A primeira sondagem, que eu saiba, difundida depois das eleições de 7 de Junho passado, dá uma vitória relativa ao PSD (35,8% dos votos), ficando o PS a uma distância de 1,3% (34,5%). O BE solidifica a sua posição de terceiro partido com 13,1%. Segue-se a CDU com 8,4 %, enquanto o CDS se fica pelos 4,4%. A direita totaliza, assim, 40,2%, enquanto a actual oposição de esquerda atinge os 21,5%.
Se as próximas eleições viessem a ter estes resultados o PSD sairia vitorioso, mas nem uma aliança com o CDS bastaria para gerar uma maioria absoluta.
Este é um cenário extremamente perigoso, para o PS. A propaganda mediática e uma intensa pressão dos poderes de facto haveriam de tentar condicionar o PS para que, ao menos, não inviabilizasse um governo minoritário, de toda a direita ou só do PSD. Alegar-se-ia que impendia sobre o PS uma espécie de dever de bom perdedor, que o deveria conduzir a viabilizar um governo minoritário da direita. Mas, ceder a essa hipotética chantagem poder-lhe ia ser fatal, do ponto de vista da confiança do seu eleitorado e da sua própria coesão interna.
Por outro lado, numa conjuntura em que do PSD faz cair sobre o PS e sobre o actual Governo, não apenas uma chuva de críticas radicais, mas também uma chuva de insultos, temperada com uma ameaça de mudança de todas as políticas sociais e económicas seguidas pelo actual Governo, não se compreenderia que, se o PS viesse a perder as eleições, fosse salvar com o seu voto, o seu mais implacável algoz.
Por isso, o PS tem que deixar claro, desde antes das eleições, que votará contra qualquer governo de direita, pelo que só haverá um governo de direita depois das eleições se a direita no seu todo tiver uma maioria absoluta, ou se algum dos partidos de esquerda, que não o PS, resolver viabilizá-lo.
Deve também tornar claro que não se aliará a qualquer dos partidos da direita e que aceitará formar governo, se para tal for convidado, desde que a direita não tenha maioria absoluta.
E deve ficar claro que não se trata de apenas dar uns meses ou uns anos a um governo minoritário de direita. Deve ficar claro que o convite que o Presidente da República possa fazer a um partido ou a uma coligação de direita, que não tenham maioria absoluta na AR, é pura perda de tempo, a não ser que o BE ou a CDU tenham uma posição diferente da do PS.
Assim, se o PR, apesar disso, insistir nesse convite, há-de fazê-lo por conta própria com a noção de que, pelo menos o PS, apresentará uma moção de rejeição contra qualquer governo de direita, seja ele só do PSD ou do PSD /CDS.
[Rui Namorado, O Grande Zoo]
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