2 comentários:
De "capitalismo, empreendedor, explorador,. a 22 de Maio de 2013 às 10:44
Over It! – Era uma vez um conto de fadas

(22/5/2013 por Renato Teixeira, blog.5dias.net)

Ou como o empreendedorismo acaba sempre por tropeçar nos próprios pés.

Quem tem idade para fazer negócios, tem a responsabilidade de responder às perguntas que se impõem.
Quem é adulto para assinar contratos, importar, exportar e opinar sobre se é bom ou mau viver com o salário mínimo, diria mesmo, tem a obrigação de se explicar.
O programa do Prós e Contras de ontem dará pano para muitas discussões, uma vez que a ignorância e a mentira não foram monopólio do espertalhão do Martim.
Os acólitos da historieta do empreendedorismo um dia desistem de nos convencer de que pode haver negócio sem investimento e produtos baratos sem recorrer a mão-de-obra escrava ou sobre-explorada.
Quem assina os contratos em seu nome?
De onde vêm os produtos que ele importa?
Quem lhe concedeu o crédito?
O testa de ferro que o manobra e a turba de austeritários que o tornaram em mais um idiota útil da sua propaganda, deviam pelo menos ter poupado o adolescente ao marketing de guerrilha.
Agora, no pico da onda do debate e com ele a ganhar interesse na sua substância, seria desonesto que a data de nascimento do intérprete – que até parece bom rapaz – de um negócio de sucesso, não fosse usada como pretexto para que se tirem todas as conclusões.
A peta desculpa-se, a dele ou a de interposta pessoa, a falta de verdade não.

Sobre o assunto, ler também:
“A Tragédia Social na Rede Social“, “A Falta de noção do ridículo“, “Empreende-dor-ismo“, “Raquel, do lado certo da História“, “Uma mão cheia de argumentos contra a ignorância“, “O Martim é bue da empreendedor“, “O salário Mínimo é uma Vergonha“ e este testemunho.
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Vai estudar Martim !
(para esse empreendorismo ... já bastam os ciganos da butik alcofa, com a ASAE à perna ... e tu quando terás o Fisco à porta ?!)
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Raquel Varela, do lado certo da História
(21/5/2013, Rui Moreira, «Quando os Lobos Uivam»)

O pequeno Martim, jovem empreendedor e futuro embaixador do Impulso Jovem monopolizou as atenções das redes sociais. O automatismo com que descompôs Raquel Varela e todos os que auferem o Salário Mínimo Nacional colheu aplausos na acefalia entusiasta da sua bancada.
A forma como esses aplausos se têm reproduzido em diferentes comentários e declarações sebastianistas revela como muita gente está descontente com o Governo. Martim, o supra-sumo da economia, está já na mira de alguns como futuro Primeiro-Ministro de Portugal e resolverá os problemas estruturais do nosso país.

Porém, a mediática resposta que protagonizou é parte integrante do barulhento discurso (nunca sustentado) de que uma economia competitiva deve estar assente em miseráveis salários.
Esta argumentação queda, à partida, quando analisamos o nosso caso.
O CAPITALISMO e a consequente DESVALORIZAÇÂO SALARIAL (aliás, a sua maior virtude) deu ao mundo, e também a Portugal, POBREZA e fome.
Se analisarmos meia dúzia de dados, rapidamente percebemos como o não acompanhamento dos salários relativamente à inflação resultam na perda de qualidade de vida das classes sociais de base.
Perceberemos também que o regime se tornou explorativo, pois comparando o salário dos trabalhadores com o salário dos seus gestores, revela-se uma diferença abrupta entre eles.
O que importa discutir é isto:
como os baixos salários, em última análise, descapitalizam o Estado e o seu providencialismo coesivo.
Baixos salários não nos trouxeram competitividade económica nem social, apenas pensões ínfimas e a acumulação imoral de riqueza em determinadas famílias.
Os custos sociais da crise que vivemos provêm, para além da conjuntura internacional, das baixas contribuições que o Estado arrecadou nas últimas décadas.
Não existe proporcionalidade salarial nem contributiva em Portugal.

Acredito que o que escrevi está implícito em parte do discurso da Raquel Varela e é factual.
Não o querermos discutir é negligenciar valores fundamentais para a nossa emancipação colectiva.
Aplaudí-lo é estar do lado errado da História.


De 'Outsource' Ruinoso e Corruptos a 23 de Maio de 2013 às 09:21
Contra a fraude e a evasão fiscais
(-por AnaGomes , 21/5/2013, Causa-Nossa)

"De 2000 a 2012 mais de 170 mil milhões de euros foram transferidos de Portugal para paraísos fiscais - e isto é só a parte oficialmente registada.

Os que evadem ou evitam impostos foram assistidos por bancos, advogados e peritos financeiros a quem os governos portugueses também regularmente contratam para, supostamente, lhes entregar em "OUTSOURCE" a defesa de interesses do Estado - tudo acabando, usualmente, em CONTRATOS RUINOSOS CORRUPTOS e leis cheias de buracos para ajudar os CRIMINOSOS fiscais.

No ano passado, já sob resgate e com os impostos aumentados drasticamente sobre as pessoas que os pagam,
o Governo português concedeu uma "amnistia fiscal" aos criminosos fiscais, permitindo-lhes manter o secretismo e pagar uma multa ridícula de 7,5% para legalizar e manter fora, a maior parte na Suíça, mais de 3.4 mil milhões.
Ou seja, nem sequer exigindo o repatriamento desses capitais. E tudo com a benção da Troika.

Listas Lagarde, listas Liechenstein serviram realmente para proteger os criminosos fiscais
e encobri-los em ainda mais secretismo por parte das autoridades portuguesas.

A troca de informação automática é essencial ao nível UE e ao nível global.
A Áustria e o Luxemburgo têm de ser nomeados e envergonhados por a obstruírem.

Os membros dos governos da UE e quaisquer peritos que protejam os criminosos fiscais
devem ser expostos, julgados e exemplarmente punidos."

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Intervenção hoje no plenário do PE, em debate sob luta contra evasão e fraude fiscal, preparando o Conselho Europeu de amanhã.
No minuto que me coube não deu para completar com as duas ultimas frases. Mas aqui ficam.


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