De Che Guevara: a 16 de Setembro de 2013 às 11:26
“Se tremes de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros.” – Che Guevara
De Plutocracia, burlões, corruptos,fantoche a 16 de Setembro de 2013 às 12:21
14-09-2013
Vasco Lourenço inconformado com país dirigido «por corruptos e por aldrabões»
.Vasco Lourenço, um dos intervenientes da revolução de abril de 1974, afirmou hoje, num encontro de militares em Alcáçovas (Évora), estar inconformado com
um «país sequestrado pelo medo»
e dirigido «por corruptos, por aldrabões,
por pessoas sem ética nem moral».
Num encontro em Monte Sobral, Alcáçovas, para assinalar os 40 anos da fundação do Movimento dos Capitães, Vasco Lourenço elogiou a revolução dos cravos, que pôs termo à ditadura, mas
admitiu que não se aproveitou o 25 de Abril para construir «um país melhor do que o que hoje» existe.
O militar disse estar inconformado por Portugal se ter tornado
«num protetorado de forças estrangeiras» [numa alusão à 'troika']
e estar a ser dirigido por pessoas que «tudo espezinham para manterem lugar à mesa dos poderosos».
Diário Digital / Lusa
Liberdade e a falta dela...
(-por Filipe Castro. Esquerda Republicana, 18/9/2013)
A questão da censura de ideias e opiniões na Universidade Católica - quando andei lá um professor disse-me para não ler o Max Weber, "que não valia a pena" - tem uma vertente muito divertida, que acho que merece ser discutida: a direita em Portugal age sempre como se não tivesse dúvidas nenhumas que, se houver liberdade de escolha, não é escolhida.
Eu dou aulas numa universidade que todos os anos aparece em primeiro lugar nos rankings das universidades públicas mais conservadoras dos EUA.
Os meus alunos são maioritariamente conservadores, religiosos e puritanos, quase 30% vêm de ambientes rurais e são a primeira geração de estudantes universitários, são quase todos criacionistas e vêem a FOX todas as noites. Mas a esmagadora maioria não tem medo das minhas ideias, porque os americanos são educados a não terem medo das ideias.
Uma das primeiras coisas que eu lhes digo no princípio de cada semestre é que NÃO acredito que os professores podem ser NEUTROS e que portanto eles devem ouvir com atenção e sentido CRÍTICO as coisas que eu digo e as ler com atenção e sentido crítico as coisas que eu os faço ler, porque eu sou de ESQUERDA.
Depois alerto-os: se acham que as convicções políticas e religiosas deles são fracas e estão coladas com cuspo, e se têm medo de mudar de opinião, ao fim destes anos todos, só por me ouvirem durante um semestre, devem fugir das minhas aulas e escolher outro professor!
Na Católica a estratégia é diferente: criar um ambiente onde os empregadores possam recrutar os alunos sem MEDO que eles tenham sido expostos a ideias DISSONANTES do pensamento único:
o capitalismo, a globalização, os direitos dos homens e dos europeus sobre as mulheres e os outros povos "menos desenvolvidos".
Sabendo que estas coisas são complicadas e contingentes, acho que vale a pena perguntar se esta atitude - que tem prevalecido no ensino desde a Contra-Reforma - não será uma das
causas do atraso de Portugal:
uma OLIGARQUIA que controla os meios de produção, uma organização multinacional que opera no país com a protecção do governo e que promete uma vida eterna no céu a quem respeitar esta oligarquia em vida, e uma atitude de desconfiança hostil em relação à ideia de uma (alargada) CLASSE MÉDIA forte, culta e informada.
O que a Universidade Católica fez foi gravíssimo: ignorar a competência de um candidato e recusá-lo por considerar as ideias dele dissonantes. Ou seja, reforçar a ideia de que a uniformidade faz a força.
Eu acho que não:
acho a uniformidade cinzenta e triste e medíocre, contrária à competição, à criatividade e à formação de um mercado das ideias.
Um dos comentadores do meu primeiro texto sobre este assunto escreveu que "nem que me pagassem uma fortuna, recusaria matricular-me num curso que aceitasse o Filipe Castro como professor". O desprezo pelo vil metal fica-lhe bem, mas eu acho que faz mal em pensar assim: a minha universidade é uma das universidades mais conservadoras dos EUA e está cheia de professores de direita, de esquerda e do centro (seis com prémios Nobel), que se respeitam, discordam e fazem listas de discussão onde todas as ideias são discutidas aberta e vigorosamente.
Há uns anos, quando fui promovido a professor associado, o meu mentor foi o professor mais reaccionário do departamento, que eu acho que votou Bush duas vezes e apoiou a invasão do Iraque.
No dia 14 de Outubro torno-me cidadão americano e nenhum dos meus amigos de direita tem problemas com o meu empenho em promover activamente as ideias de George McGovern contra as de Nixon (e Bush e Perry):
o país mais rico e mais poderoso do mundo devia lutar para melhorar a vida no nosso planeta, cada vez mais pequeno, em vez de
se deixar (des)GOVERNAR por um grupo de criminosos que legalizou a CORRUPÇÃO e usa a violência e a INTIMIDAÇÃO para roubar os pobres e destruir o ambiente.
Foi aliás Bush, mais precisamente John Ashcroft, quem me deu o estatuto de "outstanding professor or reseacher" que me permitiu receber a cidadania 13 anos depois ter começado o meu mestrado, com um visto de estudante por dois anos.
Ao contrário da administração da U.Católica, os americanos não têm medo das ideias. ...
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