2 comentários:
De Desemprego, Fome, Desespero, ...pum ! a 28 de Janeiro de 2013 às 14:11
A política, a fome e o desespero

Já não é uma questão partidária, é um assunto angustiante que alastra como mancha de óleo na sociedade que julgávamos civilizada e onde subsistia um módico de dignidade.

Chegam-me ecos de pais desesperados que perderam o emprego e o subsídio mínimo de subsistência, com os filhos para sustentarem, e que vão aos lares buscar os progenitores para, com as parcas reformas, assegurarem a sobrevivência coletiva.

Há velhos que já não desejam regressar, maltratados pela idade e pelo abandono, sem esperança de uma convivência afetuosa que mitigue os dias tristes que lhes restam. E, se o entendimento ainda lhes assiste, juntam ao drama das feridas que os afligem a ânsia de não deixarem os netos e os filhos à míngua!

Que raio de sociedade é esta, donde a solidariedade emigrou, delidos os laços de família a que se apela, à falta de alternativa, em horas de desespero? Que gente somos nós, que vemos o povo com fraturas sociais expostas e a sangrar por dentro, à espera da caridade que alivia os pecados de ricos ociosos e pios, que a aproveitam para promover carreiras? Que exemplo damos aos que hoje precisam de nós para que alguém nos retribua quando formos nós os necessitados?

A raiva, as lágrimas e a violência, escondem-se entre as paredes de velhas casas que vão sucessivamente abdicando do gás, da eletricidade e da água. É nesses espaços de ódios e ressentimentos que fermenta a violência que se adivinha. A fatalidade que começa pelas necessidades básicas transforma-se em tragédia.

Há uma bomba social escondida à espera do rastilho para detonar. Nessa altura ninguém poderá sentir-se seguro. O egoísmo, a incúria e a insensibilidade só geram desgraças.

Começa a ser tarde para arrepiar caminho.



posted by Carlos Esperança, http://ponteeuropa.blogspot.pt/2013/01/a-politica-fome-e-o-desespero.html


De 'país periférico'/ neo-colonizado ... a 4 de Fevereiro de 2013 às 10:19
Para além da guerra/terrorismo islamita estão subjacentes políticas económicas/financeiras/monetárias 'nacionais' e internacionais ...

---------------
O Mali aqui tão perto?


“O sobreendividamento dos anos 1970 serviu de justificação para impor ao Mali uma reestruturação da dívida.
Esta reestruturação foi condicionada a planos de ajustamento assassinos que impuseram a austeridade na despesa pública, privatizações e liberalização excessiva durante os anos 1990 e 2000.

A França sempre apoiou esta política predadora, mantendo este país sob a tutela monetária do Franco CFA, com as suas desvalorizações a serem decididas em Paris.”

De um recomendável dossier sobre a intervenção francesa no Mali.

---------
Tomás disse...

fantástico como grandes potências vivem à custa do asfixiamento dos pequenos... é o mundo em que vivemos.


Comentar post