A crise chegou lá a casa. (-por M.Afonso em http://revistaanexo.wordpress.com/ )
E, de repente, não havia dinheiro nem perspectivas de trabalho. A miúda chorava ...
“Compromisso de salvação nacional” ?! Quem diria ? !!
PS (-por M. Cardina) Das duas, uma: ou o PS, ao aceitar o repto de Cavaco, vai fingir que negoceia, tomando o povo por parvo;
ou vai mesmo negociar com aqueles que considera não terem já legitimidade para estar no poder. Se assim for, predispõe-se a indicar como se processará o corte de 4700 milhões - a tal "reforma do Estado" -
e qual o itinerário daqui até ao 2.º resgate - que assim ficará "ratificado" por acordos prévios entre o "arco da austeridade", sem passar por essa maçada das eleições (ou levando a que elas ocorram tendo como pano de fundo um "facto consumado"). Finalmente percebi o que significa um "catch-all party"...
Uma ideia mesmo perigosa : aspirar a melhorar a vida
-------- Muda de via, PS vira-te para a Esquerda.
Sócrates diz que PS não pode aceitar acordo que envolva austeridade
O antigo líder socialista critica que a iniciativa do Presidente da República para um compromisso de salvação nacional aconteça "depois das medidas anunciadas, das medidas estabelecidas".
Lusa22:27 Domingo, 14 de julho de 2013
Luiz Carvalho
O ex-primeiro-ministro José Sócrates defendeu hoje que o PS não pode aceitar um acordo com PSD e CDS-PP sobre medidas de austeridade já estabelecidas, dizendo duvidar que a iniciativa do Presidente da República "leve a bom porto".
No seu programa semanal de comentário político na RTP1, o antigo secretário-geral do PS disse ter sido sempre "um adepto desse acordo", mas condenou que esta iniciativa do Presidente da República para um compromisso de salvação nacional aconteça "depois das medidas anunciadas, das medidas estabelecidas".
"É pedido [ao PS] que seja feito um acordo depois das medidas anunciadas, das medidas estabelecidas, o primeiro-ministro já comunicou à 'troika' quais eram todas as medidas, e detalhou, que queriam realizar, e agora pedem ao PS para CONCORDAR com DESPEDIMENTOS na função pública, com reduções das pensões.
Eu acho que o PS NÃO PODE concordar com isso e não vai concordar com isso", afirmou Sócrates.
O antigo líder socialista recorreu depois a uma metáfora que já utilizou várias vezes para apontar a condição necessária para que houvesse acordo entre o PS e os partidos da maioria:
"Tinha de ser sempre com base no seguinte,
PARAR de escavar, parar com os CORTES e com a AUSTERIDADE".
"O senhor Presidente da República lembrou-se que talvez fosse bom oferecer uma pá ao PS para continuar a escavar, ora, eu acho que
o PS não pode, nem vai, aceitar uma coisa dessas", observou.
"Parece-me central em todos os discursos do PS, que tem dito "nós não podemos colaborar com uma política para além da 'troika'".
O que o Presidente está a pedir ao PS é, eu dou-vos eleições daqui a um ano, mas vocês ajudam o Governo a aprovar o Orçamento para 2014, que inclui estes cortes todos, cortes esses já estabelecidos com a 'troika'", referiu.
"Balbúrdia institucional"
Sócrates criticou a iniciativa tomada por Cavaco Silva, considerando que esta gerou uma "balbúrdia institucional" no país, "estendeu a crise como uma mancha de óleo", e deixou o Governo "completamente desautorizado".
Para o antigo chefe de governo, o compromisso proposto pelo Presidente, após o executivo já ter anunciado mudanças na sua orgânica, coloca o primeiro-ministro "numa posição indigna, sem autoridade para liderar".
"Foi absolutamente humilhado, toda a gente nota", considerou.
Já sobre a convocação de eleições legislativas antecipadas para 2014, José Sócrates disse não saber como é que os presidentes do PSD e do CDS "podem assinar um acordo destes", que constitui "um preanuncio de dissolução" do parlamento.
"Duvido muito que esta iniciativa do Presidente da República leve a bom porto, veremos em que estado ficam as nossas instituições", afirmou, assinalando que "caso não haja acordo" ficam várias interrogações no ar.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/socrates-diz-que-ps-nao-pode-aceitar-acordo-que-envolva-austeridade=f820381#ixzz2Z6Usf8AQ
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«Não é a pornografia que é obscena.
É a fome que é obscena.» - J. Saramago
De 'Entalar o PS / não se deixar entalar. a 15 de Julho de 2013 às 15:06
-------- 'Entalar o PS' ...
Para Manuel Alegre, a decisão do presidente da República pretende colocar dificuldades ao Partido Socialista: "Ao transferir a responsabilidade para os partidos, mete no mesmo saco o PS e os dois partidos da coligação. O objetivo parece ser entalar o PS, pois se este aceitar um compromisso o PS fica amarrado ao Governo e chegará às eleições desgastado. Se não dialogar, será acusado pelo Presidente de virar as costas ao País."
O histórico socialista deixa um aviso a António José Seguro:
"O PS não é o terceiro partido da direita.
Se isso acontecer, será o suicídio político do PS ou desta direção.
Confio na honestidade do secretário-geral, António José Seguro, quando diz que não vai voltar atrás com a palavra."
Recomenda ao PS e a Seguro que se afirmem como alternativa:
" Os portugueses têm que perceber que o PS, para além do seu secretário-geral, tem uma equipa capaz."
Quanto a Cavaco Silva, considera que o Presidente coloca o País sob uma dupla tutela: "A da troika e agora a dele próprio. Só que o Presidente da República não é o tutor dos partidos."
O que deveria ter feito, após a carta de Vítor Gaspar e da demissão de Paulo Portas, era ter convocado eleições.
De .FMI: via austeritária PIORA tudo. a 15 de Julho de 2013 às 15:08
FMI diz que austeridade provoca mais desigualdade e desemprego de longo prazo
Estudo exibe resultados negativos de ajustamentos orçamentais em 17 países da OCDE entre 1978 e 2009. Refuta também a ideia de que cortes na despesa pública são mais benignos do que aumentos de impostos.
(Jorge Nascimento Rodrigues,14 de julho de 2013)
A consolidação orçamental produziu efeitos distributivos significativos amentando a desigualdade, diminuindo a parte dos rendimento do trabalho e aumentando o desemprego de longo prazo,
dizem quatro técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) num artigo de análise de 173 episódios de consolidação orçamental entre 1978 e 2009 em 17 países da OCDE, em que se inclui Portugal. O estudo não abrange o período de ajustamentos iniciado após a crise das dívidas soberanas na zona euro.
O estudo produziu três "sugestões" (como escrevem) de correlação, a partir da evidência empírica dos ajustamentos orçamentais, que, em média, naquela amostra analisada foram de 1% do PIB, ainda que os episódios variassem entre 0,1% e 5% do PIB:
# a desigualdade, medida pelo índice de Gini, aumentou 0,1 pontos percentuais no muito curto prazo, ou seja doze meses depois, e 0,9 pontos percentuais a prazo, ou seja oito anos depois; os efeitos são "duradouros";
# a parte dos rendimentos dos assalariados caiu 0,8 pontos percentuais, e, como padrão, tende a cair "mais rapidamente depois da ocorrência de um episódio de consolidação";
o efeito negativo sobre os rendimentos do trabalho é maior do que nos lucros e nos rendimentos provenientes de rendas;
# o desemprego de longo prazo aumentou 0,5 pontos percentuais no médio prazo; este aumento é preocupante pois implica o risco de agravamento do desemprego como um problema estrutural;
o "desemprego de longo prazo ameaça a coesão social" e a democracia (faz disparar as opiniões negativas sobre a eficácia da democracia e aumenta o desejo por determinado tipo de lideres políticos antidemocráticos - rogue leader, dizem inclusive os autores quase a concluir).
Conclui, ainda, ao contrário do que se tem divulgado em muitos outros estudos técnicos, que ajustamentos orçamentais operados pela via dos cortes de despesa pública produzem, "em média, efeitos distributivos muito maiores do que os ajustamentos por via dos impostos".
Naturalmente, os efeitos distributivos são negativos, como se assinalam nas conclusões gerais.
Foram os trabalhos do professor Alberto Alesina (q. está ERRADO) que difundiram a ideia de que consolidações por via fiscal (dos impostos) seriam mais recessivas do que consolidações por via dos cortes de despesa pública, sobretudo no médio prazo.
O mesmo tipo de impacto ocorreria no desemprego. Este artigo publicado pelo FMI contesta tal conclusão:
"Os resultados obtidos por este exercício sugerem que as consolidações por via do corte na despesa pública tendem a ter efeitos muito maiores".
Em particular, aponta o estudo, o efeito de médio prazo da consolidação orçamental na desigualdade de rendimentos é cerca de 1 ponto percentual para os casos de consolidação por via dos cortes e de 0,6 pontos percentuais para os casos via receitas de impostos.
Ainda, recentemente, o Expresso chamou a atenção para um artigo publicado por quatro técnicos do Banco de Portugal , intitulado "Fiscal multipliers in a small euro area Economy: how big can they get in crisis times? " (Working Papers, 11/2013, Banco de Portugal), em que
se concluía que os multiplicadores orçamentais (no seu efeito negativo) podem quase duplicar em períodos de crise nas consolidações pelo lado da despesa e aumentar entre 30% e 60% nas consolidações pelo lado da receita.
Ou seja, são mais gravosos via cortes da despesa do que via receita fiscal.
O artigo da autoria de Laurence Ball, professor da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e de Davide Furceri, Daniel Leigh e Prakash Loungani, técnicos do FMI, foi publicado na semana passada na série de Working Papers daquela instituição ("The Distributional Effects of Fiscal Consolidation ", WP 13/151, disponível no site do FMI em pdf).
Já vários estudos na última década haviam apontado para o facto de que os ajustamentos orçamentais acabam por ficar "tipicamente associados c. + pobreza e desigualdade"
...
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