Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013
ETTs  - Empresas de Trabalho Temporário    (-por Renato Teixeira, 5Dias)

487505_508753612500768_1205917310_n   Depois  das falcatruas da NewTime   e do oportunismo da Dancake, a Vice, pela mão do Rui Marçal, dá conta dos salafrários da ManPower.   Esta gente das ETTS são uma verdadeira Máfia ao serviço da desvalorização do valor do trabalho. Até quando? 

---------

Lobo Bom:  says:

Eu já tinha ouvido dizer que as ETTs faziam muita marosca, desde fugas aos impostos até fecharem portas da noite para o dia e abrirem com outro nome mas julgava que grandes empresas como a Dan Cake tinham rédea nas ETTs em termos de cumprimento salarial, através de um seguro ou caução. Ao fim e ao cabo estes trabalhadores trabalhavam nas suas instalações, comiam no seu refeitório e o desempenho deles era avaliado pelas suas chefias. Como é possível uma empresa como a Newtime entrar pela Dan Cake dentro e ter tanto espaço de manobra?!  Ou era preciso um caso destes, à custa dos mais fracos, para se mudar a lei para melhor?!

Sobre a Newtime tenho mais esta acha para a fogueira: ouvi que a Newtime normalmente desviava o dinheiro da Segurança Social e do Fisco preferencialmente dos seus trabalhadores… estrangeiros. Isso mesmo. A burla era feita com requintes de xenofobia e de ódio. Uma empresa licenciada pelo Estado de Direito Português decidiu por sua conta que os cidadãos estrangeiros a residir e a trabalhar legalmente em Portugal são mais “burláveis” do que os cidadãos portugueses. Chamem a Polícia e, já agora, o Tribunal Penal Internacional!

    O que dizes é bem verdade e a Lei diz que em último caso a empresa utilizadora tem de pagar até 12 meses de salários quando a empresa intermediária falha e fica sem meios mas, para já, esse dinheiro deve estar a dar muito jeito à Dan Cake nem que seja para comprar P.H.  Eles hão-de pagar um dia mas só quando meia dúzia de resistentes levarem o caso até ao fim e com uma sentença de um Juiz… para a empresa há-de ser uma poupança do caraças pois hoje podemos estar a falar de 20 mil euros e quando este caso chegar ao fim, conforme o número de queixosos, há-de ser bem menos…

Pois caros comentadores indignados, eu fui mais uma das burladas e desta vez por uma entidade pública a ARS Lisboa, fui trabalhadora do centro de saúde de Oeiras e foi-nos dito (8 funcionários burlados) que a factura de Maio não tinha sido paga pela ARS mas que como nós eramos apenas horas e não pessoas não podiam fazer nada pois eramos funcionários da New Time e não deles. Foi um lavar de mãos de punhos brancos. Agora fizeram (ARS) uma proposta a quem quisesse aceitar uma nova empresa (Egor) mas com uma baixa salarial só no ordenado base de 165€ (ordenado mínimo)...

É sabido que a Dan Cake não tem pago o subsídio de férias pontualmente aos seus trabalhadores bem como as horas extraordinárias. Por aqui se vê que o azar dos temporários de quem se tem escrito aqui não se chama só Newtime. Burla de um lado, abandono e desprezo do outro…

Rui Marçal :

 ...desenganemo-nos: ganhar três euros à hora, sem salário fixo, sem horas extra, sem seguro de saúde e sem estabilidade, já para não falar de que não se trabalha para o que se estudou, não é precariedade — é pobreza.

...são espremidos ao máximo. Fazem horas extra não-remuneradas (nos últimos três meses foram entre uma e duas horas por dia), não têm qualquer garantia de progressão e sabem de antemão que nunca ficarão no quadro da empresa, por isso, “tanto dá ser o melhor”. Trabalham da mesma forma que os estagiários da Nokia, que são melhor remunerados e a ETT ainda lhes fica com 25, 30 por cento do salário.

... está numa empresa que se chama Emprecedeque é a ETT da Teleperformance, empresa que por sua vez vende o serviço ao banco. Esta brincadeira garante que a margem que as ETTs ganham ao colocar trabalhadores nas empresas fica no mesmíssimo sítio. A Teleperformance recebe o negócio, mas “como são duas empresas juntas, até fisicamente, não sabes como viaja o dinheiro”. Teve de assinar uma declaração de confidencialidade porque é “um cargo de grande responsabilidade”. O trabalho que a Ana faz é qualificado, idêntico ao que é feito ao balcão de um banco, mas em vez de receber um ordenado similar aos das colegas, recebe 2,80 euros à hora. Apesar disso, tem de dizer sempre aos clientes que está na sede, que ela nem sabe onde fica. É um trabalho “super-instável” porque há dias em que a chamam para trabalhar oito horas e outros em que só trabalha três, consoante as necessidades. O contrato que assinou é “uma cena engraçada”, porque “não diz horas, mas diz que aceito ser movida para outra campanha e ser adaptada às necessidades da empresa”. Já participou em várias “campanhas”, isto é, assegurou o apoio ao telefone e backoffice de diferentes marcas (bancos, seguros e outras empresas). Como se isto não bastasse, depois de dois anos de trabalho, caso não passem a efectivos, “mandam-te seis meses para casa e depois voltam a contratar-te no mesmo registo, com as mesmas condições”.



Publicado por Xa2 às 07:50 | link do post | comentar

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS