4 comentários:
De "Fome e Abastecim."-28maio FCSH. a 23 de Maio de 2013 às 14:24
Um debate de excelência sobre a fome, a terra, e a crise
(-Maio 23, 2013 por Raquel Varela , blog.5dias.net)

Um painel de excelência para o tema da fome, terra, questão agrária e propriedade.
No próximo dia 28 de maio na FCSH, entrada livre, terá lugar este debate público, numa altura em que alguns economistas falam da hipótese de uma crise de abastecimento geral nos países ricos.

Cabe-me a honra de moderar e lançar para debate as perguntas numa mesa redonda que conta com:

Jonas Duarte, discípulo de Josué de Castro Professor universitário membro do Movimento Sem Terra, do Brasil.
Constantino Piçarra, autor de uma tese sobre a reforma agrária na revolução,
Fernando Oliveira Baptista, ex ministro da Agricultura e Professor Universitário do ISA,
José Lima Santos, também do ISA, e
Isabel do Carmo, médica e
Renato Guedes, físico da Faculdade de Ciências.

Deixo aqui as perguntas que lhes vou lançar no debate, reiterando, em meu nome do Constantino Piçarra, o agradecimento público por terem aceite este desafio.

O que determina o preço dos alimentos?

A especulação tem um efeito assim tão decisivo?

Qual a relação entre padrões alimentares dos trabalhadores e crises económicas?

O que é a renda da terra?

Qual o impacto da restrição no acesso ao crédito no preço dos alimentos?

Qual a relação entre a caridade e o assistencialismo e a gestão de excedentes alimentares?

Pequena e grande propriedade e crise alimentar, qual a relação?

Importamos realmente muitos alimentos?

Qual a fronteira entre segurança alimentar e soberania alimentar?

Podemos viver, com uma nova crise cíclica, uma crise geral de abastecimento?
-----


De .Estado Social, Democracia e Desenvolvim a 23 de Maio de 2013 às 15:28
Estado Social, Democracia e Desenvolvimento
(-por Nuno Serra, 23/5/2013, Ladrões de B.)

«O alvo dos cortes redobrados é o ESTADO.
Não o Estado (dos tachos, leis e decisões) capturado pelos poderosos e posto ao serviço dos seus interesses,
mas o ESTADO SOCIAL.
O Estado que redistribui rendimento, investe na criação de emprego, garante os direitos dos trabalhadores e dos reformados, apoia os mais frágeis, qualifica o país com educação, ciência, saúde, segurança social.
O Estado Democrático de Direito. O Estado que garante os direitos humanos.
O Estado que pode e deve capacitar a sociedade com uma administração pública competente, desenvolver as infraestruturas coletivas, conceber estratégias, apoiar iniciativas individuais e coletivas, ajudar a economia e defender a posição internacional do país.

Claro que é preciso cortar nas gorduras.
Cortar nas RENDAS ILEGÍTIMAS, nos maus investimentos, nos juros e na dívida.
Mas o Estado Social não é gordura.
É o músculo de que o País precisa para se reconstruir, depois da devastação causada pela austeridade.
E não se trata apenas de defender o Estado Social que temos, trata‐se de o robustecer e transformar.
O Estado Social é o alicerce de uma ALTERNATIVA política à austeridade e ao EMPOBRECIMENTO.» (da maioria, a favor do super enriquecimento de uma minoria, de oligarcas e administradores de grandes empresas).

Excerto do texto final de Resolução da Conferência «Vencer a crise com o Estado Social e Democracia», promovido pelo Congresso Democrático das Alternativas e que teve lugar no passado dia 11 de Maio no Fórum Lisboa.


De .+ HUMANISMO, -"empreendeDOR"/exploraDOR a 23 de Maio de 2013 às 14:56
Quem e porquê promove o DESEMPREGO ?
(-Maio 22, 2013 por Renato Teixeira )

O Martim não teve o monopólio da ignorância, naquele que já é, seguramente, o debate do «Prós e Contras» mais discutido dos últimos tempos. No vídeo acima, tal e qual como escreve a Marta Madalena Botelho, do P3, fica claro que “empreendedores há muitos, humanistas é que nem por isso”.
Chapeau!
-----------

Empreendedores há muitos, HUMANISTAS é que nem por isso
(-por Marta Madalena Botelho • 22/05/2013)

O que me espanta é que haja quem aplauda o que foi dito pelo empreendedor de 16 anos.
Não pode arrogar-se o título de "empreendedor" aquele que EXPLORA o seu SEMELHANTE num sistema que pouco difere do trabalho FORÇADO e da ESCRAVATURA.
...
ganham o ordenado mínimo e, por isso, estão melhor do que estariam se estivessem desempregadas.
Não me espanta, porque um garoto de 16 anos ainda está na fase de se achar "a última batata frita do pacote" e de dizer parvoeiras que significam que
ele se está nas tintas para o valor do trabalho alheio e que não tem a menor noção do
tremendo disparate que é achar que, só porque estamos em crise, é melhor o "muito mau" do que o "péssimo", mesmo que isso ponha em causa princípios fundamentais e direitos humanos.
E também não me espanta porque ainda há dias foi noticiado como positivo pelos nossos media o facto de um restaurante espanhol pagar o trabalho dos seus empregados com comida, achando o dono do negócio que com isso desempenhava um importante papel de ajuda àquelas pessoas num momento de crise.
Aliás, os próprios empregados achavam a ideia óptima (bem melhor do que passar fome), tal como os clientes, que não viam problema algum no facto de alguém estar a enriquecer à custa de trabalho prestado em troca da mais elementar necessidade de sobrevivência do ser humano, a alimentação, aproveitando-se da conjuntura económica e social de um país em que os números do desemprego ultrapassam os 30% e os do desespero ultrapassam muito mais.
O que me espanta, confesso, é que haja quem aplauda.
...
-------------
o desemprego serve justamente para isto. Serve para se legitimar o mal menor, isto é, a miséria. Desemprego é, numa palavra, criação de um exército de desesperados dispostos a trabalhar a qualquer preço – é esse o programa da troika, numa frase. A alternativa que não ocorreu a DO e SL, é lutar por salários dignos, mas isso, claro, doi, porque implica mexer nos lucros e o paraíso keynesiano é aquele – inexistente – onde salários e lucros crescem juntos.

Folgo em saber que além do José Manuel Fernandes, do Millenium BCP e de um site de anúncios, o vídeo do puto que importa camisolas da China foi amplamente divulgado por um site que apela à emigração, isto é, à exportação de mão de obra a troco de remessas, que também faz parte do programa do Governo. Todos uns empreendedores.

“ganhar o salário mínimo é melhor do que estar desempregado, estar no gulag é melhor do que estar morto, ser português é melhor do que ser somali, viver na brandoa é melhor do que viver em damasco, lavar casas-de-banho é melhor do que trabalhar em desminagem, ter um marido ciumento é melhor do que ser mulher em kandahar, ser insultado pela maria teixeira alves é melhor do que ser espancado por um skin, viver na carregueira é melhor do que estar preso no carandiru, viver com o passos coelho é melhor do que viver com dois pais, digamos um mobutu e um mugabe (há correntes), estar a recibos verdes é melhor do que ser escravo na Mauritânia vestir uma blusa over it é melhor do viver numa dama de ferro. Espero que o miúdo passe factura das vendas na internet.”

Do Pedro Vieira.
--------
Se trabalhar pelo salário minimo é melhor que estar no desemprego;
trabalhar por um prato de comida também é melhor que o desemprego; ... e
trabalhar como escravo também é melhor que ser ... cozido de antropófagos.!!!
---------
Março 2013: Dívida 2pública" atinge os 127,3% do PIB. !! ... Se tivesse atingido os 20% era pior...
ou

...Foi atropelado mas só partiu um braço, uma perna, ... mas dê graças (não se REVOLTE, nem faça queixa dos RESPONSÁVEIS ) porque podia ser muito pior ...

... Estas atitudes e ideias (de CONFORMISMO com a selvajaria do ultra-neoliberalismo ) têm que ser DENUNCIADA"


De .Dignidade do trabalho e do cidadania. a 23 de Maio de 2013 às 15:12

O menino e a doutora
(- Maio 22, 2013 por António Paço)

... em defesa do Estado social, do emprego, da dignidade de quem vive do seu trabalho, contra a emigração como ‘solução’. ...

... a «desfazer» de uma penada toda a argumentação de RV.. E é ver a hostilidade contra a ‘doutora’ (contra o conhecimento e o trabalho sério) que para aí vai destilada
por esta direita ignorante, carroceira e chico-esperta, esta direita que deu ao mundo Relvas e Passos Coelho, esta direita que comanda um país com uma taxa de emprego de doutorados pelos nossos «empreendedores» de 2,6% (contra, por exemplo, 34% na Holanda ou Bélgica – Relatório da FCT citado pelo DN, 13-5-2013).

Mas que disse, afinal, o menino Martim, transformado em campeão da campanha de propaganda da direita:
que mais valia ganhar o salário mínimo do que estar desempregado. E isto mereceu aplausos na sala!
E que nos revela a ‘sabedoria’ precoce do Martim?
Que o desemprego de 1,4 milhões de portugueses não é uma infelicidade, um triste acaso – ele serve mesmo para nos fazer aceitar salários inferiores a 500 euros e achar que podia ser pior.
E não se pense que não existe uma base social relativamente alargada para estas ‘ideias’ bárbaras. Existe, sim.
As dondocas que exploram uma loja num centro comercial que só é viável graças a salários inferiores ao salário mínimo (com a desculpa que são part-times, por exemplo).
Os «empreendedores» chicos-espertos do import-export que mandam vir uns contentores de roupa ou de artigos de desporto, por exemplo, da China, da Índia ou da Indonésia e os vendem dez vezes mais caros.
Nenhuma desta gente produz seja o que for, mas vão-se safando na vida à custa dos outros.
A base social deste governo é feita em boa medida de gente assim, que, claro, são adeptos fanáticos do salário mínimo de 485 euros.

Falemos um pouco mais do «empreendedorismo». Este empreendedorismo que nos vende o governo e a direita é uma coisa muito diferente da iniciativa e do trabalho árduo.
No debate do Prós e Contras, a iniciativa e o trabalho árduo estavam representados pela Raquel Varela, que trabalha muito mais horas do que devia, já publicou seis ou sete livros e nem eu sei já quantos artigos em revistas científicas (com avaliação pelos seus pares) e acabou de ser reeleita a semana passada, por unanimidade, presidente de uma associação internacional de 34 instituições académicas de muito prestígio.
O ‘empreendedorismo’ do governo e da direita não é mais do que uma alcunha miserável para a expulsão de trabalhadores das empresas e a PROLETARIZAÇÂO das camadas médias.

São trabalhadores despedidos que passam a ser formalmente empresários, mas na verdade continuam dependentes – muitas vezes, senão quase sempre – das próprias empresas que os despediram e passam a não ter nenhuma da protecção social que antes tinham:
tornam-se únicos responsáveis pela sua segurança social, deixam de poder estar doentes, de poder tirar férias…
São os proprietários de pequenos negócios (restaurantes, empresas de serviços dos mais diversos matizes…) que mais não fazem do que explorar a sua força de trabalho e a da sua família, em micro-empresas onde o capital circula mas não se acumula.
É quase mais fácil ganhar o euromilhões do que ver um deles sair da POBREZA.

A dúvida mais importante que me fica depois destes espectáculos é:
por quanto tempo mais vamos aturar que o governo desta gente continue a destruir-nos, a nós e ao país?

É que quanto mais dilatado for esse tempo, mais demorado será reconquistar para a vida CIVILIZADA tudo aquilo que eles têm vindo a destruir.


Comentar post