Somos educados no respeito por uma determinada ética, no apego a uma certa ordem moral. Não
fazer batota com o dinheiro dos outros, com as nossas vidas, não vigarizar, não enganar, não roubar. Os valores da seriedade... E depois como aceitar que a ordem política, social e económica conviva, aceite, fomente, sirva-se da
desonestidade, da vigarice, do roubo nas relações económicas, sociais e políticas?... Já todos concluíram que estou a falar do governo de Vitor Gaspar/ Cavaco/ Portas/ Passos Coelho. Podia ser e com toda a propriedade mas não. Estou a falar dos OFF SHORES, onde se esconde o dinheiro dos negócios da droga, do tráfico de pessoas, os negócios de armas e o dinheiro limpo dos muito respeitáveis bancos de todo o mundo para encobrir negócios inconfessáveis, para fugir ao fisco através do qual os governos, que não fossem como o nosso, poderiam proceder à redistribuição da riqueza através da segurança social, da saúde e do ensino, nomeadamente.
Sei que não se pode responsabilizar este ou aquele governo por este repugnante estado de miséria moral em que assenta a nossa querida ordem democrática, dos direitos humanos, etc, porque só um governo (se não for o dos EUA) ou dois ou dez não conseguirão
pôr fim aos offshores porque isso seria
afrontar o poder estratosférico da alta finança. Mas, mesmo sem dar cabo do capitalismo, tarefa mais empolgante mas mais complicada, até por falta de um paradigma claro e mobilizador sucedâneo,
acabar com os offshores está dentro do horizonte das metas possíveis.
Quantos e quais dos políticos, nossos ou da UE ou do resto do mundo se batem por este mínimo de seriedade, de decência? Vamos exigir àqueles que estão aqui mais à mão que o façam. Vamos exigir-lhes que se batam pela sua honra. Nos governos, nos parlamentos, nas ONUs, aonde quer que estejam onde quer que vão.
[Um clique nas imagens pequenas amplia-as] (-
# posted by Raimundo Narciso,PuxaPalavra)