8 comentários:
De .Europa sul: Fim da ilusão... Não se p a 13 de Novembro de 2012 às 09:26

14N – Greve Geral da Europa do Sul!

(-por franciscofurtado , 5Dias)


No passado dia 7, 5.000 polícias manifestaram-se, cerca de 10% do total de polícias em portugal. O evento foi aqui referido e no fb há uma boa reportagem.

No dia 10 foram cerca de 10.000 militares e populares. O protesto ultrapassou fronteiras chegando à Euronews, Reuters e RT.

Dia 12 foi a recepção ao Fuhrer do IV Reich em inspecção ao protectorado. Houve protestos variados, desde o mais espontâneo no forte de S. Julião da Barra, os protestos em Belém (com queima da esfinge do Fuhrer) ou a marcha da CGTP, bloqueado no final pelos bons agentes da PSP… O episódio do vídeo do Marcelo-Rodrigo também não deixa de ser revelador, essas personagens deveriam saber que ROMA NÃO PAGA A TRAIDORES.

Mas o clímax da recente onda de protestos será a Greve Geral de 14 de Novembro.
Para além do clássico (que é o determinante), há já programada manif movimentos sociais + Estivadores e piquete móvel “Que se lixe a troika”.

Independentemente do seu nível de adesão esta Greve é desde já histórica, pela primeira vez decorrerá no mesmo dia em vários países europeus, sendo mais forte na Ibéria.
Marca um muito importante precedente. É de saudar que tenha sido em Portugal, a CGTP, que tenha dado o pontapé de saída a este processo.

Esta greve é também um importante momento para confrontar não só o Governo, mas as ilusões que permanecem em certos sectores da sociedade portuguesa.
A ilusão de que esta dívida alguma vez possa ser paga (como se a Alemanha alguma vez tivesse pago as suas dívidas),
a ilusão de que a Troika está a “ajudar” quando está a organizar o saque,
a ilusão de que há de haver um milagre qualquer e que daqui a um ano ou dois anos a economia sairá da recessão,
a ilusão de que ficando quietinho algo se substantivo se irá alterar a não ser o agravamento da miséria.

O povo já sabia, mas agora não perdoa,
não perdoa: os submarinos do Portas,
o BPN, as PPPs,
o Relvas, o Pavilhão Atlântico vendido em saldo ao genro do Cavaco,
a EDP e a REN vendidas aos Chineses e sob a tutela dos barões do PSD,
o exército de boys e assessores imberbes que recebem subsídios de férias enquanto acusam aqueles a quem esse salário é confiscado de “priveligiados” (é incrível mas é verdade…),
a constante degradação das relações laborais que transforma o trabalhador por conta de outrem num trabalhador à jorna,
a ordem de expulsão dada a toda uma geração do seu próprio país !!!
O povo já não perdoa, nem pode perdoar!
Nem pode perdoar se é para haver o mínimo de esperança num processo regenerador.

A Greve geral será um momento decisivo para travar o caminho rumo ao abismo e o retorno a uma espécie de feudalismo.
Quem está contra a greve, está a apoiar o Governo, a Troika, a corrupção “Relvista”, está a alimentar as ilusões que acima referi.

Uma tal de Isabel Stiwell, numa coluna do Destak, ataca os grevistas e o direito à greve, destila o seu ódio sobre os piquetes e acaricia os fura-greve…
O que esta Stiwell, os Ulrichs e as Jonets desta vida queriam era voltar ao Portugal estilo medieval dos anos 50, muito bem sintetizado na foto acima.

Bem podem tentar e destilar o vosso ódio mesquinho e salazarento sobre as greves e as manifestações, não irão triunfar.
O país não regressará a esses tempos!

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no banco Millenium BCP começaram na semana passada, rescisões com 600 trabalhadores escolhidos a dedo
e se não aceitarem as condições oferecidas o banco irá para despedimento colectivo.

Os diversos gestores do banco e a má gestão efectuada está a ser paga por aqueles que não têm culpa nenhuma.
E o pior é se outros bancos que tiveram prejuízo, como a CGD, resolvem seguir o mesmo caminho.
Não ouvi nenhum comentador, nenhum partido político, nem um único sindicato a manifestar-se contra esta decisão perigosa e trágica para os trabalhadores.
Estas pessoas necessitam de ser defendidas e esta gestão denunciada.
Não se pode assobiar para o lado como se nada estivesse a acontecer. Espera-se acção e reacção!
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E em 2013 Governo quer despedir 50.000 trabalhadores da FP.
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Ainda achas que não é contigo ?
Mas a tua vez está a chegar ... se nada fizeres.


De JMF a 13 de Novembro de 2012 às 12:12
Juros usurários? É fácil ser demagogo em Portugal...
Em tempos difíceis é confortável, tentador mesmo, enfiar a cabeça na areia a ver se o temporal passa. Esta tem sido, até ao momento, a atitude preferida do PS, em particular neste debate. Entrincheirando-se na posição mais cómoda - a de não querer discutir quaisquer cortes na despesa pública -, sugere que a solução está em "políticas de crescimento" (ignorando que foram essas políticas voluntaristas que nos trouxeram até este buraco) e em viagens pela Europa para "renegociar" os juros e os prazos da divida. É um duplo logro.
Primeiro, porque, mesmo que aliviássemos um pouco os juros, não evitávamos ter de cortar em todas as outras despesas. Depois, porque, ao contrário do que é VOZ corrente, os juros que pagamos à troika são tudo menos usurários ou punitivos, um coro que começou na extrema-esquerda, continuou no Conselho Económico e Social e conhece agora a adesão de António José Seguro. Senão vejamos: de acordo com o Jornal de Negócios, a taxa que pagamos aos nossos parceiros europeus está entre os 3% e os 3,2%, com maturidades relativamente longas (12 anos). É menos do que pagamos aos FMI (4,7 %), menos do que pagamos aos privados (4,35%) e bem menos do que tem pago a Itália e a Espanha, quando vão aos mercados. Estas taxas já baixaram desde que foram aceites por José Sócrates (ser "bom aluno" e negociar discretamente dá algum resultado...) e podem baixar ainda mais, mas não muito mais. Não será só por aqui que nos salvamos, até porque no passado beneficiámos de taxas de juro mais baixas e não deixámos por isso de nos endividar. O trabalho tem mesmo de começar dentro de casa, o resto é pouco mais do que fogo-fátuo.


De .Violência, Medo ... Estado Repressor. a 15 de Novembro de 2012 às 10:05

Violências
(nas Manifs,: cidadãos indignados mas pacíficos, vs. provocadores, infiltrados, polícias 'cegos', ...)

A violência de 10 ou 20 pessoas na manifestação (de 14 Nov.2012)
- estar uma hora a atirar pedras e garrafas é estúpido, desnecessário e contraproducente -
não deve desculpar a extrema violência da polícia, agindo em matilha contra manifestantes pacíficos -
a esmagadora maioria dos que se encontravam à frente da Assembleia.
Agredir grávidas, mulheres e velhos não é "manter o estado de direito".
É provocar o medo nos manifestantes de hoje e temor nas pessoas que poderão aparecer em futuros protestos.
E tudo indica que o aumento anunciado ontem nos ordenados terá tudo a ver com esta mudança de atitude das forças policiais.
Ficamos esclarecidos:
a polícia existe para defender o Estado repressor, não os cidadãos que é suposto proteger.

O relato de quem presenciou mais este acto de violência de Estado (encontrado no Facebook de Luís Varatojo):

"AQUILO QUE HOJE SE PASSOU, DO PONTO DE VISTA DE UM MANIFESTANTE PACÍFICO:

Para que não vinguem as mentiras da Administração Internas aqui têm o meu relato do que realmente se passou em frente à assembleia.

Sim, é verdade que cerca de 20 a 30 pessoas passaram mais de uma hora a atirar petardos, pedras e garrafas à polícia.
Por essa razão, os outros 99% de CIDADÃOS PACÍFICOS mantiveram a devida distância, para nem serem confundidos nem fazerem parte da acção de alguns animais.
A certa altura, as pessoas perceberam que algo se estava a passar. Demasiadas movimentações de polícia na Assembleia demasiado organizadas.
Cá em baixo, numa das laterais um grupo de polícia à paisana abandona rapidamente a manifestação. Mais tarde, as televisões diriam que as pessoas foram avisadas para dispersar.
Cá de baixo, posso-vos dar uma certeza, nenhuma pessoa com uma audição normal ouviu um único aviso.

A polícia disparou cerca de 4 a 6 petardos pela manifestação e carregou.
Como estávamos todos bem afastados, os CIDADÃOS PACÍFICOS não fugiram.
Mas quando vi um pai a fugir com o filho no colo e a levar bastonadas percebi que quem estava atrás das viseiras já não eram pessoas.

Fugimos, mas por mais rápidos que tentássemos ser, eram pessoas a mais para conseguirem ser mais rápidas que a polícia.
Felizmente não recebi carga, infelizmente porque atrás de mim tinha um escudo humano a tentar fugir.
Ao meu lado, um senhor tentava fugir com a mulher de cerca de 50 anos, que chorava com a cara cheia de sangue.
Não, esta senhora não levou com pedras dos manifestantes. Esta senhora estava cá atrás. Esta senhora levou com um cassetete.

Fugimos para uma rua afastada, onde pensávamos estar todos seguros e mostrar à polícia que não queríamos estar na confusão, nós os CIDADÃOS PACÍFICOS.
Nada nos valeu, pois a polícia perseguiu as pessoas pelas várias ruas em redor da Assembleia, carregando em todos.
O que me safou foi uma porta aberta de um prédio, onde me refugiei com mais 8 CIDADÃOS, incluindo jornalistas da Lusa.
O que lá fora se passava era incrível.
Uma senhora de idade que chegava a casa tentava entrar no seu prédio mas a polícia gritava-lhe para que descesse a rua.
Só mais de 30 minutos depois conseguimos sair e o que mais me impressionou foi a quantidade de sangue que havia pelos passeios, bem longe da Assembleia.

NÃO ACREDITEM EM MENTIRAS.
ERA POSSÍVEL NÃO TER PERSEGUIDOS CIDADÃOS PACÍFICOS QUE FUGIAM POR RUAS AFASTADAS MAIS DE 200 METROS DA ASSEMBLEIA.

Mesmo quando estava “barricado” no prédio, mesmo com a porta fechada tive, pela primeira vez, muito medo da polícia.

O que sinto agora não é nem raiva, nem revolta.
É um vergonha enorme e uma imensa e profunda TRISTEZA.

É assim que se tira a vontade ao povo civilizado de se manifestar.
Tira-se-lhe a esperança."

tags: crise, repressão policial
(-por Sérgio Lavos, Ladrões de B.)


De .Violência e amedrontamento. a 15 de Novembro de 2012 às 10:19

O que a violência não pode esconder
(-por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)

Já várias vezes escrevi sobre este assunto: na política, como no resto, a violência tem o poder de se impor, de forma despótica, sobre todos os argumentos e sobre todas as outras formas de luta. Ela impõe-se pela sua irracionalidade e pelo seu poder mediático. Ela impõe-se porque replica, na contestação, os códigos do poder do mais forte.

Depois de ter participado numa manifestação pacifica, passei o fim de tarde de ontem, em São Bento, a gritar com os poucos (e eram mesmo poucos) que arremessavam objetos contra a polícia. Tentando explicar-lhes, sem sucesso, que esse era o favor que faziam a quem julgavam que estavam a combater. Fi-lo, desesperado com o que via, porque sabia duas coisas: que aqueles gestos dariam ao governo a desculpa que faltava para reprimir a contestação e que ofuscariam uma excelente greve geral, que deixou claro o isolamento em que o governo se encontra. Mas, acima de tudo, por uma razão: tenho, em relação à violência, uma objeção de princípio. Considero-me um pacifista no sentido mais radical do termo.

Quando, às 17.30, me apercebi que nada pararia uma minoria de idiotas, abandonei o local. Muitos decidiram ficar, mantendo a devida distância dos desordeiros, sem que, como vimos mais tarde, isso os livrasse de ser vítimas da violência policial.Era certa a injustiça: a enorme coragem que tantos trabalhadores portugueses mostraram, ao correr o risco de fazer greve (muitos deles precários e em risco de perderem o emprego) e ao perder um dia de salário que tanta falta lhes faria, seria esmagada pelas imagens de violência que sempre têm a preferência dos media.

Dito isto, há que deixar claras uma contradição e uma mentira do ministro da Administração Interna.

Disse o ministro que as provocações - que existiram - eram obra de "meia dúzia de profissionais da desordem". Se eram meia dúzia (facilmente identificável depois de uma hora e meia de tensão), porque assistimos a uma carga policial indiscriminada, que varreu, com uma violência inusitada e arbitrária, tudo o que estava à frente? Porque foram agredidos centenas de manifestantes pacíficos, só porque estavam no caminho, naquilo que, segundo a Associação Sindical da PSP foi a "maior carga policial desde 1990"? Conheço várias pessoas que, como a esmagadora maioria dos que ali estavam, não participaram em qualquer desacato. Não tendo sequer resistido a qualquer ordem policial foram, segundo os seus próprios relatos, espancadas pelas forças que deveriam garantir a sua segurança. Como é possível que tenham sido detidas dezenas de pessoas no Cais do Sodré e noutros locais da cidade, sem que nada tivessem feito a não ser fugir de uma horda de polícias em fúria e aparentemente com rédea solta para bater em tudo o que mexesse? Entre os detidos e os agredidos estava muita gente que, estando tão longe de São Bento, nem sequer tinha estado na manifestação ou sabia o que se passava. Como é possível quedezenas e dezenas de pessoas tenham sido detidas em Monsanto e na Boa Hora sem sequer lhes tenha sido permitido qualquer contacto com advogados, como se o País estivesse em Estado de Sítio e a lei da República tivesse sido abolida?

Quando a polícia espancou gente pacifica em vários locais da cidade, estava a garantir a ordem pública ou a contribuir para a desordem? Estava a garantir a integridade física dos cidadãos ou a pô-la em causa? Estava a garantir o cumprimento da lei ou a violá-la? Estava a reprimir os "profissionais da desordem" ou a espalhar a desordem pela cidade? O comportamento inaceitável de meia dúzia pode justificar um comportamento arbitrário das forças de segurança, que não poupa ninguém a quilómetros de distância da própria manifestação?

Não, o comportamento de alguns desordeiros não pode, num Estado de Direito, permitir que a polícia se comporte, ela própria, como desordeira. O crime de uns não permite um comportamento criminoso das forças policiais.

O ministro da Administração Interna garantiu que, ao contrário do que foi escrito em vários órgãos de informação, não havia agentes infiltrados na manifestação, a promover os desacatos para excitar os mais excitáveis e justificar esta intervenção. Fico-me por aqui: sei o que vi antes de ...


De .Min./Comand/provoc/... vs gr.GREVE a 15 de Novembro de 2012 às 10:26

O que a violência não pode esconder

(-por Daniel Oliveira)
...
...

Não, o comportamento de alguns desordeiros não pode, num Estado de Direito, permitir que a polícia se comporte, ela própria, como desordeira.
O crime de uns não permite um comportamento criminoso das forças policiais.

O ministro da Administração Interna garantiu que, ao contrário do que foi escrito em vários órgãos de informação, não havia agentes infiltrados na manifestação, a promover os desacatos para excitar os mais excitáveis e justificar esta intervenção.
Fico-me por aqui:
sei o que vi antes de me vir embora.
E os agentes infiltrados começam a ser cada vez mais fáceis de identificar.
Já uma vez o ministro desmentiu uma notícia semelhante que depois ficou provada.
Espero que outros tenham conseguido recolher imagens que mostrem alguns dos que, no meio da multidão, vão semeando a confusão.

No dia 15 de Setembro elogiei o comportamento das forças policiais. Quando querem evitar o confronto sabem bem como o fazer. Isolando os provocadores e garantindo o direito à manifestação da maioria pacifica.
Quando as ordens parecem ser diferentes é fácil contribuir para a violência. Foi o que aconteceu ontem.
Uns tantos idiotas de cara tapada e as ordens certas vindas de cima chegam para garantir que uma greve geral com mais adesão do que o esperado pelo governo morra nos telejornais.

Escrito tudo isto, volto ao que é importante:
a greve geral de ontem foi uma das maiores da nossa história.

E nem os que procuram nas manifestações a excitação que outros encontram nas claques de futebol conseguem esconder isso.
E nem a violência indiscriminada que o ministro da Administração Interna mandou espalhar por meia cidade de Lisboa o pode fazer ignorar.
Na televisões, foi a brutalidade de uns e de outros que ganhou.
Mas o dia de ontem foi bem mais do que isso:
foi uma prova de coragem.
Os portugueses estão de parabéns.


De Dividir, bater e amedrontar p. reinar. a 15 de Novembro de 2012 às 14:53
Há dinheiro para dar cacetada nas cigarras

«No debate na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2013 da administração interna, a decorrer no parlamento, Miguel Macedo adiantou que a PSP vai receber no próximo ano 796.9 milhões de euros, mais 13,2 por cento do que em 2012, a GNR 937.9 milhões de euros, mais 9,9 por cento.

Por sua vez, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que este ano recebeu 85 milhões de euros, vai auferir 84.1 milhões em 2013.»
[DE]
Parecer do Jumento:

Parece que para este governo a grande prioridade é que nada falte às forças repressivas.


De Violência pró-Ditadura e Medo a 19 de Novembro de 2012 às 11:03

Mais esclarecimentos sobre a carga policial de 14 de Novembro

(-por Daniel Oliveira, Arrastão e Expresso online)

Na semana passada vários "doutorados" em intervenções policiais explicaram daimpossibilidade das forças de segurança intervirem na concentração de dia 14, em frente ao Parlamento, para isolar e retirar os manifestantes violentos que, ao fim de tanto tempo, estavam claramente identificados por toda a gente.
Se fosse precisa mais experiência do que a das últimas manifestações, expliquei que é isso mesmo que tem sido feito. Neste caso eram mais violentos e mais organizados. Seria mais difícil.
Mas alguma coisa estaria muito mal se, para travar umas poucas dezenas de desordeiros, fosse preciso espancar centenas de pessoas num raio de quilómetros.

O "Correio da Manhã", que tem boas fontes na polícia e é insuspeito de antipatia para com os seus comandos ou para com o governo, deu-nos ontem conta da
irritação das brigadas infiltradas por o Corpo de Intervenção não ter cercado cerca de uma dezena de agressores iniciais, dando cobertura aos agentes à civil que os deveriam deter.
No jornal surgem várias críticas ao Comando de Lisboa, vindas de responsáveis policiais, por se ter optado por esperar quase duas horas e depois se ter efectuado uma carga policial indiscriminada, que além de ter atentado contra a integridade física de uma maioria de manifestantes pacíficos, impediu que os agressores fossem detidos em flagrante, dificultando a sua merecida punição judicial.
Segundo fontes policiais do CM, era perfeitamente possível "uma contenção imediata do fenómeno, com prova consolidada para os principais agressores - evitando-se aquela extensão de confrontos".
E diz-se que os polícia à civil foram "desaproveitados".

Esclarecidos os que diziam ser impossível o que toda a gente sabe que se pode fazer - e já foi feito - e sabendo-se agora que a polícia tem treino específico para fazer o que, desde a primeira hora, várias pessoas que participaram na manifestação esperaram que fosse feito, resta saber de quem foi a responsabilidade.
Ao que se percebe, a decisão de deixar que um pequeno grupo violento tomasse conta do Largo de São Bento para depois correr tudo à bastonada até Santos veio do Comando de Lisboa.

Este deve justificar a sua opção e informar se, tal como aconteceu com a carga policial (segundo o "Expresso"), a ordem veio diretamente do ministro Miguel Macedo.
Ou seja, se correspondeu a uma opção política.

Não deixa, no entanto, de ser interessante que a origem de tantos parabéns dados à atuação policial tenha uma exceção: a própria polícia.
A carga policial resultou de uma negliência de duas horas que deixou milhares de cidadãos entregues à vontade de uns poucos arruaceiros onde se incluem, sabe-se agora, meninos de claques de futebol.
Fica a dúvida:
de que lado está quem dá ordens à polícia?
Dos que querem que a contestação se torne violenta ou dos que defendem o direito à manifestação?
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Violência de Estado (-por Sérgio Lavos)

[ver vídeo]

Aqui está um dos profissionais da desordem de que falou o ministro da Administração Interna.
O tal que ficou ofendido quando uma jornalista lhe perguntou se havia agentes infiltrados.
Parece que tinha razões para ficar indignado.
Os agentes não eram infiltrados, mas sim provocadores.

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Defender a democracia e o Estado de direito é isto
(-por Miguel Cardina)

A deputada Cecília Honório entregou no Parlamento um pedido para que Miguel Macedo explique a ação policial e as detenções aleatórias realizadas do dia 14 de novembro.
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Inquérito (-por Miguel Cardina)
...
...Relatos indicam que ninguém ou quase ninguém ouviu os avisos que terão precedido a intervenção.
E, como fica claro nas imagens, mesmo que se tivessem afastado teriam sido alvo da sanha policial.
Mais:
é no mínimo estranho que a polícia não tenha capacidade ou conhecimento para neutralizar um punhado de tipos a alguns metros de distância.

Isto cheira a outra coisa:
quem manda na polícia parece ter-se servido daquele fenómeno para agir como agiu de modo a tentar esvaziar as próximas manifestações.

E, quando assim é, não são só cidadãos e cidadãs os alvos do maquiavelismo securitário.
É a Democracia.


De Perseguição a activistas/ manifestantes. a 18 de Dezembro de 2012 às 09:59

MSE Denuncia Perseguição Política

O Movimento Sem Emprego critica fortemente as sucessivas tentativas de intimidar, perseguir e difamar manifestantes em geral e activistas políticos em particular.
O clima de crescente contestação social em Portugal é o resultado natural das políticas de empobrecimento que este governo tem promovido, e a resistência contra tais medidas são neste contexto completamente legítimas.

Vários membros do Movimento Sem Emprego estiveram presentes na manifestação de dia 14 de Novembro e estão dispostos a prestar declarações e a testemunhar no sentido de demonstrar que a activista constituída arguida, Paula Montez, não participou em nenhum acto de violência contra a polícia.
Declaramos igualmente que as subsequentes tentativas de marginalizar, perseguir e intimidar os movimentos sociais e os seus activistas são deploráveis assim como fúteis.

Pelo Direito ao Emprego
Pelo Direito à Dignidade
Pelo Direito à Contestação
Pelo Direito à Manifestação

Movimento Sem Emprego , 18/12/2012


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