Quarta-feira, 15 de Maio de 2013

Não haja duvidas que para certa gente, sobretudo quando lhes convém, a memória é curta, mesmo muito.

Essa gente esqueceu, por completo, todo o debate que antecedeu a elaboração e aprovação da lei de delimitação de mandatos dos titulares de presidentes dos órgãos executivos autárquicos.

Olvidam que os fundamentos e preocupações para a tomada dessa iniciativa legislativa giraram (e giram ainda para os eleitores e pessoas de boa fé) em torno dos detentores dos cargos e por causa de situações como as surgidas em Gondomar, Oeiras, Braga, Guarda, Santarém e tantos outros lugares onde existiram indícios de corrupção e conflitos de interesses caciqueiros.

Tais conflitos e atos corruptos não se deveram aos territórios mas sim a comportamentos de alguém, com influência nos meandros das burocracias, prejudicando o erário publico concomitantemente com o enriquecimento elícito de alguém.

Entender que a lei “não é um castigo sobre os autarcas, sobre a função é uma limitação territorial” é claramente uma interpretação desviante em função do interesse próprio.

Morreira da Silva, responsável do PSD para a coordenação autárquica, pode entender que a lei não deva ser interpretada, objectivamente, como um castigo de quem exerce a função de presidente de junta ou de município. Também assim o entendemos. Agora, afirmar que a dita legislação se destina a uma limitação territorial seria aceitar que qualquer cacique e traficante de influências em obras municipais se anula mudando-o de território e que o mesmo se pode mudar, por exemplo, de armas e bagagens de Cintra para Lisboa, de Gaia para o Porto, de Santarém para Oeiras, de Braga para Faro ou de Bragança para Lagos.

O senhor Moreira da Silva até pode ludibriar os militantes do PSD mas não pretenda atirar, a todos os eleitores, com areia para os nossos olhos. Isso é abusar da nossa paciência!

Outra nota muito estranha, (olhe que não, olhe que não) na entrevista que deu ao DN, é quando Moreira da Silva que diz que “é preciso proteger os mais pobres” só que para este governo, do qual é um dos primeiros mentores, “os mais pobres” são os que recebem menos de 600€ de reforma, os sem-abrigo que nem recorrem ao SNS, ou reclamam qualquer apoio do Estado. Todo aquele que reclamando os seus créditos do acumulado no fundo de pensões e tenham direito mais dos 600€ são considerados ricos a que se carrega com impostos.

Querem um país de pobres e indigentes pedintes às portas das misericórdias.



Publicado por Zé Pessoa às 12:15 | link do post | comentar

1 comentário:
De Muitos culpados e poucos inocentes a 15 de Maio de 2013 às 16:19
temos os políticos que temos. A maioria uns vendidos a interesses particulares. fazem pela própria vida. contudo a maior culpa é dos eleitores que ao fim e ao cabo elegem tal gente.


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