De . a 28 de Maio de 2012 às 15:26
--- Secretas d'interesses não-públicos..
(a 8.5.2012 )
O lugar dos criminosos não é no Estado, é na prisão
O DIAP informou ontem que foram acusados três arguidos do recente caso das «secretinhas».
Acusados dos crimes de «acesso ilegítimo agravado, abuso de poder, violação do segredo de Estado e corrupção passiva e ativa para ato ilícito».
Note-se:
um deles é o pomposo ex-director do não menos pomposo «Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa». Director.
Vou repetir a minha repetição:
há anos que aviso.
O problema não é de esquerda nem de direita. É de República.
A pretexto do 11 de Setembro, as democracias deixaram crescer um monstro destinado teoricamente a vigiar islamistas mas que rapidamente se dedicou a vigiar tudo e todos.
Em Portugal, o ovo saiu da serpente com Barroso, cresceu com Sócrates e tem engordado com Coelho.
Os governos permitiram que uma quadrilha de criminosos entrasse no Estado, criasse uma cultura de abuso de poder e troca de favores, e que cometesse actos à margem da lei ou abertamente criminosos, com a «desculpa» de que o mundo estava em perigo por causa do sr. Laden (já morreu, sabiam?).
Até lhes deram força quando a quadrilha reivindicou a alteração da Constituição para poder fazer escutas sem mandado legal.
A pretexto dos islamistas, iam poder escutar Conselhos de Administração.
E vender a informação por bom preço.
Talvez, quem sabe, ainda tenham escutado partidos, sindicatos e associações.
Infelizmente, tarda-se em tirar conclusões.
O Parlamento ainda há meses achou normal que um fiscalizador das «secretas» prometesse não fiscalizar: elegeu-o.
E, como se sabe, nos últimos meses os relatórios alarmistas produzidos pelos lunáticos do Forte da Ameixoeira têm piorado gravemente a relação entre a polícia e os cidadãos, ajudando a uma escalada que pode acabar com mortos nas ruas.
O SIS e o SIED são causa de insegurança.
A única boa solução é extinguir estes serviços do Estado (que não são, insista-se, serviços públicos).
E um dia talvez ainda se descubra que em 2006 um certo Sofiane Laib foi torturado em calabouços lá para Plovdiv pelos esbirros do SIS, levado de Portugal. Por «funcionários públicos» portugueses.
-por Ricardo Alves, http://esquerda-republicana.blogspot.pt/2012/05/o-lugar-dos-criminosos-nao-e-no-estado.html#comment-form
----- Gr. Opus e Loja d'amigos e confrades
(a 10 de Maio de 2012 )
. Inútil
(mas perigosas e caras são as "secretas" para uma República justa, livre e democrática; mas podem ser muito bem manipulada e úteis para as oligarquias e organizações discretas que sugam os cidadãos e recursos de um país !!)
(-por Sérgio Lavos, Ladrões de B., 10.5.2012)
O senhor dos aventais e ministro da propaganda, Miguel Relvas, certamente imbuído de uma extraordinária boa-fé, recebia clippings e propostas de nomes para as secretas de Silva Carvalho, o espião caído em desgraça.
Nada que surpreenda. Ninguém admite, ninguém fala, todos negam.
Sabendo que certamente a culpa uma vez mais irá morrer solteira, vamos todos falar durante algum tempo da ignomínia de alguém ter usado de forma abusiva dados absolutamente confidenciais do Estado para promoção profisional, esquecendo a essência da questão:
a evidência de promiscuidade entre um determinado poder subterrâneo - sim, a Maçonaria -, as grandes empresas e o Estado.
Tudo é uma Grande Loja para amigos, confrades e companheiros.
Três dos líderes parlamentares - PSD, PS e CDs - são maçons. Grande parte das bancadas também.
João Proença, que cedeu nas negociações da concertação social, também gosta de usar avental em determinadas ocasiões.
Depois de uma suposta reunião com Relvas, o grande obreiro do Governo. Sabe-se tudo de toda a gente sem se saber nada.
E tudo mudará, para ficar na mesma.
Donos de Portugal?
Não brinquem, a indignação é, e será sempre, inútil.
tags: maçonaria, serviços secretos, opus dei, partidos centrão, gr. empresários, gr.soc.advogados, 'jornalistas', ...
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Num país normal, qualquer chefe de uma 'secreta', acusado do mesmo que Silva Carvalho, seria imediatamente e preventivamente detido.
Aqui, temos esta bandalheira!...
De Cabecilhas, maus rapazes e medrosos a 28 de Maio de 2012 às 17:24
---- Surdinas (baixinho para que ninguém nos ouça)
Enquanto que na vida real os chefes dos bandos são sempre olhados como os responsáveis e aqueles que importa apanhar,
na política portuguesa os cabecilhas são sempre bons rapazes que têm o azar de andar em más companhias.
LNT [0.281/2012]
---- Teorias da conspiração
Mais uma vez na nossa História recente fala-se de teoria da conspiração. É sempre assim quando os conspiradores são apanhados nas suas próprias conspirações e, porque são conspiradores estúpidos, quando insistem em mentir tentando fazer de estúpidos todos os outros. São todos presumivelmente inocentes, menos os electricistas de serviço que estão para a presunção de inocência como a classe média está para a crise.
Quem puxa a ponta do cordel numa estorieta destas recebe de troco fugas de informação e de contra-informação que fazem o turbilhão girar rápido na esperança de que aquilo que é para subir à tona se afunde centrando os olhares na espuma que o próprio remoinho produz.
O caso do hiperactivo Relvas é uma excitação sem fim. Um policial que mete espiões à portuguesa, resquícios dos conselheiros Acácios que sobraram depois de extinguir a PIDE mantendo-lhes os tiques e a escola do pior que ela tinha para que o medo continue a ser o cão-pastor do rebanho.
É sempre assim em Portugal. É mais do mesmo, mais do "o chefe até é muito bom rapaz. Que pena andar com más companhias" ou mais da necessidade de se ter de renascer duas ou mais vezes para se ser sério, confundido legalidade, ainda que imoral e sem ética, com seriedade.
Se Relvas tombar, porque esta gente só tomba, nunca cai, há-de continuar a fazer o que sempre fez porque um cargo ministerial não lhe dá mais poder do que aquele que sempre teve. Para a chantagem e manipulação só é necessário ser-se bem informado e mal formado.
LNT [0.280/2012]
«Grosseiramente imprudente»?
SIRP
No que respeita ao Sistema de Informações da República (SIRP), há muito concluímos que a deriva antidemocrática torna sempre mais impossível a sua reforma. SIS e SIED põem em causa o regular funcionamento das instituições.
Dos últimos anos, continuam ocultos pelo segredo de Estado o «caso» Silva Carvalho (ex-director do SIED), de tráfico de influências e monitorização ilegal de comunicações, o «caso» do «manual de procedimentos» dos serviços, que ensina actuações ilegais, o «caso» da escuta ilegal de um cidadão chinês a estudar em Portugal.
SIS
A alegada «necessidade das escutas», mistificação da «comunidade de informações», acólitos e mandantes, visa escutas sem controlo, porque não existe impedimento à intercepção de comunicações, desde que decidida por um magistrado judicial, isto é, o SIRP pode suscitar a decisão de uma escuta legal, não pode é decidi-la ilegalmente.
Neste quadro, o «varrimento» electrónico pelo SIS, numa operação em que participou o seu director Horácio Pinto, do gabinete de A. Figueiredo, presidente do Instituto de Registos e Notariado, entretanto detido e arguido no caso dos «vistos gold», coloca pelo menos duas questões – como é possível, quem não pode legalmente interceptar comunicações, decidir(!) e executar(!) uma (contra-)intercepção à escuta legal decidida por um juíz e concretizada pela PJ? Não é evidente que a acção do SIS está em conflito com a Lei e que há indícios de conexão criminosa?
Como é possível que o Conselho de Fiscalização do SIRP, presidido por P. Mota Pinto, que esteve indicado para o Novo Banco e suspendeu funções no CFSIRP, e que entretanto voltou como se nada fosse, tenha decidido que se tratou de uma acção legal mas apenas «imprudente», ou mesmo «grosseiramente imprudente»? Não fica claro, de novo, que a fiscalização é uma mera cobertura para as ilegalidades do SIRP?
Mas já Tereza L. Coelho, vice-presidente do PSD, enquanto insistia na treta do «não há razões para os portugueses ficarem preocupados», deixou escapar que «ficámos tranquilos» (PSD/CDS e quem mais?), «as medidas ... implementadas … são adequadas para diminuir riscos de instrumentalização e utilização indevida», que assim implicitamente se admitem. Não será tempo de, quem de direito, tratar desta matéria?
---- http://ocastendo.blogs.sapo.pt/ 18/12/2014
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