3 comentários:
De .Desenv. sustentável e Justiça social. a 4 de Julho de 2012 às 10:02

"Lamento informar-vos, mas somos todos africanos", diz o arcebispo sul-africano Desmond Tutu

[Lusa, 26-06-2012]

Os seres humanos só têm uma casa, que estão a destruir, e ainda não perceberam que são "da mesma família", que, na origem, é africana, afirmou hoje o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, numa conferência na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Recorrendo a histórias bíblicas e com o riso que lhe é característico, Desmond Tutu realçou que uma das "lições de deus" é a de que "não podemos ser humanos em isolamento, precisamos dos outros para nos complementar".

Acreditando que os seres humanos são originalmente bons e que é "um incrível privilégio fazer deste o nosso mundo", o Nobel da Paz sul-africano falou do "cuidado pelo outro", que "é da mesma família", para, após uma gargalhada daquelas que o caracterizam, dizer:
"Lamento informar-vos, mas somos todos africanos." "Imaginem, se realmente acreditássemos nisto, investiríamos tanto em instrumentos de morte e defesa como fizemos até agora?", questionou,
comparando os "escandalosos orçamentos" gastos em defesa e armamento à pequena parte canalizada para "dar água limpa e comida suficiente às crianças do mundo".

Manifestando-se impressionado com os jovens e com o seu "incrível idealismo, acreditando que é possível ter um mundo diferente", o arcebispo e Nobel da Paz referiu-se ao movimento Occupy Wall Street, nos Estados Unidos,
para realçar que a falta de tolerância com as desigualdades "não está a acontecer só em países pobres, mas em todo o lado".

Desmond Tutu partilhou a conferência "Diálogos sobre a paz e o desenvolvimento sustentável" com Jorge Sampaio, que, reconhecendo que
"os indivíduos são essenciais", sublinhou que "nada realmente acontece sem esforço coletivo".
"Temos diálogo todos os dias, mas o diálogo que interessa é sobre as diferenças e sobre o que temos em comum, aquele que obriga a negociar o tempo todo", destacou o ex-Presidente da República português e atual presidente da Aliança das Civilizações.

Sublinhando que "uma crise em algum lado é uma crise em todo o lado",
Jorge Sampaio afirmou que importa questionar se a democratização, "uma necessidade absoluta", tem de "ser apenas ocidentalização", antecipando necessidades de "compromisso".
Elogiando o atual momento de ativismo, Jorge Sampaio justifica os recentes protestos realizados um pouco por todo o mundo como a prova de que
desenvolvimento sustentável e justiça social "são duas coisas básicas".

Enumerando os números negros da pobreza, da literacia, da saúde, da água e do saneamento,
recordou o último encontro com Desmond Tutu, em 2008, na Faixa de Gaza, "sítio onde não é fácil entrar e de onde não é fácil sair".

Reconhecendo não ter a capacidade para citar as escrituras sagradas, o assumidamente não crente Jorge Sampaio reconheceu que é preciso ter "fé", no sentido de "capacidade para acreditar".


De .Sem MEDO dos 'mercados'... os culpados. a 13 de Julho de 2012 às 10:20
"O País que Não temos ... "

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« NÃO temos MEDO dos mercados, eles que paguem a crise .
Ninguém há-de morrer de fome num país com mais ovelhas que gente e mais canas de pesca que telemóveis.»
- Olafur Grimsom, presidente da Islândia
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... eis o que se não pode dizer de Portugal...
porque foi destruída a agricultura e a pesca e desmantelado todo o aparelho produtivo
(que, ainda que incipiente, continha um potencial de crescimento e desenvolvimento)
em nome de um deslumbramento inculto ("ouro dos tolos") pela megalomania de uma globalização e de uma tecnologia impossíveis (alheada da consciência de que toda a moeda tem o seu reverso!)...

por isso, o país que hoje temos é o que caminha a olhar de longe o mérito, a objetividade, a coragem e a inovação como se de ameaças se tratassem,

persistindo na lógica da reprodução em circuito corporativo fechado, para prejuízo de todos os cidadãos... e lucro da mediocridade...

(-por Ana Paula Fitas, 12.7.2012, ANossaCandeia)


De avestruz a 19 de Julho de 2012 às 09:42
Já cansa essa lenga-lenga da destruição da agricultura. Nunca este país teve uma agricultura auto-suficiente. Sempre o país consumiu mais do que produziu, mesmo nos períodos em que se passava fome em Portugal. Lamentavelmente o que se devia ter destruído e não destruiu, apesar de aí o país ter investido muito dos seus escassos recursos, foi a iliteracia, que continua cada vez mais pujante. O povo, que escolhe os políticos, é um povo preguiçoso, individualista, intrinsecamente oportunista, nem se dá ao trabalho de pensar um pouco. Mas está sempre prenhe se exigências e convencido que os demais países estão desejosos de produzir riqueza para que este povo, português consuma. Convence-se que pode com segurança ter uma alta taxa de abandono escolar, ter passagens administrativas, ter um nível de conhecimentos teóricos e práticos irrelevantes, que alguém, no estrangeiro há-de pagar a fatura. Para este Povo todas as desgraças são culpa de terceiros, nunca deles próprios. Cansei.


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