Andámos vários anos distraídos e a ser enganados pelos políticos que fomos elegendo como nossos, legítimos, representantes na governação do país. Os resultados nem todos estão à vista. Desconhecemos, grande parte e respetivos montantes, dos valores extorquidos ao erário publico. Parcela dos nossos impostos.
Esses políticos que, vistos com olhos de ver, são, muitas vezes, mais aparentados com vendedores de ilusões do que de sérios governantes, prometeram-nos festas (em cada campanha eleitoral realizada) e nós fomos, sucessivamente, aceitando o engodo, elegendo aqueles que maiores festanças nos ofereciam. Sem nunca perguntar de onde provinha o dinheiro para as suportar.
Nunca, em várias décadas, nos perguntamos quem iria pagar as faturas de tanta fartura eleitoralista, nem as rendas de tanto km feito de alcatrão, os custos dos vários metropolitanos, os elefantes brancos em estádios de futebol transformados, os túneis do Alberto João, etc., etc.
Mesmo quando “o dinheiro era barato” não nos deveríamos ter assim deixado embriagar com ele porque corremos o risco de ficar viciados, como parece ter sido o caso, além de enganados politicamente. Os gastos/investimentos raramente foram aplicados em atividades reprodutivas.
Não nos demos conta de que o sucessivo acumular do deficit da Balança de Comercial (importar mais do que exportar) associada ao deficit orçamental Pagamentos (o Estado gastar mais do que podia visto que o valor das receitas dos impostos e diretas foram sendo inferiores às despesas) mais tarde ou mais cedo levariam o país à falência.
O povo, e aqueles que no desempenho de funções de responsabilidade administrativas que negligenciaram o devido controlo de gastos, é responsável, em primeira linha, pelo estado a que chegou o país na medida em que não se comportou como “guardião do reino” exigindo a observação dos princípios do bom governo da rés-pública e cedeu às capturas dos lóbis partidários. O país continua capturado pelos partidos e por quem por sua vez os capturou também.
Assim, com tal negligente conivência, permitimos que, pela terceira vez, o país tivesse caído na ruptura económica e na falência do Estado.
Já devíamos ter exigido a suspensão da lei 19/2003 com as alterações introduzidas pela lei nº 1/2013 de 3 de janeiro do financiamento dos partidos que, como qualquer outra associação se deve financiar pelas quotas dos seus militantes e eventuais doações. Esta exigência obrigaria as forças partidárias a ter outros comportamentos mesmo na relação com seus militantes. Maior respeito e melhor democracia interna. Em vez disso, Cavaco Silva, mesmo com dúvidas de "transparência e do controlo dos financiamentos políticos", acabou por promulgar a sua revisão.
Resolvida a presente situação, como o foram as duas antecedentes, nada nos garante que não voltemos a cair em idêntica desgraça se todos não aprendermos a ter outros comportamentos e não nos habituamos a observar novas condutas, sendo mais exigentes connosco mesmos, enquanto cidadãos em plenitude de direitos e obrigações.
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