Quarta-feira, 30 de Outubro de 2013

    CDA:  Debater  o  orçamento  do  « vale  tudo » (-por N.Serra)

  AS FRASES (sem comentários)  (-por C.Esperança, 27/10/2013, PonteEuropa)

CORREIO DOS AÇORES – Editorial de hoje, 1.ª página, assinado pelo seu diretor Américo Natalino Viveiros.
               Título – Violação dos direitos e deveres sociais
1.º § - «As medidas avulsas que o governo da República tem tomado no âmbito do sistema social, a coberto dos programas de assistência financeira, estão desmantelando progressivamente aquilo que são direitos que foram criados em Portugal por Salazar e por Marcelo Caetano e que a Constituição de 1976 consagrou».
(…)   Penúltimo § - «O governo de Paulo Portas não foi mandatado  pelo povo para destruir o Estado Social como o vem fazendo, com a complacência do Primeiro-Ministro e do Presidente da República».
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As forças armadas e o seu bispo (general)  (-por C.Esperança, 28/10/2013, PonteEuropa)
... ... A atual Concordata, assinada pelo governo de Durão Barroso, alargou as capelanias militares às forças policiais, juntando-se às capelanias hospitalares e prisionais. O Governo descura a assistência do Serviço Nacional de Saúde mas não deixa que falte a assistência religiosa. A comparticipação nos medicamentos baixa mas as mesinhas para a alma são comparticipadas a 100%.   ...
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A erosão dos valores e a perda de solidariedade     (-por C.Esperança, 25/10/2013, PonteEuropa)

... ... Nos primeiros anos (de Abril), o espírito solidário foi uma constante. Ninguém negava dinheiro para uma creche, terreno para uma escola, trabalho em obras sociais. Todos cooperavam nas campanhas de alfabetização, no recenseamento eleitoral, nas mesas de voto ou em qualquer outra tarefa cívica que urgisse.
  Depois, lentamente, a cidadania deu lugar ao egoísmo, a disponibilidade ao interesse, a generosidade ao cálculo videirinho.   ...
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Portugal, a fé e os partidos       (-por C.Esperança, 24/10/2013, PonteEuropa)

   A longa ditadura fascista fez que a democracia se alicerçasse mais nas crenças do que na razão. Os cidadãos, perdido o medo, correram a matricular-se nos partidos e a fazer a profissão de fé no que lhes pareceu melhor, enquanto outros procuraram adivinhar o que lhe traria maiores conveniências.
   Os oportunistas foram os melhor sucedidos, confiscando empregos, obtendo benefícios e promoções, alcançando prestígio e poder, enquanto os heróis de Abril eram remetidos para os quarteis e tratados como insurretos.
   De Abril ficou, sobretudo, o exemplo generoso dos capitães e a liberdade de expressão que o desemprego e o medo de represálias vão mitigando. Hoje, nem o PR nem o PM e, muito menos, os autointitulados centristas, nutrem qualquer gratidão pela libertação da ditadura à qual se teriam acolhido com a maior tranquilidade.
   São poucos os que leram os programas partidários e ainda menos os que gostariam de os ver postos em prática. Assim, a pertença partidária assume aspetos de profissão de fé de quem aderiu a um partido do mesmo modo que aderiu à religião, por se ter habituado a seguir a que estava em uso ...
A discussão de ideias na política, como no futebol, não é um exercício de cidadania, é uma pugna em que vale tudo, um exercício de gritaria, um fenómeno de maniqueísmo.   ...   ... 

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      Anulação de contrato swap pelo Supremo pode influenciar outras sentenças

Empresas que ainda não avançaram com acções judiciais têm novo argumento para pedir nulidade dos contratos.   [-R. Soares, publico.pt, 25-10-2013, via MIC] 
O acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), declarando nulo um contrato de swap sobre taxas de juro com base "em alteração relevante de circunstância" [a crise financeira e a queda abrupta das taxas de juro], pode influenciar a decisão de dezenas de acções que se encontram nos tribunais de primeira instância e mesmo na Relação.
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Freitas do Amaral acusa governo de forçar demissão ao propor leis inconstitucionais

Para o antigo governante, "é altura de dizer basta e de fazer este governo recuar", porque "a continuar por este caminho, qualquer dia temos aí uma ditadura".   [-por Lusa, 27-10-2013, via MIC]

... o Governo está a criar propositadamente as condições para que o Tribunal Constitucional chumbe a proposta do Orçamento do Estado para 2014 e possa, depois, demitir-se (e culpar o TC pela sua inépcia e desgoverno).

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Desperdício de geração jovem é "quase criminoso"  (-via MIC, 27-10-2013)

Ex-reitor diz que jovens estão a ser obrigados a emigrarem.  O antigo reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, defende que os jovens (e todos os activos/ desempregados) deviam ser melhor aproveitados pelo País e diz que muitos estão a ser forçados a emigrar.

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Até onde vão baixar os salários?    (-por I Kathimerini, Atenas, Grécia, 26-10-2013]

Os gregos estão (a ser forçados) a aceitar salários cada vez mais baixos, sejam jovens licenciados ou trabalhadores mais velhos que arranjam emprego após um período de desemprego.

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O Mundo, Portugal e a questão angolana...  (por é-pá!, 25/10/2013, PonteEuropa)

... ... As relações internacionais envolvem muitos parâmetros, entre eles, a História, a Economia, a Geografia, a Sociologia, etc. Em contrapartida – após a globalização - tornou-se cada vez mais ténue e difuso o papel do Direito Internacional (público e privado). E a questão angolana parece alojar-se num velho conceito em que uma das partes reivindica a capacidade de reger os seus negócios pelo Mundo segundo as suas leis ou ausência delas. Isto é, sem qualquer limite, regulação ou interferência.
    Ao fim e ao cabo as concepções emergentes nas relações internacionais traduzem um regresso aos tempos bárbaros. Os interesses financeiros (do Estado ou de oligarquias reinantes) sobrepõem-se às questões de princípio e o estado actual da globalização tende a incentivar a criação de ‘offshores diplomáticas’ onde o ‘investimento’ é rei e não tem lei.


Publicado por Xa2 às 07:55 | link do post | comentar

7 comentários:
De Ética, vida privada e jornalismo/ mídia a 30 de Outubro de 2013 às 11:05

Miséria e Riqueza da Comunicação Social
(-por R. Varela, 29/10/2013, Dias)

Pode alguém dizer o que lhe apetece? Pode. Não deve.
Pode um editor/director de jornal publicar o que lhe apetece só porque alguém o disse? Não, não pode.

Eu pensei que o caso do divórcio de C&B era um caso da vida privada. Os últimos acontecimentos, porém, transformam-no num caso sério colectivo que é a reflexão urgente sobre «os limites da comunicação social»,
porque com a suposta defesa da liberdade de imprensa VIOLAM a DIGNIDADE e o respeito elementar da PESSOA em causa, mas também a de todos nós, que não podemos continuar a ser obrigados a assistir a este espectáculo que editores sem ESCRÚPULOS nos dão.

Eu bem sei que gostamos de nos recordar do mau, mas quero hoje recordar gente decente.
Há editores de jornais, sobretudo na rádio, que se RECUSARAM a publicar ou fazer referência às inenarráveis declarações
de um homem que vem a público dizer que a mulher foi violada pelo padrasto.
Há sempre alguém que resiste com dignidade a esta barbárie -e é com esses que devemos remar.

Tenho dúvidas acerca de sobre quem devem recair os processos judiciais – se só sobre o ex-ministro da Cultura (pasme-se, da cultura!) ou se também sobre os editores que acharam normal publicar tais declarações.
Não tenho dúvidas, porém, quanto a sobre quem deve recair a nossa repulsa enquanto sociedade:
sobre ambos.
---
Publico uma última nota sobre a forma como parte dos editores da comunicação social consideram que não têm limites.
Lê-se em tantos comentários que as figuras públicas «se põem a jeito», abrem a porta das casas, logo provam do veneno que construíram.
O argumento tem tanta validade como o argumento que diz que uma mulher de mini saia está mesmo a pedir para ser violada. Ou seja, nenhuma.

Sejamos claros, trata-se de uma pressão de alguns editores que estão convencidos que nada tem limites a não ser o preço que eles valem – o euro do jornal ou da revista.
Acho as revistas cor-de-rosa uma imensa piroseira, os jornais em geral maus, não me ocorre termo melhor, mas
uma figura pública (ou não) pode vir nua para a rua, dançar com bananas na cabeça, rastejar de bêbeda, que NADA autoriza um jornalista a perguntar-lhe «se foi violada pelo pai». E um editor a publicar essas imagens ou declarações.

É a minha opinião, mas creio que era também a da maioria dos portugueses há 20 anos atrás,
antes de serem educados no LIXO pré civilizatório dos reality shows e de uma massa importante de jornalistas cultos e com nível terem sido colocados na prateleira.

Volto ao meu argumento inicial – nesta história há que recolher os nomes dos editores que se recusaram a fazê-lo e saudá-los, porque, numa sociedade, para haver vítimas têm que existir carrascos.
----------------

-------------- a-c :
B. e o C. são dois vampiros do espaço mediático sempre a sugar protagonismo. Eles são a fonte de todas as fugas de informação, têm gáudio, chegam-se à frente, põem-se em bicos dos pés para sacar a próxima manchete!

Quero que se f... e estou a gozar o prato de toda esta roupa suja lavada em público por este casal de socialites.
ABAIXO a ética !
e VIVA o circo + o bigbrotherI + futebol + missa + concursos + ... !! !!



De Acto de resistência dum (ex-) SER HUMANO a 30 de Outubro de 2013 às 11:26
"UM DIA FUI UM SER HUMANO"
(-N.R.Almeida, I, 29/10/2013, via 5Dias)

O texto que se segue é de um homem chamado Nelson Arraiolos, alguém que esta sociedade só espera que morra em silêncio e sem incomodar os mercados e quem manda .

Os homens do leme inventaram uma nova língua:
são "as reformas", "os ajustamentos", "os ganhos de competitividade", "os colaboradores", "o Estado gordo", "os privados que são espremidos pelos privilégios dos funcionários públicos e dos reformados" e, claro, a crise, que justifica tudo.
Tudo menos a justiça social de tirar mais a quem enriqueceu à conta dos outros em negócios duvidosos.

O texto que vão ler é um testemunho sobre um efeito colateral destas políticas que exploram sempre os mesmos e dão dinheiro aos do costume.
Este homem poderíamos ser todos nós:
os nossos pais, irmãos e avós.
Ninguém está a salvo desta catástrofe social.
Fixem o nome. Nelson Arraiolos foi enviado para o fundo de um buraco negro, mas não aceita ser uma vítima.
Não desiste, olha-nos nos olhos e afirma que vai bater-se contra as pessoas que o empurraram para a miséria.
Nem a doença degenerativa nem este governo o vão derrotar sem luta. Fica aqui o texto.


"Trabalhei em muitas profissões diferentes, duma ponta à outra do país. Da construção civil a call centers.
Vivi sozinho em cidades estranhas. Nunca poderá ser dito que os sítios onde trabalhei se adaptaram a mim. Eu é que me adaptei ao trabalho.

Começou a guerra aberta aos trabalhadores, à qual alguns, descaradamente, se atrevem a chamar 'crise'.
Vieram os gafanhotos dos bancos e vieram os credores.
Veio um milhão e meio de desempregados, uma massa humana de famintos e desesperados, como os patrões gostam, para lhes poderem dar trabalhos de 300? e ainda rir-se com soberba na cara deles;
rir-se bêbados com o prazer mesquinho de quem põe e dispõe da vida alheia.

Descobri que estava a ser despromovido.
É que não me querem como ser humano, nem a mim nem a vocês:
querem-nos como animais de carga.
Eu nem para animal sirvo.
Enviei milhares de currículos, mas... sou velho de mais, doente de mais.
Foi assim que saltei directamente de ser humano para dano colateral.
Um daqueles mortos que há nas guerras quando uma bomba falha o alvo e aterra num bloco de apartamentos cheio de famílias.
Não há lugar para mim na economia da austeridade.
'Morre, se faz favor, rapidinho e sem barulho.'

Por algum tempo o que resta do 25 de Abril permitiu-me ser um morto com alguma dignidade.
Tive o meu subsídio de desemprego. Depois acabou.
Não tive direito a subsídio subsequente ou de inserção social.
Tal como eu, há outro meio milhão de mortos que vivem neste país sem qualquer rendimento, sem qualquer esperança, alimentando-se da caridade da família e dos vizinhos.
Ou acabam na rua a passar fome.
Danos colaterais perante a vista de todos, destroços humanos da guerra económica feita aos trabalhadores.

O Estado que, nas mãos dos partidos dos patrões, não passa de um carrasco, continua a acossar-me.
Pede-me o que não tenho.
Manda as Finanças atrás da minha família.
E eu descubro que só uma coisa me pode devolver a vida, ou pelo menos a dignidade:
resistir.

Avisei o Presidente da República, a ministra das Finanças e a repartição de Finanças do local onde resido, Bombarral.
Avisei: acabou-se
. Enquanto me tomarem como um dano colateral das suas operações de resgate dos bancos, eu não tenho qualquer responsabilidade perante este Estado.
Cessei qualquer pagamento de impostos.

O Estado tornou-se o instrumento da nossa destruição.
Façamos então os possíveis por acelerar o fim dos nossos carrascos.
Lançarei em breve um apelo à desobediência civil e sei que conto com a vossa ajuda para o propagar."

------------------
O Nelson resiste
DESEMPREGADO vai fazer APELO à DESOBEDIÊNCIA

Nelson Arraiolos vai estar, ao meio-dia da próxima quarta-feira, no jardim em frente ao Palácio de Belém, para fazer um apelo à desobediência.
Este apelo vem na sequência da anuência de Cavaco Silva, de Maria Luís Albuquerque e do Chefe da Repartição de Finanças do Bombarral, relativamente à declaração na qual afirmou que vai deixar de pagar impostos.
...


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