Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012

Citações e pensamentos do sempre actual José Maria de Eça de Queirós:  Povoa de Varzim - 25/11/1845,  Paris - 16/8/1900

 - "O melhor espectáculo para o homem será sempre o próprio homem."

 

- "Diz-se geralmente que, em Portugal, o público tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a conclusão que somos um povo sem poderes iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de uma larga liberdade, e inaptos para a independência. A nossa pobreza relativa é atribuída a este hábito político e social de depender para tudo do Governo, e de volver constantemente as mãos e os olhos para ele como para uma Providência sempre presente."  - In "Citações e Pensamentos" de Eça de Queirós»

 

- "Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura."  - Eça de Queirós, in "Correspondência" (1891)

 "Este governo não cairá  porque não é um edifício, sairá com benzina   porque é uma nódoa" - Eça de Queirós, in 'O Conde de Abranhos'

 

- "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão" - Eça de Queirós

 

- " ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas.  Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA.  É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos.  Política de acaso, política de compadrio, política de expediente.  País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência ? " - Eça de Queiroz, 1867 in "O distrito de Évora"

 

- "Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.

A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.

À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade." - Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora" (1867)

 

- "Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal" - Eça de Queirós, 1872, in As Farpas

   Como se chama a um vendedor de tachos e panelas ?  Relvas ?

    Na Assembleia da Republica foi aprovado a extinção de mais de mil freguesias, enquanto ao mesmo tempo se criam mais uns tachos de coordenadores locais ou regionais, não eleitos mas sim nomeados e a ganhar uns milhares de euros por mês. Uns tachos para agradar aos boys das concelhias (do partido) e mais uma machadada na democracia.
    Não se deviam acabar com freguesias, o que se deviam era criar mais garantindo que nenhuma tinha mais de cinco mil habitantes e assim que nenhum membro da junta era remunerado. Assim se garantia que quem concorresse para esses cargos o fazia por cidadania e serviço público e que os cidadãos ficariam com alguém que conheciam e que os poderia atender para ouvir as suas opiniões e problemas. Aproximar os eleitos dos eleitores devia ser o caminho não o contrário, como está a ser feito, em que os eleitos nem conhecem os eleitores e os eleitores vão ver chegar gentes dos partidos, muitos vindos de bem longe, para ocuparem os lugares e os tachos administrativos agora criados.
    Este Miguel Relvas é o personagem mais sinistro deste governo, é o homem que cala jornalistas, saneia outros, vai vender a RTP a amigos, anda metidos em segredos das secretas e paga favores feitos ao partido com tachos para boys.

   Primeiro foram os amigos importantes, em cargos de Administração bem pagos, como na EDP, CGD e outras, depois lugares de assessores e consultores pelos Ministérios e empresas públicas e agora há que satisfazer os boys locais com tachos administrativos bem remunerados. Pelo menos bom pagador de favores este governo é. Ao pé deste Relvas até o aldrabão do Sócrates parece um anjinho.

       O "igNóbel" da paz

 A União Europeia recebeu hoje o prémio Nobel da Paz. Quem se lembra da cimeira das Lajes e da Guerra do Iraque e da forma como alguns países europeus promovem um autentico colonialismo económico sobre os outros países mais fracos só pode considerar isto como uma brincadeira de mau gosto. A Europa, assim como a América ou outra qualquer grande potencia são sempre focos de guerra, de instabilidade e de miséria porque todos procuram manter o seu poder à custa de outros. O prémio Nobel da paz há muito que está desvirtuado e serve interesses económicos e políticos. Infelizmente, mais uma boa ideia transformada num jogo de interesses.


Publicado por Xa2 às 13:31 | link do post | comentar

2 comentários:
De .Cidadão vs. semi-escravo. a 12 de Dezembro de 2012 às 16:43

«Não sabíamos» ...
«nunca tinhamos pensado ...»

. A ignorância (tal como o desconhecimento da lei não isenta os cidadãos do seu cumprimento e/ou consequências...) não serve de desculpa a cidadãos de maioridade e 'aptos' ...

.se os indivíduos têm direito a Votar e a ser eleitos, têm toda a Responsabilidade ... pelo que os dirigentes políticos (eleitos 'democraticamente' ou 'assim-assim') da sua autarquia e do seu País fazem, não fazem ou deixam fazer ...
pelo que desperdiçam, mal-gastam, desviam, roubam/dão a amigos, ... e lhe acabam por retirar os bens e Direitos que antes eram 'intocáveis' (incluindo o de cidadania plena, de voto, de greve, de trabalho, de educação básica, de saúde, de liberdade de expressão, ...).

. Se alguém Não Vota ou Vota em branco ou nulo ou ou delega noutro o seu voto ou não comparece nas reuniões de informação e decisão ... sujeita-se às decisões que forem tomadas por outros.

. Se alguém não se candidata ou vota 'mal' ou se abstem ou se esconde ou sai do país (por muito válidas que sejam as suas prioridades ou razões pessoais) ... deixa que os piores que ele/a os governem (e se governem); na prática está a optar ser um «cidadão de segunda» e ... , por isso, ou «passa à acção directa»/revolucionária ou sujeita-se à subserviência, à semi-escravidão, à caridadezinha, ... como mansos indefesos de quem se pode abusar à vontade.

. Portanto já sabe:
se é masoquista, alienado, desinteressado da política, parvo, incapaz, mentecapto, burro ... será tratado como tal.

Zé T.


De .InJustiça Fiscal na UE e Pt, fraude... a 12 de Dezembro de 2012 às 18:02
Justiça fiscal na UE e em Portugal?
(-por AG , CausaNossa)

"Pode o Presidente Barroso explicar porque é que a Troika que monitoriza o programa de ajustamento em Portugal não diz uma palavra ao ver o
Governo português legalizar a evasão e a fraude fiscais e a lavagem de dinheiro
por individuos, empresas e bancos que estao identificados como tendo acumulado mais de 4 mil milhões de euros só na Suíça, ao permitir-lhes pagar uma indecentemente baixa taxa de 7,5%?

Sem ter de repatriar esses activos, sem ter que revelar a possível origem criminosa desses activos e, ainda por cima, escandalosamente garantindo-lhes a protecção do segredo!

Onde está a justiça, a igualdade e a equidade sobre as quais o Presidente Barroso hoje aqui falou, mas que os cidadãos europeus, sofrendo o desemprego e a pobreza em consequência da crise, não vêm de tido a UE pôr em prática?"

Foi a pergunta que dirigi esta manhã ao Presidente da Comissão Europeia em debate no PE sobre as propostas da Comissão e de Van Rompuy em debate na próxima Cimeira Europeia.

Barroso não respondeu - para espanto de muitos parlamentares, havia entretanto abandonado o hemiciclo, deixando um dos seus Comissários a fingir que respondia.


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