ganha, isto não significa que o consumo seja a única motivação para trabalhar,
ao contrário do que afirmou um antigo historiador do movimento operário chamado Manuel Villaverde Cabral, um dos que deve ter esquecido o muito que leu e escreveu para ser capaz de estar com quem tem poder.
5. A referência às “leis da concorrência” como principio regulador é risível perante a realidade da grande empresa e do seu poder, inclusive na fixação de preços.
O controlo não se faz pela ficção do mercado e das suas regras, mas sim pela realidade do controlo político democrático das actividades autoritárias e dos custos sociais da grande empresa capitalista.
(-por João Rodrigues )
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LC:
A minha revolta não foi pela promoção pois eles até podem dar tudo o que têm lá.
Estou revoltado foi pela escolha do dia.
Uma afronta a quem trabalha a baixo preço.
Podiam ter escolhido o primeiro sábado do mês.
De Escolhas por preço baixo a 3 de Maio de 2012 às 17:41
Maquiavel disse...
Esta chico-espertice do PD/JM/SdS vai acabar como todas as chico-espertices. No médio prazo, vai ao ar.
Olhando ao ponto 2,
existe uma cadeia que joga nos preços baixos desde sempre, o Lidl (e o Minipreço)-- até haviam 2, mas o PD comprou os Plus.
E o LIDL é uma cadeia enorme a nível europeu, enquanto a JM tem lojas em Portugal, Polónia, e pouco mais. O Lidl tem economias de escala a uma escala (...) que a JM sonha à noite. Eles ousaram cutucar o vespeiro, e väo se ferrar.
É que eu prefiro comprar a uma empresa estrangeira honesta, cujos donos säo exigentes mas abominam o nazismo,
e que näo muda a sede por motivos fiscais
e que tem produtos feitos em Portugal, do que uma empresa supostamente portuguesa e trafulha,
cujo dono é mais nazi que os nazis, onde nem os iogurtes já säo portugueses.
Serei o único? Näo me parece.
LIDL ou Minipreço ; PD não.
De .Dumping: arrasar p. monopolizar. a 10 de Maio de 2012 às 15:13
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. DUMPING é uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador), por um tempo, visando prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos. É um termo usado em comércio internacional e é reprimido pelos governos nacionais, quando comprovado. Esta técnica é utilizada como forma de ganhar quotas de mercado.
Como exemplo, pode-se constatar a prática de dumping se a empresa A, localizada no país X, vende um produto nesse país por US$ 100 e o exporta para o país Y por US$ 80, sempre levando em consideração a existência de condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de comercialização, prazo de pagamento etc.)
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O dumping é proibido porque destrói a concorrência"
Imaginemos um grande empresa capaz de suportar prejuízos por longos períodos. Se essa empresa vender abaixo dos preços de custo irá ter prejuízo, mas irá forçar os seus concorrentes directos a vender também abaixo do preço de custo... ou a não vender. As empresas mais frágeis irão resistir menos tempo e acabar por falir primeiro. A grande empresa terá eliminado assim a concorrência pelo processo de "dumping". O dumping é portanto o processo de venda abaixo do preço de custo por um período de tempo suficientemente longo para liquidar a concorrência. Falar de dumping referindo-se a uma situação pontual, de uma promoção em um dia específico, é de quem não sabe o que está a dizer.
"Em Portugal não nos faltam - fiquemos na eletricidade - exemplos do preço que pagamos por monopólios privados."
É verdade, estamos até a pagar a preço de ouro a energia eólica que os amigos do Eng. Sócrates produzem. Isto sim, um verdadeiro roubo, obrigar o consumidor a comprar algo que ele não quer comprar, com lucros fabulosos para as empresas amigas dos governantes de então.
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Tocaste no fundamental
Não se pode é confundir liberalismo económico - que faz falta numa sociedade que se pretende livre, justa e redistributiva - com selvajaria.
Obviamente que esta monopolização da grande superficie, não existe por essa Europa onde há muito mais respeito pelos actores económicos, apesar de aparentemente as sociedades serem mais liberais.
E um liberalismo desmiolado e desregrado que existe em alguns sectores da nossa sociedade, aplicado a um país pobre como o nosso, tende a criar este miserável fosso entre uns e outros, ficando à mercê de uns tubarões que logicamente aparecerão em vorazes cardumes, aqui e ali.
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Slint
Adoro estas pessoas que falam da URSS como se lá estivessem estado mas depois no final de contas leram tudo o que sabem num artigo da Time na altura do Red Scare ou algo do género.
Mas por acaso acho que sim, anarco-capitalismo é que é o caminho, não devia haver regulamentos, nem impostos, cada hipermercado cobra o que lhe apetece, tipo a gasolina claro que obviamente depois todos combinam os preços tipo as gasolineiras
e depois aparece a malta democra-cristã a dizer "ahhh não podemos fazer nada, nós não decidimos os preços" sim é verdade não podem fazer nada, porque se fizessem estavam a ir contra aquilo que defendem do mercado sem regras e para aumentar o preço do petroleo basta uma mosca peidar-se na arabia saudita para haver logo escandaleira, então como seria nos hipermercados?
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De oligopólio/cartel destrói famílias/ país a 10 de Maio de 2012 às 15:40
Sai tão caro pagar tão pouco
(-por Daniel Oliveira, Arrastão)
.
[ PD sabe bem pagar tão pouco ( !! aos empregados e fornecedores) ]
Muitos dos que sofrem do síndrome do capataz e estão convencidos que se defenderem quem mais tem passam a ser um deles revoltaram-se conta as críticas à promoção do Pingo Doce, porque toda a gente teria ficado a ganhar.
O Pingo Doce promoveu-se e renovou o stock, os fornecedores escoaram os seus produtos, os clientes compraram mais barato.
São estranhos estes liberais que nem o b-a-ba das regras do capitalismo entendem.
O dumping é proibido porque destrói a concorrência, favorece a concentração e põe, a médio prazo, os consumidores nas mãos de uma só empresa.
Em Portugal não nos faltam - fiquemos na eletricidade - exemplos do preço que pagamos por monopólios privados.
Escrevi aqui que o "dumping é pago quase sempre pelos fornecedores". Meu dito, meu feito.
Vários fornecedores já fizeram saber que lhes chegou a factura de uma promoção em que ninguém lhes perguntou se queriam participar. Não sou adivinho.
É costume das grandes superfícies cobrar aos produtores o que é decisão sua. (i,e. os grandes abusam do seu poder de negociação:
contratam as quantidades, qualidade/controlo, prazos a adquirir aos fornecedores (pescadores/horticultores/...) e depois pagam, a três meses!!, uma % (de metade a 1 décimo do preço a que venderam, se venderem ...!! ).
Esta inacreditável forma de fazer negócios só é possível porque os produtores, mesmo depois de esmifrados até ao último cêntimo, têm poucas alternativas.
As grandes superfícies esmagaram todo o comércio e três delas controlam quase toda a distribuição de bens de primeira necessidade.
Num país onde a regulação é apenas um conceito teórico, elas foram, com um euro forte, uma política agrícola europeia criminosa e escolhas erradas no modelo desenvolvimento, uma doença letal para a agricultura e pescas.
Muitos responderão:
mas sem os grandes supermercados os preços de consumo de bens de primeira necessidade seriam bem mais altos. Não contesto.
Mas esse é um problema de um país que baseia a sua economia em salários baixos: apenas pode viver com preços baixos.
E salários e preços baixos, numa economia aberta, matam as empresas mais pequenas, incapazes de competir com quem tenha economia de escala.
Preço baixo garante salário baixo que depende do preço baixo que leva ao salário baixo.
Como as grandes superfícies importam quase tudo o que vendem (ganhando muito com o défice na balança de transações), esmifram os produtores nacionais e rebentam com o pequeno comércio, têm o efeito de um eucalipto (: sugam e secam tudo à volta !!).
A nossa pequeníssima classe média - o nosso modelo económico, de que a proliferação das grandes superfícies e o desaparecimento dos mercados e do comércio tradicional são exemplo,
favorece a polarização social - não chega para alimentar alternativas ao comércio barato e de má qualidade.
A solução não é proibir ou fechar hipermercados. É, antes de mais, criar regras.
Como existem em vários países europeus, para defender a economia e a vida nas cidades.
Mas, a longo prazo, passa por perceber que o modelo de crescimento económico que baseie a nossa competitividade em salários baixos não encontrará nunca um equilíbrio virtuoso.
A pobreza de muitos é, ela própria, causa de empobrecimento dos restantes.
E num país pobre não há pequenas e médias empresas capazes de competir, no mercado interno, com gigantes.
Infelizmente, há quem acredite que promoções como as do Pingo Doce fazem parte da solução.
Como prova a factura que agora está a chegar a produtores que trabalham no limiar da sobrevivência, faz parte do problema.
Quando estes fornecedores falirem teremos mais alguns desempregados.
O desconto de 50% no consumo custar-lhes-á uma perda de 100% no rendimento.
Sabe bem pagar tão pouco? (aos empregados e fornecedores) .Sabe.
(E melhor ainda quando esmaga concorrentes e depois pode aumentar "liberalmente" os preços, porque se tornou monopolista ou oligopolista e concerta preços com os 'poucos concorrentes/ parceiros do CARTEL ).
Mas custa tão caro. (custa demasiado !! aos clientes, fornecedores e pequenos concorrentes, aos cidadãos e ao país- destruindo sua econ)
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