Domingo, 6 de Outubro de 2013

    Consciência

 «No âmbito do programa de cortes na despesa pública imposto pelo Memorando (...) tem sido feita uma campanha insidiosa contra o Estado, contra os funcionários públicos e contra os aposentados da Caixa Geral de Aposentações (CGA).    Tudo o que é público parece, nesta época de hegemonia do privado, ter veneno ou provocar a peste.    E, contudo, sem Estado, a nação não sobrevive; sem funcionários públicos não há Estado; e sem pensões de reforma voltaríamos à época do "capitalismo selvagem", da primeira metade do século XIX.» 
 - Diogo Freitas do Amaral, «O défice da Caixa Geral de Aposentações»

     Soberania económica

   As almas carpideiras da transitória limitação da "soberania orçamental" do País, por causa do acordo com a troika, deixam passar em silêncio a verdadeira e definitiva perda de soberania económica que se traduz na progressiva transferência das redes de infra-estruturas básicas nacionais para empresas estrangeiras. Depois da rede de transporte da electricidade e do gás (venda da REN aos chineses) e da rede de aeroportos (venda da ANA aos franceses), (das minas, das pousadas, ...) segue-se agora a perda da rede básica de telecomunicações, mercê da incorporação da PT na Oi brasileira (dita "fusão"). Quando chegar a vez das redes de transporte de água e da rede ferroviária, (e do mar/ZEE, ...) Portugal será um (privado) condominio económico estrangeiro.     Curiosamente, todas estas operações, desde alienação/privatização da rede de telecomunicações à PT no Governo de Durão Barroso até à recente migração da PT para o Brasil, ocorrem sob governos do PSD (honi soit qui mal y pense!)...

          Sadismo antipatriótico

As declarações de Cavaco, acusando os que defendem nacionalmente que a dívida é insustentável, e que por isso tem de ser reestruturada, de masoquismo, são sádicas, ou melhor, sadomonetaristas. Servem para preparar mais sacrifícios, que recairão sobre os mesmos de sempre.   ...   ...

 Portugal

A Portuguesa ...  e os "canhões/lambões" contra quem marchar 

        Este nosso Portugal, terra de ...  Machetes, Catrogas, EspiritoSantos, Coelhos, Portas e Cavacos ...

     Uma muito restrita minoria usurpa a riqueza que devia caber a milhões de portugueses condenados ao empobrecimento, quando não à miséria, pelo governo de Passos Coelho-Paulo Portas-Cavaco Silva.
...  Pressionado pela Troica que é menos "troiquista" que os vassalos  Passos Coelho / Paulo Portas, o governo ensaia fazer uma diminuiçãozinha de 100 milhões de euros na renda escandalosamente injusta de milhares de milhões à EDP.
 ... mas... como assim? Então o Estado vendeu aos chineses os seus 21,35% da EDP tal como ela se encontrava, a mamar à farta no dinheiro dos contribuintes portugueses e agora quer diminuir a mama? Contratos são para respeitar avisa, contundente, Eduardo Catroga, o negociador por parte deste governo, da venda da EDP aos chineses. E ameaça com os mercados.
     Que se não respeitem os contratos com os funcionários públicos ou com os reformados e pensionistas, com os trabalhadores, tudo bem, é gentinha habituada a levar porrada mas com os sagrados mercados? Catroga indigna-se. Até os chineses e os mercados poderão argumentar: então demos-lhe aqui na EDP a prenda de presidente do Conselho Geral e de Supervisão, de 45 mil euros/mês, ainda por cima uma função honorífica, não executiva, e o Sr. não tem mão no seu governo?  
     Fui ver se no site da EDP informavam dos 45 mil euros que pagam ao Sr Catroga, um pobre reformado com uma pensãozeca de apenas 9.600 euros por mês. No site da EDP não é fácil dar com  a composição do CGS da EDP e das remunerações não fala de todo. Pois... 
     Este CGS da EDP é uma dourada manjedoura privada mas que o governo guarnece com uns dinheiros públicos - as escandalosas rendas! - que vai buscar aos salários e às pensões do povo solidário e compreensivo (até quando?) que nós somos.
      À mesa posta está o Sr Eduardo Catroga e mais 20 bonzos do arco da governação. Estão, com aquele ar compenetrado da sua própria importância e se dispõem patrioticamente a ruminar os despojos do saque à ralé, trabalhadores, intelectuais, professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, militares, pensionistas, velhos e crianças, "pés descaços e barrigas ao sol". Mas o Sr Eduardo Catroga afadiga-se por muitas mais remunerações. Olhem só o coitado: "Actualmente - diz-se no currículo que apresenta do site da EDP - é Presidente do Grupo SAPEC, Administrador da Nutrinveste, Administrador do Banco Finantia e Membro do Comité de Investimentos da Portugal Venture Capital Initiative, um fundo de capital de risco promovido pelo Banco Europeu de Investimento". Isto sim, é homem de muito alimento trabalho.
      Vêem-se lá, no CGS da EDP, entre outros, Luís Filipe Pereira, ex-SE de Cavaco Silva e ex-min da Saúde de Durão Barroso, Jorge Braga de Macedo, ex-min das Finanças de Cavaco Silva, Maria Celeste Cardona, ex-min da Justiça de Cavaco Silva, Rui Pena ex-ministro da Reforma Administrativa do Governo PS/CDS, em 1978, Rocha Vieira, ex-Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores e ex governador de Macau,  Paulo Teixeira Pinto ex-presidente do BCP que recebeu 10 milhões de euros para largar o cargo e uma pensão de 40 mil euros por mês e se sente, "legitimamente", muito injustiçado porque o seu rival Jorge Jardim Gonçalves levou com uma pensão de 175 mil euros por mês. Também se sustenta àquele balcão da EDP o Sr José Espírito Santo Ricciardi mas este Sr. já não pertence aquele grupo de vassalos bem nutridos, este Sr. pertence já ao grupo dos donos de Portugal e o que ganha ali não passa de uns desprezíveis trocos, ainda que façam jeito, é claro.  
      Agora viremo-nos para aquele sr. Rui Machete que é MNE, que mente descuidadamente (estará no devido uso da razão?) e cometeu a ignominiosa parvoíce de pedir desculpa ao governo angolano por estar a Justiça Portuguesa a averiguar alguns Srs da camarilha corrupta local.  ... Afinal não eram só 30 mas 33 os empregos do Sr. Rui Machette, um pilar da SLN-BPN antes de aceitar o patriótico "sacrifício" de ministro dos Negócios Estrangeiros, em Setembro de 2013.  

       Haja Deus. (... ou uma nova carbonária)

                        E agora, a TSU das viúvas     

   Na quinta-feira Paulo Portas explicou que, tirando uns cortes aqui e ali, mais nada de fundamental vinha para massacrar os portugueses. E que a TSU dos reformados, sua famosa linha vermelha, tinha ficado definitivamente de lado. Não vinha aí qualquer pacote de austeridade. Como escrevi na altura, era evidente que Portas não estava a contar tudo. 48 horas bastaram para que Portas fosse desmentido e para que as suas linhas vermelhas fossem rebentadas. O governo vai cortar nas pensões de sobrevivência. Em vez da TSU dos reformados temos a TSU das viúvas e dos viúvos. Grande parte delas com idades muitíssimo avançadas. Podia haver mais abjeto do que isto?   ... ...  ...

     No dia em que percebemos que  estamos  entregues  a  vampiros  que se julgam urubus

    "Estas empresas transformaram-se num monstro e ninguém os põe em ordem" (-: as PPP e as multinacionais , tendo por detrás a banca, são "um Estado dentro do Estado", controlam os (des)governantes e as leis, que são encomendadas a gabinetes de advogados, ...).


Publicado por Xa2 às 20:40 | link do post | comentar

5 comentários:
De Impunidade dos desGovernantes e... a 7 de Outubro de 2013 às 12:09
6.10.13 (JPP)

O NAVIO FANTASMA (39): TUDO COMO DANTES, QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES

O que fez Rui Machete foi um acto, não foi uma declaração irreflectida, ou uma "declaração menos feliz".
Se apenas fossem palavras, mesmo assim seriam graves, mas foi mais do que isso, foi um acto de diplomacia à revelia da lei e da ordem democrática, praticado pelo responsável máximo das nossas relações externas que fala, por isso mesmo, em nome de Portugal.

Não me admira muito, dado que o anterior Ministro também classificava (e classifica) o seu próprio país de protectorado, sem que haja qualquer abalo nas hostes habitualmente cheias de vento patriótico.

Isto está tudo num estado tão rasteiro e perigoso, que nem é a continuidade das peripécias, umas sobre as outras, mentiras nos curricula, "incorrecções factuais", mentiras ao parlamento, fugas sistemáticas de informação do governo para comentadores amigos, ocultação de dados, que já é o mais grave.

O mais grave é a completa impunidade com que tudo se faz, e o modo como tudo continua na mesma, tudo como dantes quartel-general em Abrantes.

Criticado Machete sem muitas ambiguidades pelo Presidente da República no 5 de Outubro, basta que o primeiro-ministro "desvalorize" - o que ele está sempre a fazer e deve ser o timbre da "nova cultura política" do Ministro Maduro - para que tudo volte ao "normal".

Isto é que é muito preocupante, a impunidade dos de cima, que podem fazer o que quiserem sem consequências.


De Fora o cherne, os troikas e o desgoverno a 7 de Outubro de 2013 às 14:33
Querido cherne

«La gran noticia será precisamente la desaparición de José Manuel Durão Barroso al frente de la Comisión.

El político portugués pasará seguramente a la historia de la Unión como una calamidad para la institución que representó.
Bajo su mandato, la Comisión ha sido casi irrelevante desde el punto de vista político y la UE ha actuado de manera más intergubernamental que nunca, dominada sin reparos por Alemania.
Un fracaso sin paliativos, aunque probablemente su dócil actitud le reporte beneficios personales y termine encontrando acogida en algún otro organismo internacional.

Sim: bem nos "ajudou" / está a ajudar a entornar o caldo !
-----------
Barroso diz que está o “caldo entornado”, se Portugal não der continuidade às medidas de austeridade
(-por Idálio Revez 05/10/2013 )

Comissão Europeia prepara uma "missão para o crescimento" de ajuda a Portugal, mas os empresários queixam-se que a banca não financia.
...


De "Burrão" servente de Bangsters e... a 8 de Outubro de 2013 às 12:07
Caldo entornado
Durão Barroso trocou a liderança do Governo Português de tanga por um alto cargo de libré em Bruxelas.

Vantagem para ele que, para além de ganhar acima das posses de qualquer outro português funcionário público, político ou amancebado, consegue manter-se no poleiro dourado e cantar de galo no Algarve quando sente necessidade de treinar português.

Barroso esquece que a União Europeia é um conjunto e países soberanos e não de estados federados.

Seria saudável, para nós e para ele, que essa condição não fosse esquecida, não vá o caldo (de capão ou de cherne) galgar as bordas do tacho por excesso de calor.

LNT [0.360/2013] 7/10/2013


De Precisamos 1 Giap p.vencer Finança+Polvo a 7 de Outubro de 2013 às 14:53
Morreu o general Giap, um herói do Vietname
(-por Ana Gomes Ferreira ,04/10/2013)

Foi o braço militar da revolução de Ho Chi Minh. Expulsou os franceses da Indochina e humilhou os americanos.


O general Vo Nguyen Giap, que acabou com o império francês na Indochina e derrotou os americanos no Vietname, morreu ontem, aos 102 anos. Por causa dele, que era o braço armado de Ho Chi Minh, o Vietname foi uma nação unida e independente.

“A coisa mais importante é o povo”, disse em 2005 ao Christian Science Monitor.
“Um exército que luta pela liberdade tem grande poder de iniciativa. Infelizmente, os imperialistas nunca aprenderam isso. São alunos muito estúpidos. Nunca aprendem com a experiência”.

Como outros grandes revolucionários asiáticos, há dúvidas sobre a origem de Giap — seria filho de pais camponeses ou seria filho da elite. A história oficial diz que estudou em Hanói (o que não era para todos), que aprendeu a falar um francês perfeito e que aos 14 anos já integrara a organização clandestina contra a ocupação francesa da Indochina.

Licenciou-se em Direito, foi professor de História e jornalista, foi perseguido e entrou para o Partido Comunista Vietnamita (ilegal) onde se tornou amigo e seguidor das ideias revolucionárias e nacionalistas de Ho Chi Minh.
Ho queria avançar na luta armada e Giap tornou-se o melhor dos generais lendo livros (os sobre a guerrilha e o terrorismo nas revoluções de Mao Tsetung), manuais de estratégia militar e histórias de campanhas vitoriosas, e organizou a resistência armada.

No perfil que lhe dedica, o jornal americano The New York Times refere que venceu batalhas com perícia e inteligência, mas também com armas que os inimigos nunca perceberam — durante a Guerra do Vietname (1955-1975), morreram 2,5 milhões de pessoas e delas “só” 58 mil foram americanos.
Giap reconheceu o sacrifício de vidas: “Nenhuma guerra de libertação nacional foi tão feroz ou causou tantas mortes como esta. Mas lutávamos pelo Vietname e nada é mais precioso do que a independência e a liberdade, disse numa entrevista à Associated Press”.

“Como Ho Chi Minh, [Giap] acreditava de forma devota que os vietnamitas suportariam qualquer fardo para libertar a sua terra dos exércitos estrangeiros”, diz o Times que caracteriza o general como uma figura erudita e magnética com grande capacidade para transformar o sentimento nacionalista dos seus homens numa terrível força bélica.

Em 1953, derrotou os franceses em Dien Bien Phu, precipitando a sua retirada da Indochina. A ofensiva de Tet (1968), foi o ponto de viragem na Guerra do Vietname; os americanos sairiam em 1975.

Após a vitória das forças revolucionárias comunistas do Norte e a unificação, Giap manteve-se no governo até 1980. Nunca perdeu o pensamento estratégico e geoestratégico (defendeu reformas económicas e promoveu boas relações com o ex-inimigo americano).
O Times diz que a jovem população vietnamita sabe pouco da política de Giap, mas venera o general. No clube dos heróis, só está abaixo de Ho Chi Minh.


De Mr Hope a 10 de Outubro de 2013 às 18:35
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