Por cortarem nos salários e nos subsídios de férias e Natal?
Por aumentarem de forma imoral o IRS de quem trabalha e serem benévolos para os bancos e acionistas?
Por diminuírem drasticamente as compensações por despedimento e por porem os trabalhadores a pagar o seu próprio despedimento?
Por darem a possibilidade de se aumentar o horário de trabalho e o despedimento?
Afinal em que aspetos o dito Acordo foi positivo quando o desemprego penaliza fortemente os trabalhadores?
Ah! Já sei o que me diria Joao Proença. Diria que se não fosse o Acordo ainda estaríamos pior ! Os trabalhadores teriam perdido todo o salário e teriam que pagar para trabalhar ! Visto dessa maneira concordo...
[mas ...o desemprego aumentou e continua a aumentar; com as falências de empresas sucede o mesmo; a dívida pública atinge quase 120% do PIB; o déficit não atinge os limites do estabelecido. ... - para que serviu então o Acordo de 2012 ? ... (para 'amansar' os trabalhadores e a oposição !!) sem ele, certamente a mobilização popular e sindical seria superior à que tem sido e o (des)governo teria concerteza enfrentado ainda mais combate social e sindical e estaria socialmente ainda mais isolado, o que significa que teria menos possibilidade de continuar a praticar maldades anti-sociais, como a da actual tentativa de redução de quatro mil milhões no Estado Social ! ... ]
Esta posição de Proença é muito semelhante á de alguns militantes da CGTP. Têm uma crença também muito própria. É a crença na luta como um objetivo. Podemos estar a morrer de fome mas se lutarmos sempre morreremos a lutar. Uns querem morrer a negociar e outros querem morrer a lutar! Duas faces da mesma moeda.
Seria bom perguntar cada vez mais qual é a posição dos trabalhadores e não apenas dos respetivos dirigentes. Os dirigentes sindicais não são vanguarda dos trabalhadores mas apenas seus representantes.
O futuro vai ser extremamente duro com os dirigentes sindicais se não se instituírem novos mecanismos de auscultação e debate com os trabalhadores.
O fosso entre representantes e representados não se alarga apenas no domínio político (entre deputados e eleitores, entre dirigentes partidários e militantes, ...). O fosso também se está cavando na área sindical. Teremos que inverter a situação! Não é fácil ! Voltaremos a este assunto!