Li no Público e assisti na televisão à notícia infra. Pergunto: Continuamos a apostar nestes políticos? somos masoquitas? Começo a acreditar que sim.
Reza assim a notícia:
Foi acidental, disse-o e repetiu, ao presidente da câmara, quando este lhe deu a palavra, concluída a conferência de imprensa. E tão acidental foi quanto assertivo na sua intervenção, manifestando consciência orçamental na ponta da língua. Luis Garcia, de 74 anos — "tenho a quarta classe e já feita em adulto", precisou —, um ror deles passados na construção civil, atirou, irónico: Então vamos ter aqui o rio Marquês? É que. e estava aqui de passagem, reparei que nesta obra [parte do troço da rotunda exterior, reasfaitada diante do instituto Camões] não existe qualquer sumidouro [sarjeta de escoamento de águas pluviais]. Ora, quando chover tudo isto vai alagar. Como é que fazem uma obra destas?" António Costa chutou o assunto para a directora municipal de obras, Helena Bicho, que admitiu contratempos, falhas técnicas (também na placa de cobertura do metro) e o carácter provisório da obra. A técnica concedeu que está em falta o necessário sistema de drenagem de agua. mas que não está esquecido.
Luis Garcia não se comoveu com a explicação da engenheira e voltou a interrogar: "Então ê assim que se faz uma obra? O contribuinte vai pagar, novamente, para partirem o alcatrão e colocarem depois os sumidouros?" A técnica concordou, mas referiu que foram encontrados inesperados problemas derivados da laje do metro. Luís Garcia ficou então a saber, peio autarca, que aquelas e outras obras do projecto do Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade vão custar 750 mil euros.
O presidente, com a ligeireza de verbo fácil e irresponsabilidade que se lhe conhece, remeteu para a engenheira, e esta, sempre acompanhada de um artificial sorriso, consegui dar-nos um exemplo assustador da qualidade da engenharia portuguesa, onde nos últimos anos, até com notas negativas a matemática e física, houve admissões. E nós, contribuintes? Pagamos pois.
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