Querido 1º Ministro,
Permita-me que o trate assim, tal é o carinho que tenho por si e, ainda maior é pelas medidas que tem tomado e pela ideologia social ultraliberal que nelas, tão afincadamente, coloca!
Obrigado,
Agradeço a si e ao seu governo tudo o que têm feito pelos reformados, pois nós não precisamos de qualquer aumento, por maior ou mais pequeno que pudesse ser e, digo-lhe mais, a si e ao querido Gasparzinho, podemos muito bem viver sem o 13.º e o 14.º mês.
Aceitamos com muita alegria e bom grado as rapinagens que ambos, bem acolitados com os demais que por aí vegetam, já nos fizeram e continuam a fazer até que nós e os outros cidadãos ganhemos a coragem, necessária e suficiente, para os removermos.
Aceitamos tudo isso e muito mais, não só porque somos os melhores reformados do mundo mas também porque não pagamos luz, nem gás, nem água (lavamo-nos só no natal), o senhorio não quer receber as rendas das casas onde vamos sobrevivendo, a farmácia oferece-nos os remédios, os transportes são gratuitos, etc., como a todos/as os desempregados/as jovens ou adultos. Vivemos quase num paraíso!
Tudo nos é dado gratuitamente, ao contrário dos parlamentares, juízes, ministros, administradores de empresas chinesas, alemãs ou angolanas etc., que têm de trabalhar duramente para conseguir o pouco que têm.
Eu reformado/aposentado só trabalhei 30, 35, 40, 45 ou mais anos, descontando durante esses anos todos para uma Segurança Social que, hoje, me acha culpado de todos os males.
Reformado/aposentado que, teimosamente, quer continuar a viver, agora que não trabalho (com horários fixos) quero continuar a participar, de forma cidadã, na construção democrática do meu país. Embora me tenha sido extorquido grande parte do dinheiro, que descontei durante tantos anos, para a minha Segurança Social, desbaratado por governos impostores que dele se serviram para equilibrar os Orçamentos do Estado, não me podem considerar como um empecilho vagabundo que só serve para receber o valor da reforma.
Por via disso e, como forma de lhe continuar a agradecer, até que se vá embora, Sr. 1º Ministro, comprometo-me a aliciar os meus pares para a única greve que, nós reformados podemos fazer, é a de não mais morreremos e entupiremos ainda mais os hospitais públicos, com nossas exigências doentias.
Nós, os reformados, agradecemos seu carinho e respeito, mas não por muito tempo.
Cordiais saudações, meu querido 1º Ministro.
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