Quarta-feira, 14 de Agosto de 2013

Minhocas são bichos rastejantes que aparecem com muita frequência em épocas de remexer terras a quando da respectivas preparação para as sementeiras.

Antigamente, o povo na sua maioria agricultor, pouco letrado (analfabeto e menos emburrecido do que agora) mas com muita experiencia, combatia tal praga com pesticida ou abrindo o galinheiro e soltando a galinhas. Esta bicharia (as galinhas), também de duas patas, que comem tudo o que apanham, tal-qual as moscas do poeta António Aleixo, faziam o equilíbrio providencial à mãe natureza, reduzindo o número das minhocas rastejantes.

A Procuradora Cândida Almeida não tem a mesma sorte nem idênticos recursos para combater as minhocas que encontra em cada cavadela que faz nos processos de tentativa de combate à corrupção.

As minhocas de duas pernas saltam com maior abundancia do que os cogumelos em épocas preparativas de semear votos. Elas aparecem de São Bento (Assembleia da República e governo) das sedes partidárias, das candidaturas às autarquias, dos bancos (BPN, BP, BCP, …) das privatizações dos sectores mais importantes da economia nacional e até de Belém.

 

Naturalmente que a Justiça (tribunais, juízes, procuradores, advogados, legislador…) não estão imunes nem isentos de culpas no processo proliferador da praga exponencial de tal bicharia que a procuradora apelida, apropriadamente, de minhocas.

Contudo o combate a tal praga não pode ser deixado, até porque não resulta como se tem constatado, só nas mãos de quem não consegue e muitas das vezes não quer (por razões óbvias) combater tal bichedo.

O combate às minhocas de duas pernas, que aparecem disfarçadas de políticos, de deputados, de banqueiros, de autarcas, de governantes, de administradores ou disfarçados de muitas outras maneiras, tem de ser, permanente, feito por todos enquanto povo interessado na construção de uma outra democracia e de um regime político, mais rigoroso e transparente.



Publicado por Zurc às 08:57 | link do post | comentar

2 comentários:
De Zé das Esquinas, o Lisboeta a 14 de Agosto de 2013 às 19:00
Plenamente de acordo, mas...há sempre um mas, não é?
Porque de povo analfabeto mas conhecedor (culto), passámos a povo licenciado mas burro (chico-esperto).
E hoje, salvo honrosas exceções, somos um país de doutores mas na prática não sabemos fazer nada.
E neste momento o povo, medíocre que somos, ocupa os cargos do poder. E como chico-espertos utilizamos as ferramentas que sabemos. Sacar e tapar os buracos som subornos, compadrios e afins.
E parte do outro povo que não ocupa os cargos de poder, metade espera ou aspira a ir para lá, para se governar também e a outra metade porque não soube, não pode ou não conseguiu ir para lá, pelos mais diversos motivos, da boca para fora critica-os, mas no fundo, mesmo lá no fundo, admira-os, porque se revê no que se a sorte ou a vida, como se diz agora, lhes tivesse permitido, e estivessem lá, fariam a mesma coisa...
Depois há as tais exceções que já referi anteriormente. Mas como minorias, nem se notam.
E até se confundem com os tais descontentes sempre a dizer mal dos que lá estão... E aí sim parecem muitos os descontentes.
Pura ilusão. Temos o que merecemos.
O amigo não vê (lê) até aqui no Luminária como se comportam alguns dos nossos postantes /comentadores?
Votem neles, que ~são bons, não, votem nos outros que já lá estiveram e foram a mesma m_rda, mas que agora já são bons outra vez, porque a memória é curta, quando convém. Ou então votem nos outros que estão à espera de não serem eleitos para poderem ser alternativa. Como se eles quisessem e como se fossem alternativa de jeito... Basta lembrar esses partidozecos que não aspiram ao governo central, mas que nas autarquias também fizeram o mesmo que todos os restantes.
Veja até como é a globalização e o que ela nos ensina: Repare no Brasil! Será que tem um governo liberal? Social democrata? Socialista? E veja o descontentamento do povo se não é igualzinho ao de cá!
Republicanos? Monarcas? Veja a Europa: Nota alguma diferença prática que valha verdadeiramente mencionar?
Veja na América do Sul ou nas Ásias ou nas Áfricas.
Nota alguma diferença prática entre os regimes ditatoriais e os ditatoriais eleitos?
O povo é que paga. E ninguém gosta de ser povo. Todos gostam ou gostavam era de ser alguém com poder. Com mando. Ninguém gosta de obedecer, todos gostam é de mandar. Porque isto de se ter um curso não significa ser-se uma pessoa de bem, tal como o facto de não ter, também não.
Difícil? Mas há soluções. Não são é as que nos dão as leis feitas à medida de interesses de perpetuação no poder das tribos dominantes. Temos de não ter medo da mudança. Dura e crua. Como um pai devia agir quando um filho não está no caminho correto. Hoje pune-se quem deixa os filhos (ou os velhos) em casa. Mas não se pune quem deixa as crianças fechadas na rua ou os velhos abandonados num qualquer lar.
Haja esperança de dias melhores.
Mas não basta ter esperança - é preciso fazer a diferença e muitas vezes fazer o politicamente incorreto. Comecem dentro de casa. Comecem por dizer não a quem amamos quando achamos que é não, mesmo que isso nos traga no imediato algumas birras e contrariedades. Eduquem antes de instruírem.
Um dos grandes males do atual momento é que muitos dos que mandam no país (no mundo) não tem bases, educação, moral, ética, nem sentido da responsabilidade real dos cargos que ocupam. E sabem quem os pôs lá na maioria das vezes? Fomos nós!
Não a democracia não tem mal nenhum. O problema é não haver democratas nestas nossas ditas democracias!


De Prabens a 14 de Agosto de 2013 às 19:42
Se o poste é bom o comentário não lhe fica atrás.
Parabéns a ambos e ao Luminaria. Boas e pertinentes reflexões.


Comentar post

MARCADORES

administração pública

alternativas

ambiente

análise

austeridade

autarquias

banca

bancocracia

bancos

bangsters

capitalismo

cavaco silva

cidadania

classe média

comunicação social

corrupção

crime

crise

crise?

cultura

democracia

desemprego

desgoverno

desigualdade

direita

direitos

direitos humanos

ditadura

dívida

economia

educação

eleições

empresas

esquerda

estado

estado social

estado-capturado

euro

europa

exploração

fascismo

finança

fisco

globalização

governo

grécia

humor

impostos

interesses obscuros

internacional

jornalismo

justiça

legislação

legislativas

liberdade

lisboa

lobbies

manifestação

manipulação

medo

mercados

mfl

mídia

multinacionais

neoliberal

offshores

oligarquia

orçamento

parlamento

partido socialista

partidos

pobreza

poder

política

politica

políticos

portugal

precariedade

presidente da república

privados

privatização

privatizações

propaganda

ps

psd

público

saúde

segurança

sindicalismo

soberania

sociedade

sócrates

solidariedade

trabalhadores

trabalho

transnacionais

transparência

troika

união europeia

valores

todas as tags

ARQUIVO

Janeiro 2022

Novembro 2019

Junho 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

RSS