De .Troika-Euro mata Estado soc. e cl. méd. a 11 de Fevereiro de 2013 às 15:14
João Galamba:
"O euro é uma arma de destruição maciça"
[Alexandre Costa, expresso.pt, 09-02-2013]

Deputado socialista considera que a direita tem em marcha "um plano perverso" para fazer a classe média deixar de defender o Estado Social.

Sociólogo Boaventura Sousa Santos diz que a luta dentro das condições da troika "é uma luta perdida".

As declarações do deputado socialista João Galamba e do sociólogo Boaventura Sousa Santos foram proferidas ontem na apresentação da conferência do Congresso Democrático das Alternativas (CDA) "Vencer a Crise com o Estado Social e a Democracia", que terá lugar a 11 de maio, em Lisboa.

"Não vejo como é possível recuperar o Estado Social sem autonomia monetária. O euro é a principal ameaça à sobrevivência disto tudo.
Se não houver alterações, é uma arma de destruição maciça contra os sindicatos, contra os trabalhadores e contra o Estado Social", afirmou João Galamba.

Antes disso, o deputado dissera que a direita tem em marcha "um plano perverso" para destruir aquilo que considera ser base do Estado Social, "a união entre a classe média e os pobres", retirando à classe média os direitos que esta até agora usufruía de modo a que deixe de defender "um Estado Social para pobres", contra os quais se passou a digladiar.

"O Estado Providência já não está lá"

Por seu turno, Boaventura Sousa Santos referiu na sua intervenção que em Portugal o Estado Social foi sempre débil e que até aqui fora compensado por uma sociedade providência, nomeadamente com a interajuda entre pais e filhos, um equilíbrio que está agora a ser destruído com o desemprego e os cortes nas reformas e pensões.

"A solidariedade entre gerações fez com que a crise nunca fosse tão grave (em Portugal). Querem destruir o Estado Social num momento em que o Estado Providência já não está lá", afirmou o sociólogo.

Boaventura diz que a luta dentro das condições estabelecidas com a troika "é uma luta perdida" e incita os cidadãos a tomarem as ruas em protesto, considerando que "as instituições não vão dar resposta adequada se os cidadãos não fizerem pressão sobre elas".

Para além de João Galamba e Boaventura Sousa Santos, a apresentação da conferência do CDA contou ainda com as intervenções do jurista Jorge Leite, da especialista em Direito Internacional Maria Eduarda Gonçalves e do elemento dos Precários Inflexíveis Tiago Gillot.

Reflexão pretende juntar "as várias esquerdas"

Ontem, a CDA apresentou no auditório do Liceu Camões, em Lisboa, a declaração que pretende lançar a reflexão juntando "as várias esquerdas", para a conferência que terá lugar a 11 de maio.

O documento de partida, que toma posição contra "o ciclo vicioso da austeridade", foi lançado com 176 subscritores, entre os quais se encontram nomes como António Arnaut, Daniel Sampaio, Francisco Louçã, Ana Gomes, Ana Drago, Isabel do Carmo, Miguel Vale de Almeida, Carvalho da Silva, Inês Medeiros e Mário Laginha.

A moderadora da sessão de apresentação de ontem, Manuela Silva, expressou
o apoio da CDA às manifestações promovidas pela CGTP
e pelo movimento 'Que se Lixe A Troika!',
que vão ter lugar, respetivamente, a 16 de fevereiro e a 2 de março.


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