A troika, na sequência da sua quinta avaliação á execução de memorando assinado, com a sua homónima interna, em Maio de 2011 e depois de ter sido entregue a, desastrosa, proposta A (na pratica a B ou C, já se não sabe ao certo) do OE para 2013, intimou, publica e humilhantemente, o governo português (não dos portugueses) a apresentar, no prazo de um mês, o que chamam de “plano B”.
“Quem manda, dá ordens” diz o povo e já se percebeu que não com intenção, de que com tais ordenamentos, sejam resolvidos os problemas do país e de quem nele vive, mas para o vergar e o colocar a “saque” obrigando-o a vender, a retalho, o seu património.
E que fez o governo? Em vez de forçar os “saqueadores” a sentarem-se à mesa para que expliquem, com clareza e evidência, as suas exigências e a fundamentação das mesmas foi lesto em prosseguir no mesmo caminhar acelerando o passo e agravando a dose da mesma receita já, comprovadamente, demonstrada perniciosa aos males que apregoam querer curar.
A este governo já não lhe basta ser um bom aluno, faz jus em ser um aluno exemplar, pretende ficar na história do ultraliberalismo como o melhor aluno de sempre, ser lembrado como o aluno que ultrapassou, sempre pela direita, os mestres mais ortodoxos da especulação financeira, os agiotas dos juros usurários, os coveiros do empobrecimento do país e do aumento dos excluídos sociais, os assassinos da esperança e do apagamento do futuro da juventude que são obrigados a fugir da terra que os viu nascer.
As preposições de alguns acólitos do actual governo são hipócritas dado que são feitas tardiamente e não para salvar o país e o povo mas, tão-somente, para acautelar, a prazo, os seus ameaçados interesses.
Miguel Cadilhe não esclareceu o que pretende ou significa a sua “renegociação honrada”.
De igual modo, é muito estranha e mal explicada, para não dizer de nenhumas garantias, a proposta de “eleições em Maio de 2013” feita por Fernando Wulrich que elas levariam a um desiderato diferente sendo os mesmos actores na cena eleitoral.
Por outro lado alguém acha que a “honesta” proposta, desse “honrado” reformado, de um governo de bloco central (PS/PSD) pretenderia conseguir que, todos os pensionistas deste Portugal maravilhoso, passassem a receber, como ele, a modesta reforma mensal de 150.000,€? O que pretenderá Jardim Gonçalves?
Migue Júdice afirmou que “o Estado é uma empresa falida e, como tal, deve despedir os funcionários que tem em excesso para se tornar sustentável” tendo acrescentado que para tal é preciso “uma revisão constitucional que facilite os despedimentos…”.
Vejam bem que o homem não pede uma revisão da constituição que vise um maior rigor e mais eficaz controlo nos gastos nem foi capaz de afirmar (a não ser que o tenha feito metaforicamente quando se referiu ao corte das árvores, o que não acredito, de todo) que, também, foram e continuam a ser as adjudicações feitas a escritórios de advogados como o seu que contribuíram passa essa falência.
O Rato espanhol, ex-ministro de Aznar e ex-director-geral do FMI, que esteve envolvido no processo de nacionalização do Bankia, vai ser ouvido em audiência de julgamento, por um juiz de Audiência Nacional espanhola.
Rodrigo Rato e mais 33 implicados estão acusados por delitos de burla, apropriação indevida, falsificação de contas e outros crimes considerados lesivos dos interesses do Estado e do povo espanhol.
O Movimento 15M e o partido União e Progresso Democrático apresentaram queixa, na Audiência Nacional que lhe deu provimento, sem qualquer embargo.
Como se pode ver, até parece o caso português do BPN/SLN, não acham?
De José Vítor Malheiros a 15 de Novembro de 2012 às 17:06
Um terço é para morrer... no jornal Público
O sonho de Pedro Passos Coelho
«"Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.
Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.
Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena... os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta. Portanto, são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.
O outro terço temos de os pôr com dono. É chato ainda precisarmos de alguns operários e assim, mas esta pouca-vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar -, mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura. Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam. A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazerem algumas coisas chatas e, para mais (por enquanto), votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.
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