Se a situação estava confusa, mais confusa ficou depois da enigmática proposta de Cavaco Silva. A sua intervenção da semana passada fez-me lembrar o mágico que queria mostrar um truque de cartas extraordinário, mas que a meio se atrapalhou e atirou o baralho ao ar, espalhando tudo em seu redor.
A ideia do lamentável Presidente que temos parte de dois pontos: ele acha que ao propor diálogo fica isento de culpas no cartório e, depois, consegue arranjar espaço de manobra para tentar impor uma solução sua, não sujeita a eleições e não controlada pelo Parlamento. O que este Presidente da República está a tentar é subverter o regime sob a aparência da normalidade.
Já tínhamos provas bastantes dos problemas que existiam com o semi-presidencialismo do regime português, agora, com azar, talvez tenhamos que ver a nossa vida num regime presidencialista com fraca cultura democrática. Preparem-se que a longa metragem em pré-produção em Belém parte desse guião.
Como se tem visto nestes últimos dias o Presidente, que despertou para o que se passava tarde e a más horas, deixou de querer usar a magistratura de influência para usar a magistratura da imposição. No fundo ele está apenas a usar os partidos para depois dizer que não se entendem, e aparecer ele próprio – ou por interposta pessoa de um seu escolhido – como o salvador da pátria.
Tenho uma certa embirração pelos salvadores da pátria e aquilo que está a acontecer faz-me reforçar ainda mais a minha desconfiança. Daqui não vai sair nada de bom e o resultado deste presidencialismo está já à vista: mais dificuldades externas, maior confusão política, maior instabilidade, degradação da situação económica. Ou seja, um afundador do país em vez de um salvador da pátria. Lamentável presidência.
Por: Manuel Falcão [Metro]
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