Se o sistema político não é capaz, como parece evidente estar a suceder, de gerir a crise pode suceder ser a crise a rebentar com o sistema político.
Que, o frágil actual regime democrático, está doente já não restam quaisquer dúvidas nem equívocos. Essa doença deriva das nossas atitudes e comportamentos enquanto povos, governantes e governados.
No caso português já na década de 80 situação idêntica, ainda que muito menos grave, tanto económica como socialmente e no descredito das alternativas partidárias existentes, levou ao aparecimento do PRD que ganhou as eleições que se lhe seguiram. Foi sol de pouca dura.
Nenhum avanço concreto e muito menos duradouro no plano político, cultural e comportamental se verificou com aquela nova configuração partidária o que demonstra, claramente, que nada resolve apenas mudar de caras sem que se alterem as formas de agir, quer no plano individual de cidadania como ao nível colectivo do exercício na gestão da rés-publica.
Mudar de caras é, como diz o povo, “dar continuidade às mesmas porcarias, apenas as moscas mudam de lugar” repetindo-se, momentaneamente, a ilusão de mudança.
Estarão os jovens -actuais líderes das mais recentes manifestações-, os desempregados, os trabalhadores e pensionistas e todos os que nestes últimos anos temos sido massacrados e maltratados pelos políticos actuais detentores do presente sistema político, dispostos a avançar para construir novas formas de intervenção política que consubstanciem outras exigências de actuação no plano individual e colectivo?
A experiencia islandesa, cujos frutos já se evidenciam, só foi possível materializar devido ao elevado nível cultural e comportamental no exercício democrático e das obrigações de cidadãs e cidadãos. Os islandeses assumiram-se em toda a sua plenitude cidadãos de corpo e alma inteiros, souberam distinguir as diferenças consubstanciadas no exercicio da democracia directa e na democracia representativa.
Idênticos comportamentos se conhecem noutras sociedades cujas democracias já bastante consolidadas como a Suíça onde as populações são permanentemente chamadas a tomar decisões sobre os assuntos que lhes digam directamente respeito. Neste caso a democracia directa sobrepõe-se à democracia representativa, o povo não passa cheques em branco nem passa procurações a quem mal conheça.
É muito importante demonstrarmos a nossa indignação, é imperativo que no próximo dia 14 de Novembro nos manifestemos, não muitos milhares, mas sim muitos milhões por toda a Europa incluindo Portugal, contudo não bastará, há que pensar no futuro. O que queremos no futuro em termos colectivo?
Seremos nós capazes de nos reorganizar como o fez o povo islandês que neste fim-de-semana votam uma nova Constituição escrita por 25 cidadãos eleitos directamente pelo povo e sem interferência directa de partidos?
Se assim fosse estaríamos a reescreve a história de Portugal e ajudaríamos a reinventar a Europa.
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