Forbes: Fortuna de Isabel dos Santos advém do poder do pai
Revista Forbes escreve que "a verdadeira história" sobre Isabel dos Santos "é como ela adquiriu riqueza".
A fortuna de Isabel dos Santos advém de ficar com uma fatia de uma empresa que quer estabelecer-se em Angola ou de uma assinatura presidencial do pai, refere um trabalho de investigação publicado na revista norte-americana Forbes.
"Tanto quanto podemos investigar, todos os grandes investimentos angolanos detidos por [Isabel] dos Santos vêm ou de ficar com uma parte de uma empresa que quer fazer negócios no país ou de um assinatura presidencial que a inclui na acção", escreve a revista, considerando que a história da filha do presidente de Angola "é uma janela rara para a mesma e trágica narrativa cleptocrática que estrangula os países ricos em recursos em todo o mundo".
O artigo, assinado pelo jornalista e activista angolano Rafael Marques e por Kerry A. Dolan, uma das coordenadoras da lista anual dos Bilionários, concede que já foi notícia o facto de Isabel dos Santos ser a primeira mulher bilionária em África, mas nesta edição argumenta que "a verdadeira história é como ela adquiriu a riqueza".
Assegurando ter falado com "dezenas de pessoas no terreno" e consultado documentos públicos e privados durante o último ano, o artigo da Forbes, que tem o título "A menina do papá: como uma princesa africana encaixou 3 mil milhões num país que vive com 2 dólares por dia", passa rapidamente em revista a infância e juventude da filha mais velha do presidente José Eduardo dos Santos e concentra-se na sua primeira empresa.
O apelido certo
O dono do conhecido restaurante e bar Miami Beach, em Luanda, Rui Barata, resolveu propor sociedade a Isabel dos Santos com o intuito de afastar os inspectores e fiscais governamentais que assediavam o local.
O resultado? "Dezasseis anos depois o restaurante ainda é um local badalado ao fim de semana", e a lição foi aprendida: é possível comprar a prosperidade, desde que se tenha o apelido certo.
Passado o episódio inicial, a revista dedica-se a explicar como é que Isabel dos Santos tem 24,5% da Endiama, a empresa concessionária da exploração mineira no norte do país, criada por decreto presidencial, e daí avançando para a criação da Ascorp, a empresa que resultou da parceria com israelitas para a venda de diamantes, mas que tinha, diz a Forbes citando documentos judiciais britânicos, na sombra, o negociante de armas Arkady Gaydamak, um antigo conselheiro do presidente angolano durante a guerra civil de 1992 a 2002.
O escrutínio internacional dedicado aos 'diamantes de sangue', explica a revista, aconteceu no mesmo período em que Isabel dos Santos transfere a sua parte do negócio, que a Forbes classifica como "um poço de dinheiro", para a mãe, uma cidadã britânica, através de uma empresa com sede em Gibraltar.
Além dos diamantes, também a posse de 25% da Unitel, a primeira operadora de telecomunicações privada em Angola, partiu de um decreto presidencial directamente para a filha mais velha. "Um porta-voz de Isabel dos Santos disse que ela contribuiu com capital pela sua parte da Unitel, mas não especificou a quantia; um ano depois, a Portugal Telecom pagou 12,6 milhões de dólares por outra fatia de 25%", escreve a revista.
A quota-parte de 25% da Unitel detida por Isabel dos Santos é avaliada por analistas que seguem a actividade da PT, e que foram ouvidos pela Forbes, em mil milhões de euros.
Para além da parceria com Américo Amorim, que abarca as áreas financeira, através do banco BIC, e petrolífera, através da Galp e da Sonangol, a revista lembra o investimento de 500 milhões na portuguesa ZON e explica também como Isabel dos Santos acabou por ficar à frente da cimenteira angolana Nova Cimangola.
O artigo termina citando o que foi escrito no estatal Jornal de Angola, em Janeiro, quando foi divulgada a lista dos bilionários da Forbes: "damos o nosso melhor por uma Angola sem pobreza, mas estamos deliciados pelo facto da empresária Isabel dos Santos se ter tornado uma referência no mundo da finança. Isto é bom para Angola e enche os angolanos de orgulho", cita a revista, concluindo, na última frase do artigo: "os angolanos deviam estar humilhados, não orgulhosos".
Notícia retirada do Sapo Económico.
Nota pessoal: SÓ AGORA É QUE PERCEBERAM? Era precisa alguma esperteza por aí além para dizer a evidência como se fosse uma descoberta?
E só esta senhora em Angola que utiliza este tipo de expediente? Então e os outros? Quer os das «Casas Cívis ou Militares»? A diferença poderá estar só na questão da grandeza dos números. Mas já uma vez me contaram que a melhor maneira de «assaltar» um banco é ser nomeado para a administração, porque quem rouba um «pão» é um gatuno. Mas deviam estar só a «reinar» comigo, não? Seria porque que se esqueceram dos outros que não estão nas administrações, mas nos «concelhos de supervisão» ou similares?
Portanto não se esqueçam de dar um «tostãozinho» nas campanhas de angariação de fundos para combater a pobreza, nomeadamente em Angola...
Mas há mais:
Então não temos para aí um centena ou uns milhares de espertalhões «podres» de ricos em que esta lhes apareceu por obra e graça do «espírito santo» (desta vez sem ser «o» do banco)... Só como meros exemplos: os novos donos dos clubes de futebol, «russos» ou «morenos» que de repente aparecem com milhões com que pagam tudo e mais alguma coisa, sem se lhes conhecer (nem ninguém lhes perguntar) a origem do dinheiro? Ou estas novas «igrejas» que nascem como cogumelos por todo o mundo, comprando e instalando-se em tudo o que é sítio, pagando a pronto e muitas vezes a dinheiro? E, não é que são recebidos com todas as honrarias em todo o lado e por todos: Desde os «chefes» de estado aos «papas» e são idolatrados na comunicação social e pela populaça... E veio agora este jornalista, não lhe querendo tirar o mérito, dizer o óbvio? Como se de uma novidade se tratasse? Poderão até dizer que é preciso provas. Provas? Então aquilo que se nos «mete pelos olhos dento» não existe? Não é real? Provas uma treta! Estamos nalgum concurso de detergentes para saber quem «lava mais branco»?
Mas cada país à sua medida e nesta forma de enriquecimento, uns enriquecem uns «trocos», outros umas fortunas. Não é, repito, novidade nenhuma.
Esta estória faz-me lembrar uma antiga que se contava que à muitos anos de um secretário de estado das «pescas» tinha uma firma de concessão de licenças das ditas em nome da esposa... Imaginem lá como quem precisava de ter uma lincença de pesca tinha de ir? Estórias de pequenos enriquecimentos (chico-espertices) no nosso burgo. Porque como diz o povo: Pobre que é pobre, até é pobre a pedir, adaptando ao tema, país que é pobre até a pobre «a gamar».
Pobre mundo, mas ainda mais triste: pobre Portugal.
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