Quinta-feira, 19 de Julho de 2012

       Eucaliptar  Portugal     (-por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)

    Conhecendo-se o muito  negativo  impacto  ambiental do  eucalipto consumo de água (elevado, reduzindo/secando os aquíferos e as fontes naturais), maior facilidade de propagação de incêndios e efeitos nas espécies autóctones (impedindo o seu crescimento/ eliminando-as, acidificando o solo, e levando à desertificação) - as leis portuguesas exigiam algumas regras para a sua plantação. E, para impedir o recurso a atividades criminosas que beneficiavam o infrator, determinava-se que nas zonas atingidas por incêndios só se poderia replantar árvores de espécies diversificadas (típicas de climas mediterrânico e temperado atlântico).

     Segundo nova legislação que o governo apresenta agora, inédita na Europa, a arborização até cinco hectares e a rearborização até dez hectares poderá ser feita com qualquer espécie, sem necessidade de qualquer autorização. Volta-se à regra do deferimento tácito, um convite descarado à corrupção sem rasto.

     Como o eucalipto é uma espécie (de crescimento rápido) com retorno financeiro rápido - mas enormes prejuízo económicos e ambientais a longo prazo -, o fim de qualquer entrave à eucaliptalização do território garantirá que Portugal, um dos países com mais eucaliptos na Europa (ocupa uma área superior a 700 mil hectares (!!!), o que tem contribuído para as piores estatísticas de incêndios da Europa), destruirá muito rapidamente toda a sua floresta. Como nem a pequeníssima área agrícola é protegida pela nova lei, os melhores solos para a nossa agricultura também serão afectados. O processo de desruralização do território entrará na sua derradeira fase. Grande parte do País será um enorme eucaliptal sem ninguém a viver lá (o deserto !!).

     A alteração das regras para a rearborização das áreas ardidas é apenas um prémio ao crime. Diria mesmo que é um convite ao crime.

     Não é difícil perceber de onde surgiu esta criminosa ideia. A celulose tem espaço para crescer e exportar. A crise, quando se é governado por quem não tem objetivos a longo prazo, favorece uma má utilização dos recursos. O País precisa de exportar e a indústria aproveitou a dificuldades da nossa economia e um governo sem rumo para garantir para si própria uma liberdade absoluta. O seu poder nos sucessivos ministérios da agricultura é conhecido. Mas faltava encontrar em São Bento gente suficientemente irresponsável para permitir que a floresta portuguesa lhe fosse entregue sem freio.

     Com esta irresponsabilidade o governo facilitará a desertificação das zonas rurais, a destruição do que sobra da nossa agricultura e a propagação crescente de incêndios - quer pela natureza deste tipo de plantação, quer pelo prémio ao crime. Muitos dos erros que foram cometidos no passado resultam da cegueira de quem governa a olhar para o dia seguinte. Este será, no futuro, apenas mais um exemplo.

     Não sei se este governo se move, neste caso, por preconceito ideológico contra os limites ao mercado, por cedência aos mais poderosos interesses empresariais ou por desespero económico. Sei que, em todas áreas da nossa economia, há um padrão: o da irresponsabilidade sem limites. É só mais uma.

           Aqui  d'el-rei !  (-

O Governo projecta a liberalização da plantação do eucalipto, a espécie florestal mais predadora da água (, do solo) e da paisagem no nosso país. Já temos a paisagem florestal mais monótona e mais feia da Europa. Vamos ficar ainda pior.
Decidadamente, conforme o seu ADN, o Governo cede em tudo ao lóbi das celuloses, que há muito ansiavam por esta mina.
         Eucaliptos  no  Alentejo ?! ...  (-por Ana P.Fitas)
     O que não se pode fazer em terras com alto risco de desertificação é... plantar eucaliptos! Por isso, entre as populações do Alentejo, a notícia da plantação deste tipo de árvores não é sinónimo de reflorestação mas, isso sim, de mais um incentivo à morte lenta da paisagem e à extinção de toda a riqueza social que está associada à frescura dos campos!... Quem se não lembra das fontes de purissima água da Serra d'Ossa que, aos fins-de-semana, faziam a delícia das famílias e das crianças que subiam a Serra para lanchar à sombra das árvores e encher garrafões e garrafões desse precioso líquido que nos dispensava o recurso e o gasto em águas de marcas comercializadas?!... hoje, é triste atravessar a Serra... as fontes secaram e não se vê viv'alma!...
     Ganharam as celuloses, perderam as populações... e, como diz o povo, devemos sempre aprender com os erros!... Estranho é, por isso, que quem deveria saber o não saiba ou o troque por "meia dúzia de réis" que não aproveitarão -como nunca aproveitaram!- a ninguém... a não ser aos proprietários das celuloses que, além do mais, intoxicam o ar com as suas pestilentas fábricas (quem se não lembra de Mourão e de Vila Velha de Ródão?), afastando das terras os seus naturais e, naturalmente!, ainda mais, os turistas!... enfim... são opções!... pena é que o custo dessas opções seja o despovoamento regional decorrente da desertificação física e humana, irrecuperável por muitas e muitas décadas - como bem sabemos pela esperança infundada com que continuámos, inutilmente, a olhar a Serra na esperança de que recuperasse!... Não recuperou!... e ensinados desde crianças sobre o facto de nem sempre o mais fácil ser o melhor, para os alentejanos, esta é uma notícia tétrica -principalmente pela consciência de que esta é uma das regiões mais desertificadas e pobres da Europa...  


Publicado por Xa2 às 13:45 | link do post | comentar

10 comentários:
De Izanagi a 19 de Julho de 2012 às 22:03
O problema não está só “neste governo”, o problema são “os governos” , este e os que o antecederam.


De Nem autarcas, nem cidadãos se mexem !! a 20 de Julho de 2012 às 10:43
-----Dulce Costa :

realidade... nada mais há a dizer... só perguntar:

ONDE ANDAM OS VEREADORES...
OS PRESIDENTES DAS JUNTAS DE FREGUESIA...
OS PRESIDENTES DAS CÂMARAS????

----Ana Paula Fitas
... é caso para perguntar, Dulce... sem dúvida alguma! Obrigada!

------ brites :

Este país está sequestrado por interesses espúrios,
e parece que ninguém está disposto a mexer-se contra eles,
como se fosse uma fatalidade inscrita no adn das nossas necessidades !

O futuro é coisa impalpavel sem gente dentro,
para esta cambada toda que se remete ao silêncio e passividade.

----- Ana Paula Fitas
Brites, faço minhas as suas palavras, cujo sentido tanto dizem da nossa consciência:
"O futuro é coisa impalpável sem gente dentro"... Obrigada.
Um abraço.


De contra o Eucaliptal e lóbi celulose/... a 27 de Janeiro de 2014 às 16:13

Portucaliptal

--por Vital Moreira , 26/1/2014, CausaNossa


Não temos um partido verde nem uma consciência política ambiental.
Se tivéssemos, o DESASTRE ECOLÓGICO que é a contínua EUCALIPTIZAÇÂO do país, sem paralelo em nenhum outro país europeu, não continuaria, com o solícito apoio de todos os governos.

Ao contrário do que corre como verdade convencional, o principal lóbi do País não é a BANCA mas sim a indústria da celulose, à qual vamos sacrificando a paisagem e a diversidade florestal, assim como os AQUÍFEROS do país, para além de combustível fácil para os INCÊNDIOS florestais do verão...


De Porcaliptal e + ainda +... !!! a 4 de Junho de 2015 às 09:19
Portucaliptal

(-por Vital Moreira , 4/6/2015, Causa nossa)


«Portugal tornou-se a pátria mundial do eucalipto, mais do que a própria Austrália.
O eucaliptal não cessa de se expandir, dos vales às montanhas, dos terrenos esqueléticos aos de vocação agrícola, à beira de rios e de albufeiras.

Se não o é já, o eucalipto está em vias de se tornar a principal espécie arbórea do país, antes do pinheiro e do sobreiro.»

Eis a introdução da minha coluna semanal de ontem no Diário Económico.


De Portucaliptal no país e desgoverno a 10 de Novembro de 2015 às 10:14


---- Portucaliptal

( 03/6/2015, Vital Moreira, http://economico.sapo.pt/noticias/portucaliptal_220081.html )

Urge travar esta marcha irresponsável para o desenvolvimento insustentável da floresta entre nós, de que as próximas gerações não nos absolverão.

1. Portugal tornou-se a pátria mundial do eucalipto, mais do que a própria Austrália. O eucaliptal não cessa de se expandir, dos vales às montanhas, dos terrenos esqueléticos aos de vocação agrícola, à beira de rios e de albufeiras. Se não o é já, o eucalipto está em vias de se tornar a principal espécie arbórea do país, antes do pinheiro e do sobreiro.

O Estado tem participado ativamente na eucaliptização galopante do país, criando legislação favorável, deixando de impor as restrições que permanecem (como a eucaliptização de áreas queimadas), financiando generosamente a plantação de eucaliptos. O atual Governo leva a palma no desvelo pelo lóbi agroindustrial do eucalipto, protagonizada pela indústria do papel. Poucos casos haverá em Portugal de tão escandalosa captura do Estado por interesses setoriais.

Espécie de rápido crescimento (três ou quatro vezes superior ao pinheiro bravo), o eucalipto
é correspondentemente agressivo dos recursos hídricos e dos terrenos em que se implanta, sendo um inimigo declarado da diversidade biológica e da sustentabilidade ambiental. Sob uma floresta de eucaliptos nada medra e tudo seca. Depois dos cortes regulares ou depois de cada incêndio o solo nu fica exposto à erosão acelerada.

O eucaliptal é também visualmente agressivo. A monocultura do eucalipto está a tornar Portugal na paisagem rural mais medonha da Europa. Navegar na barragem da Aguieira ou passear na Serra de Ossa é uma experiência deprimente. Se a Toscana e a Córsega fossem em Portugal já estavam cobertas de eucaliptos.

2. Um das "falhas de mercado" que justificam e tornam necessária a regulação pública das atividades económicas consiste nas chamadas "externalidades negativas", ou seja, as situações em que parte dos custos daquelas acabam por ser suportados pela coletividade (por exemplo, custos ambientais), não recaindo sobre quem retira vantagens dessa atividades.

Tal é obviamente o caso da rendosa fileira agroindustrial do eucalipto que usufrui da mais-valia das externalidades que não paga. Como se isso não fosse bastante, em vez de limitar esses custos e de os fazer pagar pelos beneficiários, o Estado ainda vai subsidiar essas atividades, aumentando ainda mais os custos coletivos.
Urge travar esta marcha irresponsável para o desenvolvimento insustentável da floresta entre nós, de que as próximas gerações não nos absolverão.

Cumpre, antes de mais, restringir os terrenos suscetíveis de receber eucaliptos e estabelecer limites às áreas de monocultura extensiva contínua.

É necessário, em segundo lugar, fazer cumpri a legislação existente, dotando a polícia florestal de meios humanos e materiais e de instrumentos jurídicos adequados, desde o embargo administrativo às coimas dissuasoras.

Por último, é preciso não somente cessar a subsidiação pública do eucaliptal mas também fazer pagar à fileira do eucalipto os custos ambientais da atividade. Uma taxa sobre os eucaliptais constitui um instrumento plenamente justificado para internalizar os seus custos sociais, moderar a sua expansão e assegurar a fiscalização e efetivação da legislação florestal.

Mas, como é evidente, a primeira condição disto tudo é libertar o Estado (ministério da Agricultura e da Economia) do poderoso lóbi da celulose que dele se apoderou.


De .pró Eucaliptal, neoliberal, lobis... a 10 de Novembro de 2015 às 10:36
---JSoares:
...Que há muitos eucaliptos e poucas outras espécies é verdade. So what ? se a terra é privada e as industrias que compram as madeiras as pagam de modo diferente...as opções dos proprietários são obvias.
Claro que as politicas públicas devem "corrigir" os mercados, mas perseguir o eucalipto, com o que já se conhece da espécie, não parece ser o mais inteligente.

----LGaluxo:
O Professor Vital Morereira quer acabar com uma das principais fontes de divisas do país, umas das principais actividades a criar emprego nas zonas mais desertificadas, a cultura que impede que grande parte do território se resuma a cabeços de pedras e mato que ardem de 4 em 4 anos, o mais efectivo sumidouro de carbono disponível, e uma das principais fileiras a contribuir com impostos para o Estado. E o que colocar no seu lugar? Velhinhas com véu preto e estevas em fundo para os turistas chineses tirarem a fotografia?

----bursa:
Interessante que muito embora 90% dos investimentos privados sejam em (re)arborizações com eucalipto ninguém comenta o facto favoravelmente. O papel que utilizamos no dia a dia não nasce logo em resmas, que de noite aparecem nas prateleiras das lojas.
Contrariamente ao expresso todas as acções de(re)arborização estão sujeitas a apresentação de projecto.
A mudança de espécie florestal está condicionada por vários diplomas legislativos e refiro apenas os mais importantes, a saber DL 173 de 1988 de 17 de Maio e DL 169 de 2001 de 25 de Maio.
Não há qualquer liberalização das (re)arborizações, vulgo plantações, áreas superiores a 0,5 ha, estão todas sujeitas a apresentação de projecto. Basta consultar o site do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas para esclarecer o site é intuitivo.
... Não compreende que um proprietário tenha que abandonar uma vinha porque não a consegue trabalhar e plante eucaliptos para obter algum rendimento daqui a uns anos! É que é gente que tem que subsistir com o rendimento mínimo!Visualmente agressivo? Monocultura? A vinha, o olival intensivo, os pivots de milho, as estufas,(não são monoculturas, são agricultura em grandes extensões)não estão obviamente ligados a lobi nenhum... nem o pinho ou a cortiça. A ultima legislação sobre a matéria permitiu que certas Câmaras Municipais cobrassem as arborizações ao hectare...algo semelhante à emissão de moeda...será isso que está novamente na calha? De notar são estes homens que fazem as leis e recorda-me a frase " s´ils n´ont pas de pain, qu`ils mangent de la brioche"..

----FGSilva:
...espécie como o 'Eucalyptus globulus' estar tão bem, adaptada às nossas condições naturais, ao ponto de permitir o desenvolvimento de uma fileira que tanta riqueza e emprego gera no nosso país.
...há muito a fazer pela floresta portuguesa. Mas, acredite se quiser, o Eucalipto está longe (mas mesmo muito longe) de ser o problema da nossa floresta.
Sugiro-lhe ainda, perdoe-me a ousadia, que consulte os dados disponíveis na página do ICNF (www.icnf.pt) sobre incêndios florestais. Poderá ver que, ao contrário do que se diz, o eucalipto não é a espécie que mais arde, apesar do seu predomínio no território e, em particular, nas regiões do Centro e Norte do país.
... fileira tão importante para a nossa economia, e concentremos os nossos esforço na procura de soluções para os verdadeiros problemas que afectam a nossa floresta e dos pequenos proprietários florestais que necessitam de ver as suas pequenas parcelas gerar o rendimento necessário à sua conservação em bom estado.
... coisa que nos separa (ou talvez não): a ideia de o Estado não poder por e dispor daquilo que (neste caso o eucalipto) tem um dono (de acordo com a nossa legislação), e impôr, sem mais, e como muitos advogam, um ónus (diminuição do rendimento) sobre os proprietários florestais (geralmente muito pequenos) para que a estética de uma paisagem (que nunca foi um valor absoluto) prevaleça para benefício de terceiros. Ou está o meu amigo disposto a pagar mais umas taxas para que o Estado remunere adequadamente os proprietários florestais pelas limitações acrescidas que lhes coloca ao uso do solo?
Resumindo: ser corajoso com o dinheiro dos outros (neste caso pequenos proprietários rurais) é fácil. E as consequências estão à vista...


De .contra Eucaliptal, ambientalistas ... a 10 de Novembro de 2015 às 10:55
JMCGonçalvesVaz:
... O seu comentário, vindo de um Secretário de Estado, é mais especulativo do que factual, menorizando os números (não apresenta um único) e os estudos que indicam a insustentabilidade ecológica do plantio em monocultura do eucalipto.
A sua visão das árvores enquanto produtoras de bens industriais, desligando-as do valor estético, paisagístico e ecológico, mostra um perfil de Secretário de Estado mais vocacionado para o Ministério da Economia, pouco preocupado com o "Desenvolvimento Rural". É isso que nos separa, a visão do eucalyptus globulus enquanto "cash cow no matter what" em oposição a uma visão mais equilibrada do território, onde há lugar para o eucalipto e celuloses em sintonia com as capacidades naturais.
O próximo passo será naturalmente arranjar uns koalas para as nossas florestas, aumentando o nível de atração turística e o rendimento associado !
... Os números são estes :
"Se às novas arborizações com esta árvore originária da Austrália somarmos as rearborizações (ou seja, plantações com a mesma espécie), totalizam-se cerca de 16. 086 hectares de eucalipto plantado no país num ano - uma área quase idêntica à da ilha do Faial, nos Açores, ou a 16 mil estádios de futebol." -http://www.sol.pt/noticia/123511#close ... :

Neste primeiro ano, acrescenta o mesmo organismo, tanto o sobreiro como o pinheiro-manso ficaram bastante abaixo em termos de área, com um total, entre as duas espécies, de 6.100 hectares (3.900 de arborizações e rearborizações de sobreiro e 2.200 de pinheiro-manso) - ou seja, menos de metade da área plantada foi ocupada por espécies diferentes do exótico eucalipto que já é a espécie que ocupa mais área em Portugal.

Neste número, incluem-se, explica o ICNF, “as (re)arborizações realizadas com fundos dos proprietários e gestores florestais, as (re)arborizações efectuadas com apoios financeiros públicos e as realizadas no âmbito do ICNF”. Traduzindo em percentagens, as acções “envolvendo espécies do género eucalyptus representam 52% da superfície total de arborizações e rearborizações efectuadas no âmbito do regime das arborizações”.
... facto de os eucaliptos serem “espécies cujos povoamentos florestais são regenerados por métodos artificiais, o que implica sempre a necessidade de autorização ou comunicação prévias”. Em segundo lugar, diz o vice-presidente daquele organismo, “os eucaliptos são espécies cuja utilização em muitas situações necessitava de autorização ou comunicação prévia, estando os gestores florestais já habituados a cumprir este procedimento administrativo”. Finalmente, assevera, a cultura dos eucaliptos, “para manter a sua rentabilidade, implica uma renovação periódica mais frequente dos povoamentos instalados”.

Por isso, acrescenta João Pinho, “estas acções com eucalipto correspondem sobretudo a reflorestações em locais já ocupados com eucalipto”. E nota que a área agora plantada representa apenas 0,21% da área total de eucaliptal já existente no país - 812 mil hectares, segundo os dados preliminares do 6.º Inventário Florestal nacional, de 2010.
... “o Governo esteja a autorizar conversões de culturas para eucaliptos, o que aumenta as monoculturas e os riscos associados às mesmas e representa uma diminuição de área dedicada a outras árvores autóctones”. Há, recorda, “imensas pequenas e médias empresas no país, como as serrações, que vivem da madeira de pinho”.
...“há uma tendência de aumento” do eucaliptal plantado. Se nos dados for incluído o eucaliptal ilegal plantado no país, “a situação é preocupante, pois a área plantada subiria bastante”. ...
...Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, entre 2013 e 2014 foram detectados 381 eucaliptais ilegais. ... existiam vários regimes distintos para aprovação, autorização ou licenciamento de acções de (re)arborização”.

---JFaria:
...em Sintra. É um espectáculo degradante o que se passa por lá. É difícil ir lá e não ouvir maquinas a abater arvores.

Já conhecemos o método para se plantar eucaliptos… É simples…Abre-se uma clareira. O vento faz cair algumas arvores.. Abate-se uma área considerável e o eucalipto surge..

Se nada se pode fazer no pais, qual a razão para não impedir o aparecimento do eucalipto em áreas protegidas??? Qual o significado de “área protegida”???


De Desgoverno lobby e eucaliptização a 29 de Janeiro de 2014 às 10:32
Quando o lobby não é lobby mas Governo


(-josé simões, 25/1/2014, derTerrorist )


-- As chamas vão continuar a consumir hectares de floresta; o combate às chamas vai continuar a sair do bolso dos contribuintes, para gáudio dis combatentes privados e luto dos combatentes públicos;
-- o combate à desertificação do território, num futuro próximo, também vai sair do bolso do suspeito do costume – o contribuinte;
-- as vidas humanas e a miséria do dia seguinte ficam a cargo dos mesmos de sempre – os que já pagam o combate às chamas e vão pagar a guerra contra a desertificação do território;
-- a biodiversidade fica por conta dos contribuintes das gerações futuras [onde é que eu já ouvi isto?];
-- as televisões vão ganhar shares de audiência, assim que mudarmos para a hora de Verão, com directos do local do crime e bate-papos da treta com especialistas da tanga;
-- o lucro, esse, já se sabe para quem fica, porque o crime compensa e está consagrado em papel de Lei e tudo.
É toda uma indústria à roda do património natural,
comum a milhões para benefício de algumas dezenas.


«Eucaliptos dominam pedidos ao abrigo da nova lei de arborização»


Adenda:
A ministra do CDS já tinha avisado o que o ministro do CDS posteriormente confirmou.
Neste momento o verdadeiro lobby é fazer pressão sobre o Governo do lobby.


De invests na desgraça ambiental. a 22 de Maio de 2015 às 13:14
O modelo de desenvolvimento económico do “por cima de toda a folha”, caduca ou persistente

( por josé simões, 19/5/2015, http://derterrorist.blogs.sapo.pt/)

De uma coisa ninguém pode acusar o CDS, que é a de não ter um modelo de "desenvolvimento" económico para o país.
Ou quando Pires 'soldado disciplinado' de Lima, pelo S. Martinho de 2013, anunciou no Parlamento investimentos na ordem dos 150 milhões de euros, 120 milhões pela Portucel e 26 milhões pela AMS Goma Camps,
pensavam que os castanheiros iam ficar en su sitio, a dar castanhas para acompanhar a água-pé, e
que os eucaliptos vinham por mar, importados em porões de navios, ou que,
pelo contrário, se iria liberalizar a plantação do eucalipto e assistir à eucaliptização do país, do Minho ao Algarve?

O ambiente, a biodiversidade e o ordenamento do território têm de ficar para depois
que a prioridade é fomentar a desertificação do terrirtório e
desertificação humana e
aumentar a mais-valia aos accionistas é tirar o país da crise e criar emprego.
Os incêndios ficam por conta do Orçamento do Estado que
por sua vez fica por conta do bolso do contribuinte.


Adenda:
Há dados relativos ao emprego criado pelo investimento de 150 milhões de euros por parte das empresas de celulose?
Há dados sobre qual a percentagem da riqueza criada por esse investimento de 150 milhões de euros
que foi aplicada novamente na economia ?
e sobre qual a percentagem que foi distribuída pelos accionistas?


De Centrão d'interesses desAmbienta. a 24 de Fevereiro de 2016 às 16:41

---- Não ter a puta da vergonha na cara é isto

(por josé simões, 20/2/2016, http://derterrorist.blogs.sapo.pt/ )


Duarte Marques, da bancada parlamentar PSD de suporte ao Governo que entregou a pasta do ambiente à agricultura da eucaliptização
por cima da biodiversidade, do ordenamento do território e da Reserva Agrícola Nacional "isso depois logo sé vê";
Duarte Marques, da bancada parlamentar de suporte ao Governo que entregou a pasta do ambiente à economia da celulose e da pasta de papel,
em nome da recuperação, do crescimento económico e da criação de emprego – directo e indirecto, propagandeado primeiro, nunca contabilizado e confirmado depois;
Duarte Marques, da bancada parlamentar de suporte ao Governo que bloqueou todas as acções inspectivas ambientais
em nome da racionalização de custos e meios e de cortar fatias de gordura ao Estado – o celebérrimo fazer mais com menos;
Duarte Marques, na bancada parlamentar da oposição preocupado com a poluição no rio Tejo provocada por uma fábrica de pasta de papel.

tags:
ambiente, celtejo, duarte marques, poluição, psd, tejo, vila velha de ródão


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