"É essencial reduzir o número de alunos por turma e pagar bem aos professores"
- Raquel Varela .
ver em
http://www.youtube.com/watch?v=is5E8RdjMdo
De .Melhorar o Ensino/ Escola . a 12 de Novembro de 2013 às 10:49
Para melhorar a Escola e o Ensino Público
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(propostas que a maioria dos docentes/agentes educativos, no terreno e com alguns anos de serviço, há muito identificaram mas que os sucessivos governos e ministros da Educação e 'douta' gente dos gabinetes e 'conselhos e peritos' não querem entender ou aplicar, antes pelo contrário !!) :
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.. Reduzir o nº de alunos por Turma (máximo 20, mas se existirem alunos com NEE deverá este nº ser ainda mais reduzido ).
.. Aumentar a remuneração dos profissionais (docentes e outros).
.. Diminuir a Burocracia (planos, reuniões, ... e agilizar/simplificar estas e as respectivas actas).
.. Atribuir mais poder educativo e disciplinar, de facto, aos docentes e órgãos das Escolas - incluindo prémios (de mérito, bolsas, ...) e castigos, que poderão incluir trabalho comunitário na escola, suspensão, expulsão, penalização monetária dos Enc.Educ., ...).
.. Fixar os programas e conteúdos basilares e evitar constantes alterações e reformas 'cosméticas' (gramaticais/ ortográficas, nomenclaturas, ...- que só servem para vender mais livros e cursos/acções e dar protagonismo/promoção aos "inovadores").
.. Evitar atribuir, em cada ano lectivo, a um docente, mais do que 2 níveis /anos diferentes.
.. Evitar as grandes/demoradas deslocações dos alunos (casa-escola), aproximando as escolas /ensino do seu "alvo".
.. ...
(e, como regra para qualquer sistema/ organização: KIS - keep it simple ! )
(-por um ex-docente)
Mais 20 milhões para os amigos dos colégios
(-por Ricardo Ferreira Pinto , 13/11/2013, 5Dias)
Enquanto outros se entretêm com questões secundárias, o ministério de Nuno Crato vai levando a cabo o seu trabalho de sapa de DESTRUIÇÃO da Escola Pública.
O passo decisivo está dado e chama-se cheque-ensino.
No próximo ano lectivo, num momento em que há cortes em todos os sectores, em nome do emagrecimento do Estado, aí vão mais 20 milhões de euros para os amigos dos colégios.
Alunos que já estão na Escola Pública e que aí continuariam sem custos acrescidos para o Estado são desviados para que o dinheiro vá parar directamente às mãos dos amigos do Governo.
Não se sabe com que critérios, mas também não interessa.
O que interessa é que o dinheiro vá parar aos bolsos dos mesmos de sempre.
Aqueles para quem as crises são sempre excelentes oportunidades de negócio.
Aqueles a quem a crise nunca chega.
O Governo mais liberal de sempre entende que determinadas empresas privadas devem subsistir com a ajuda do Estado.
O pretexto é o mesmo de sempre, a liberdade de escolha.
Mas a liberdade de escolha de quem?
Só se for a dos colégios, que vão continuar a escolher os alunos que muito bem entendem.
Obviamente, escolherão apenas os que têm melhores notas e os que não têm problemas de comportamento.
Os outros ficam para a Escola Pública.
...
(e - quem paga ?
a factura é paga pelo Estado/ contribuintes (e consumidores) que não podem fugir - para o mercado subterrâneo, para offshores, ... ou emigrar
- i.e. pelos trabalhadores e micro e pequenos empresários ;
e, entretanto, estes cidadãos perdem direitos sociais, laborais e de acesso aos serviços públicos "universais e tendencialmente gratuitos" ou têm pior serviço ou mais caro: na saúde, educação, transportes, ... e serviços públicos em geral !!
e não se manifestam ?!!!
e continuam a dizer que tem de ser, que não há alternativa, ...
pior que ser cego é aquele que não quer vêr ou é demasiado egoísta e medroso !!!)
O marketing da receita fácil
por Daniel Oliveira
Os rankings das escolas não são, como julgam algumas pessoas, listas oficiais.
São feitas por jornalistas (que até usam critérios diferenciados), com base em dados oficiais brutos, sem qualquer preparação técnica especial para tal encomenda.
A publicitação das médias dos exames, para permitir a publicação desta curiosidade jornalística, foi conseguida pelo jornal "Público" e pelo seu antigo diretor, José Manuel Fernandes, defensor de sempre da linha PRIVATIZADORA do ensino.
E, sem outros dados relevantes, fundamentais para qualquer avaliação séria, servia muitíssimo bem os interesses do lóbi do ensino particular, hoje representado pelo grupo de pressão Fórum para a Liberdade de Escolha na Educação, que se bate pelo financiamento público a estas empresas privadas.
O objetivo fundamental era, usando apenas as notas nos exames, demonstrar que os colégios conseguiam melhores resultados do que as escolas públicas. Assim se incentivava a lógica de competição entre escolas e, para além de se garantir publicidade gratuita para os colégios mais seletivos, criava-se o ambiente favorável à integração do sistema privado na oferta pública escolar. Integração conseguida através de várias modalidades de financiamento público aos colégios, que vão dos contratos de associação ao cheque ensino.
A campanha contra as obras da Parque Escolar, que, apetrechando escolas públicas com condições iguais ou superiores às do ensino privado, punham em causa a atratividade competitiva dos colégios junto das elites, foi outro momento deste poderosíssimo grupo de pressão. Que sempre teve, como expliquei ontem, muitos contactos no Ministério da Educação. Hoje o seu poder é total. Um dos maiores defensores, desde a primeira hora, da sua agenda chegou a ministro. E é para favorecer os interesses das empresas privadas de educação que, antes de mais, está a trabalhar. Como se pode perceber no novo estatuto que regula o seu funcionamento.
A pobreza dos dados que o ranking nos fornece é hoje aceite por todos os que têm algum pensamento nesta matéria. O ex-ministro da Educação David Justino, atual presidente do Conselho Nacional de Educação, considera mesmo que as leituras que se fazem desta mera listagem são "muitas vezes precipitadas" e que falta "melhor informação, mais detalhada, até para que se possa fazer o cruzamento de variáveis e se possam ter leituras complexas".
Os rankings apenas nos dizem das média de exames. Nada sabemos sobre outras capacidades que a escola dá ou não dá ao estudante. Depois, apenas o faz, como não poderia deixar de ser, em relação aos exames nacionais. Ou seja, apenas em relação a algumas disciplinas. Que, num determinado projeto educativo, sendo relevantes, até podem não ser as mais importantes. Também não se baseia, como se deve basear qualquer processo de avaliação, em objetivos. Como esteranking é cego à progressão que os alunos fizeram naquela escola, acaba por ser totalmente determinado pelo contexto social e cultural onde o estabelecimento de ensino se insere. Uma escola num contexto social e culturalmente desfavorecido, mesmo que seja muitíssimo melhor do que uma escola num contexto social e cultural favorecido, ficará invariavelmente atrás.
Dou sempre um bom exemplo, que ajuda a compreender algumas coisas: o colégio São João de Brito fica em primeiro, ou muito próximo disso, em quase todos os rankings anuais. Mas este não é o único colégio da Companhia de Jesus. Outros dois, com o mesmo proprietário, têm o mesmo projeto educativo, a mesma exigência e os mesmos métodos pedagógicos: o Instituto Nun'Álvares, em Santo Tirso, e o Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, Coimbra. Os dois têm uma diferença em relação ao São João de Brito: têm contratos de associação e recebem, gratuitamente (pago pelo Estado) os mesmos alunos que qualquer escola sem possibilidade de seleção receberia.
O Instituto Nun'Álvares está 505º, 300º, 549º e 126º do ranking nacional, conforme os anos em causa. Se contarmos apenas com as escolas de Santo Tirso, o Instituto é, no 4º ano, o 5º classificado (o 1º é a famosa e alternativa Escola Básica da Ponte, que, em termos pedagógicos, representa tudo o que Crato abomina); ...
O marketing ...
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Se contarmos apenas com as escolas de Santo Tirso, o Instituto é, no 4º ano, o 5º classificado (o 1º é a famosa e alternativa Escola Básica da Ponte, que, em termos pedagógicos, representa tudo o que Crato abomina); no 6º está em 4º, no 9º está em 7º e só no 11º/12º é que é o primeiro de quatro escolas. O Colégio da Imaculada Conceição, em Coimbra, está em 193º, 191º e 166º doranking nacional, conforme o ano em causa. Se ficarmos só pelo concelho de Coimbra, está, no 6º ano, em 13º, atrás de seis escolas públicas, no 9º, também em 13º, atrás de oito escolas públicas, e no 11º/12º, em 9º, atrás de seis escolas públicas.
Ou seja, com os mesmos métodos e exigência mas sem a seleção social que o São João de Brito pode fazer, vai-se o brilho todo e ficam a léguas do topo. Na realidade, ficam atrás de muitas escolas públicas nos seus concelhos. Foi a própria Companhia de Jesus que, há dez anos, explicou a disparidade de resultados com o facto do colégio de Coimbra ficar "num meio paupérrimo" com "fraco nível cultural". Explicando, no fundo, que o ranking diz muito mais sobre meio onde a escola está e os alunos que seleciona (ou não seleciona) do que da sua qualidade intrínseca.
Será tudo um engano, uma ilusão? As escolas que estão no topo não serão mesmo melhores? São, provavelmente, as que apresentam menos risco. Porque uma escola que seleciona resolve, sem trabalho, vários problemas. Os maus alunos não são em número suficiente para atrasarem uma turma. Não tem de lidar com problemas sociais graves que a dispersem. Tem menos problemas disciplinares. Tem menos abandono escolar. Tem mais participação dos pais e da comunidade envolvente. Uma escola mesmo boa é aquela que consegue resultados aceitáveis num ambiente completamente hostil. Essas têm os professores e as direções mais capazes. E estão a meio ou abaixo de meio da tabela destes rankings. Mas qual é a melhor escola? O São João de Brito ou a escola Dr. Azevedo Neves? É que, ao contrário do colégio, a escola da Damaia não faz qualquer seleção (impossível, no seu caso), está inserida numa zona muitíssimo problemática e a maioria dos seus alunos não tem o português como língua materna. Conseguiu ser a 32ª melhor escola no ranking. Nem hesito em dizer que esta escola é seguramente muito melhor, no seu trabalho pedagógico e disciplinar, que o colégio mais selectivo de Lisboa. Não preciso de advinhar. Basta recordar o resultado que o mesmo projeto consegue quando está privado da seleção.
Quando os pais olham para o ranking é a seleção que os pais procuram. Quanto mais difícil for entrar mais eles querem que os filhos entrem. Pensam, com alguma legitimidade, que a escola terá um ambiente social e cultural mais seletivo que trará, em princípio, menos problemas para a evolução escolar dos seus filhos (vamos neste texto ignorar os efeitos nefastos do elitismo e do excesso de competição). Acontece que, no ambiente de seletividade que os rankings favorecem nas escolas com melhores resultados, não são os pais que escolhem as escolas, são as escolas que escolhem os filhos. E aqui entra o que para mim é realmente relevante neste debate. Não é o ranking em si, que apenas terá validade para quem lhe quiser dar (nunca lhe dei nenhuma), mas o que ele fez às escolas.
No sistema público eles promoveram a seleção que lhe deveria estar interdita. Com algumas exceções (já falei da Dr. Azevedo Neves), quase todas as escolas públicas que costumam aparecer nos lugares cimeiros destes rankings fazem seleção logo no momento da aceitação de matriculas. Primeiro entram os alunos com melhores notas, de meios socialmente favorecidos ou, melhor ainda, que acumulem as duas condições. Isso torna-se espacialmente fácil em grandes centros urbanos. E, depois duma boa colocação nos rankings, aumenta a procura (muitas vezes até de pessoas que, pela localização real das suas residências, não teriam direito à colocação dos seus filhos) e, com oferta a menos, aumenta a seleção.
Porque as notas não resultam exclusivamente do meio, o processo de seleção tende a agregar numas escolas os bons alunos e noutras os maus. Isso nota-se muitas vezes em escolas públicas vizinhas. É uma espiral seletiva que acaba na criação de escolas públicas de elite e do "refugo". Tendendo as escolas ...
O marketing da receita fácil
(-por Daniel Oliveira)
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...Tendendo as escolas com melhores alunos a desistir, desde cedo, de quem tenha mais dificuldades e lhe estraga a média. Este processo que leva as escolas a selecionarem os melhores promove uma cultura de facilitismo e não o oposto: se é difícil eu resolver um problema, deixo-o para outro que, ficando com todos os problemas, não consegue resolver nenhum. Eu só quero a parte fácil para mim. No privado, faz parte do negócio. No público é inaceitável. Mas é isso mesmo que os rankings promovem. Não é a exigência na formação de quem vai sair da escola. É o egoísmo na seleção de quem lá entra.
Ou seja, os rankings conseguiram aprofundar processos de estratificação social, cultural e académica dentro do próprio sistema de ensino público. Isto, para não falar dos privados de topo, que incentivam alunos com menor rendimento escolar a mudarem de escola, num processo de darwinismo social intolerável para qualquer pedagogo decente.
É claro que aqui estou a pintar a coisa com traços grossos e toscos. A coisa é um pouco mais contraditória e difusa do que isto. Mas esta é a cultura criada pelos rankigns. Que conseguiram uma coisa ainda mais grave: contribuíram para desvirtuar a razão de ser de ensinar. Hoje, nas que são consideradas as melhores escolas do país, ensina-se para os exames. Para ser mais preciso: ensina-se para se fazerem os exames que contam para o ranking. Em vez da escola trabalhar para o aluno é o aluno que deve trabalhar para uma boa colocação da escola num ranking. Porque isso traz melhores alunos e facilita a vida dos professores e direção. O que quer dizer que a escola se concentra apenas nas competências do aluno que lhe trazem proveito a si: ter boas notas nas disciplinas avaliadas pelos rankings. A ideia dum projeto educativo equilibrado, que promova as várias capacidades do aluno e que o direcione para as suas próprias vocações, deixou de fazer sentido em muitas escolas. Uma "boa escola" tem excelentes fazedores de exames de matemática, português ou outras disciplinas que contem para ranking. No resto, da expressão artística ao desporto, da capacidade de expressão oral à criatividade, o seu ensino pode ser uma desgraça. E, em muitos casos, é mesmo. A minha pergunta é esta: mesmo partindo dum ponto de vista que recuso - que a função da escola é preparar apenas profissionais -, alguém acredita que este é o sistema de ensino que melhor serve o futuro do país?
Digo sem qualquer receio e até com alguma experiência pessoal: as escolas nos primeiros lugares dos vários rankingsestão longe de ser as escolas que melhor preparam os nossos filhos para a vida adulta, seja ela pessoal ou profissional. Algumas são próximo de medíocres no seu sistema de ensino e técnicas pedagógicas. São meras máquinas burocráticas de preparação de jovens para exames. Sem imaginação e com aversão a quem se distinga, por exemplo, pela criatividade. Nem mais um milímetro do que isto. A que acrescentam a seleção social e cultural.
Se isto pode ser preocupante no sistema privado de ensino, é gravíssimo nas escolas públicas. Não apenas pelo que faz às escolas que decidem seguir este caminho, atrasando ainda mais o nosso sistema de ensino em relação a outros, que apostam mais na polivalência de competências, na criatividade e na responsabilização dos alunos. Mas por o que faz às escolas que saem deste modelo e que vivem com a pressão da competição pela boa nota no exame, que tão pouco revela do seu trabalho. E o que faz às escolas que, em meios desfavorecidos, sempre tiveram de lidar com imensas dificuldades. A que se juntou mais uma: por mais extraordinário que sejam os seus resultados, como, fruto do meio em que trabalham, nunca conquistarão um lugar interessante no ranking, só vai para lá quem não consegue fugir. Numa espiral de degradação da qualidade do meio escolar, que aprofunda ainda mais o fosso entre os melhores e os piores.
Pela estratificação da rede escolar e pela perversão das boas práticas pedagógicos que alimentam, os rankingstransformaram-se num cancro para a nossa escola. ...
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O marketing da receita fácil
(-por Daniel Oliveira)
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Pela estratificação da rede escolar e pela perversão das boas práticas pedagógicos que alimentam, os rankings transformaram-se num cancro para a nossa escola.
Um dos piores serviços que a comunicação social prestou à comunidade.
E, porque se baseia nos resultados dos exames e em nada mais, numa poderosa arma para impor um determinado olhar sobre o que deve ser a escola.
Um ponto de vista que, através de uma avassaladora operação de marketing, exclui à partida todas as alternativas.
Por isso mesmo, a obra editada pelo Centro de Investigação das Políticas do Ensino Superior, da Fundação das Universidades Portuguesas (CIPES),
"Um olhar sobre os rankings", considera que, pelos efeitos "sociais e educativos" perversos" que teve, os rankings tornaram-se numa "calamidade pública".
Isto, deixando de fora o seu objetivo inicial destas listas:
promover os colégios privados que, quanto mais candidatos conseguirem, mais facilmente podem fazer a seleção que os valoriza. (e lhes dá mais lucro).
Mas essa parte é business as usual.
Publicado no Expresso Online e em www.Arrastão.org
A reforma do Estado, o cheque-ensino e o tráfico do costume
(-por Daniel Oliveira
Numa reportagem da semana passada, a TVI (2013/11/04 «Verdade inconveniente») voltou a mostrar-nos como funcionam as relações do Estado com os colégios privados com contratos de associação e que se batem por uma suposta "liberdade de escolha".
Desta vez não se ficou pelo grupo GPS (http://expresso.sapo.pt/colegios-privados-gps-uma-historia-exemplar=f771463 ),
que permitia que alguns dissessem que se tratava apenas de um caso de polícia. Mostrou (ver em cima ) como estamos perante um fenómeno generalizado.
O padrão é simples de resumir. Num determinado concelho há escolas públicas suficentes.
Algumas em excelentes condições, com obras muito recentes e com um óptimo quadro docente.
Outras, pelo contrário, há decadas à espera de investimento.
Escolas que chegam e, em alguns casos, até sobram para o número de alunos na região.
Mas, no mesmo raio de influência, autoriza-se a construção de escolas privadas que, à partida, sabem que contarão com apoio público - caso contrário nunca se lançariam no negócio.
Esses colégios têm direito a subsídio público para receberem alunos, ao mesmo tempo que as escolas públicas veem o número de turmas reduzido muito abaixo da sua capacidade.
Um apoio público de milhões permite que os ditos colégios ofereçam o que está interdito às escolas públicas: transporte para todos, por exemplo.
E assim se duplicam custos e se garante o subsídio público a atividades privadas que não cumprem nenhuma função que o Estado não tivesse já condições para garantir.
E se deixam as escolas do Estado a morrer por falta de alunos ou de recursos.
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É para manter esta forma de fazer negócios no país, passando para uma nova fase da RAPINA, e não para modernizar a economia e os serviços públicos, que se pede um consenso nacional em torno duma SUPOSTA REFORMA do Estado.
Na realidade, a novidade que nos oferecem é antiga de séculos:
continuar a proteger e a financiar uma das mais medíocres e protegidas elites económicas da Europa - que é constituída, há mais de cem anos, por mais ou menos as mesmas famílias («os donos de Portugal»).
A reforma que querem é apenas uma nova fase do negócio do costume.
Por isso Cavaco Silva insiste tanto no tema.
Se há quem saiba da velha arte de gerir interesses políticos e empresariais é o mais antigo político português no ativo.
Não tivesse sido a década "cavaquista" um dos pontos mais altos desta traficância e o BPN a sua caricatura mais grotesca.
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