4 comentários:
De Censurado SARL a 31 de Agosto de 2013 às 01:06
A morte de alguém é sempre trágica mas não podemos esquecer que António Borges representou o pior que a economia tem para oferecer aos regimes democráticos contemporâneos. As políticas neo-liberais que praticou e defendeu são responsáveis por muita pobreza e infelicidade. O regime neo-liberal deu cabo do país, da Europa, das economias mundiais. António Borges esteve demasiadas vezes nos centros de poder que orientaram estas políticas. Inclusive no banco de investimentos Goldman-Sachs.

A preocupação exclusiva pelo lucro privado e a crença (não tão inocente quanto isso) de que os mercados tudo nivelam e se auto-regulam provaram ser princípios que levam ao caos económico e beneficiam apenas os que já são ricos. O seu contributo para o país não foi uma mais valia. A sua troça pela pobreza do português comum não deve ser esquecida.

Portugal nada deve ao economista António Borges. Não vamos agora embarcar em agradecimentos porque nada lhe devemos. Portugal não perdeu nenhum intelectual importante, nenhum benfeitor, nenhum artista ... alguém que tenha acrescentado algo de positivo a Portugal. Perdeu apenas um chefe de fila de um grupo de interesseiros que finge ter ideias globais para atingir objetivos privados e pessoais. Não merece lugar nenhum de destaque.

Infelizmente alguns vão dizer o contrário e muita gente aparecerá a fazer o elogio do que nunca existiu.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/reacoes-a-morte-de-antonio-borges=f827350#ixzz2dV5nWXRO


De Xa2 a 2 de Setembro de 2013 às 11:27
Nem mais.
Esqueçam esse ... .

Se querem honrar alguém, têm os bombeiros que morreram no combate aos fogos, merecem-no mil vezes mais.


De .Defensor da PLUTOCRACIA ao fundo. a 2 de Setembro de 2013 às 15:50
Da Social Democracia, ao Reagan/Tacherismo, 'Blairismo/3ªvia', NeoLiberalismo selvagem e à PLUTOCRACIA (governo do dinheiro/ricos, do centrão de interesses, promiscuidade de política com negócios, corrupção, nepotismo, burlas, ... )
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Ó JORGE COELHO, DIGA-NOS LÁ QUE IDEIAS SUAS É QUE NÃO COINCIDIAM COM AS DO FALECIDO ANTÓNIO BORGES?
[Alfredo Barroso, 25-08-2013, MIC]

Ninguém bem formado se pode regozijar com a morte de um inimigo político, neste caso por doença fatal, mesmo que esse inimigo político ainda tivesse muito para dar à luta CONTRA a classe MÉDIA e as classes populares, em prol das grandes empresas, dos mais ricos e poderosos, do capital FINANCEIRO, em suma: da PLUTOCRACIA.

Esse inimigo político era António Borges, que sempre teve palavras de incitamento à política de austeridade e EMPOBRECIMENTO do país e dos portugueses, levada a cabo por este governo, ao mesmo tempo que revelava um enorme desprezo pelo sofrimento da esmagadora maioria dos portugueses, reclamando com insistência mais CORTES nos salários do TRABALHADORES que ainda não tinham sido atirados para o DESEMPREGO.

Como não sou hipócrita, não vou dizer que tinha respeito pelas ideias abertamente NEOLIBERAIS defendidas pelo defunto economista, que era adepto das PRIVATIZAÇÔES e do desmantelamento do ESTADO SOCIAL.
Ele quería contribuir activamente para que esse objectivo fosse bem sucedido e, por isso mesmo, era consultor e/ou conselheiro deste governo, com um estatuto quase ministerial.

Totalmente diferente da minha posição é a do ex-funcionário da UDP, ex-dirigente do PS, ex-ministro dos governos de António Guterres e ex-presidente da Comissão Executiva da Mota Engil Jorge Coelho. Este político do PS, que mergulhou há alguns anos no mundo dos NEGÓCIOS, disse à agência Lusa que se sentia «chocado» com a morte de António Borges (antigo vice-presidente do Goldman Sachs, o BANCO que arruinou a Grécia com «swap's»), e lembrou que ainda «recentemente havia viajado com o economista até à Colômbia, no âmbito da entrada da Jerónimo Martins naquele país». E acrescentou: «É uma pessoa por quem tinha - e tenho - grande estima e respeito (...) Independentemente das ideias que muitas, muita vezes não eram coincidentes com as minhas, era uma pessoa por quem eu tenho um grande respeito pessoal e intelectual».

Seria interessante ouvirmos um dia Jorge Coelho explicar quais eram essas «muitas, muitas ideias» que não coincidiam.
A verdade é que ambos se moviam - e Jorge Coelho vai continuar a mover-se - nas altas esferas da plutocracia, das GRANDES EMPRESAS e do grande capital FINANCEIRO, outrora tão odiadas pelo antigo funcionário da UDP.
Mas isso era antigamente, quando Jorge Coelho ainda não tinha experimentado as delícias do poder e a convivência e conivência com a «élite» de gestores do chamado «bloco central» de INTERESSES.
Mas ainda há quem, como eu, não esqueça as graves responsabilidades de dirigentes partidários como António Guterres e Jorge Coelho (e outros que nem é preciso mencionar) na deriva NEOLIBERAL e BLAIRista do PS , quando adoptou o «confortável» pragmatismo SEM PRINCÍPIOS implícito na doutrina da «Terceira Via».


De .Cleptocracia, Plutocracia, Bangsters,.. a 3 de Setembro de 2013 às 13:53
A falta que faz gritar
(por FERNANDA CÂNCIO31 agosto 2012)

"Digam o que disserem, o programa está a correr melhor do que se pensava." Isto foi António Borges...
...
...
Como terá sido feliz coincidência para Borges, que em 2009 defendia "a privatização total" até da Segurança Social, a imposição de privatizações de sectores estratégicos no memorando português - privatizações que, como reconheceu nas declarações de abril de 2011, não estavam noutros acordos. E se concedia que "nem tudo pode ser privatizado e o processo leva tempo porque há interesses nacionais muito importantes a ter em causa", logo a seguir concluía: "As privatizações podem suceder muito depressa. Se se contratar externamente o processo e se se encontrar as pessoas certas para o fazer, pode acontecer muito muito depressa, asseguro-vos."

A pessoa certa, pois. O homem que saiu da direção do FMI Europa direto para se ocupar do aspeto mais lucrativo do programa português (entre o anúncio da saída, em novembro de 2011, e o de que iria supervisionar as privatizações portuguesas passaram 47 dias - incrivelmente, o FMI não impõe regras para tais "transferências"), é sem dúvida um prodígio de rapidez. Já o provara ao passar da Goldman Sachs, no centro da crise financeira internacional, para o FMI; mas ao impor as suas ideias ao País e aplicá-las sem se submeter à prova das urnas, e ser ministro sem nenhuma das desvantagens - da baixa retribuição à interdição de flagrantes conflitos de interesses e ao escrutínio público -, Borges bateu todos os recordes.

Que isto suceda, sem escândalo, no País onde se exige a responsáveis políticos um período de nojo de três anos antes de trabalharem no sector que tutelavam só pode levar-nos a concluir que andamos muito lentos - parados, mesmo. A precisar de uma boa gritaria.


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