Quarta-feira, 6 de Novembro de 2013

       «Verdade Inconveniente» sobre os colégios privados  (clique para ver o vídeo).     Ou a influência política, a má gestão dos dinheiros públicos e a 'captura'/rapina do Estado pelos privados.

    São colégios privados, construídos de norte a sul do país e financiados pelo Estado com muitos milhões.
   Ao todo, são 81 colégios pagos por todos nós. Muitos deles autorizados ao lado de escolas públicas que conseguem dar resposta (e têm vagas).
   O debate impõe-se, numa altura em que o Governo se prepara para mudar a lei que até agora esteve na génese dos contratos de associação - as «PPP» do Estado para subsidiar privadas escolas/colégios (de particulares, associações, Igreja Católica, IPSS...).
   Atualmente, o que se pretende é implementar a chamada "liberdade de escolha", abrindo-se caminho ao chamado cheque-ensino.
   Uma equipa da TVI percorreu o país e encontrou escolas públicas vazias, (a decair, sem recursos,) em risco de fechar, cercadas por colégios privados que nunca deveriam ter tido autorização para serem construídos (e que, por movimentação de influências, conseguem que a definição anual da «rede escolar» de oferta pública lhes seja favorável, não autorizando a abertura de mais turmas às escolas públicas com capacidade para tal).
   Uma teia de cumplicidades que abrange ex-governantes que, depois de exercerem os cargos, passaram a trabalhar para grupos económicos detentores de muitos desses colégios, ou ex-diretores regionais de educação que fundaram depois colégios que são pagos com o dinheiro dos contribuintes.
   Uma grande investigação que mostra o retrato de um país que se prepara para pagar, até ao fim deste ano, mais de 154 milhões de euros em contratos de associação.
   «Verdade Inconveniente» é uma grande reportagem da jornalista Ana Leal, com imagem de Gonçalo Prego e montagem de Miguel Freitas, emitida em 4/11/2013 no «Jornal das 8».

            Da (I)moralidade na política...      (-por A.P. Fitas, 2/11/2013)

... é exemplo crasso a proposta que legitima o financiamento público de opções por escolas privadas! Ontem, no Expresso da Meia Noite, José Castro Caldas colocou a questão com pertinência ao evidenciar que esta é uma forma de, a médio e longo prazo, permitir um tal incremento do ensino privado que serão as escolas a escolher os alunos e não o contrário - com todos os riscos associados e assumidos (desde já!) de discriminação económico-social. É, por isso, ainda mais imoral (porque demagógica, dissimuladora e manipuladora) a designação "cheque-ensino" que cativa as famílias e lhes induz lógicas de apoio à governação - quando, de facto, governar contra os cidadãos não é governar!... é, apenas, gerir interesses!...



Publicado por Xa2 às 07:48 | link do post | comentar

19 comentários:
De .Rankings das Escolas ... a 12 de Novembro de 2013 às 09:43
Maria de Lurdes Rodrigues, Sobre os maus usos dos rankings

‘2. Ao contrário do que se tem argumentado, não foram as famílias que ficaram com mais informação para escolherem a escola dos seus filhos.
Foram as escolas que passaram a ter mais facilidade para escolher e para reservar lugares para os melhores alunos,
ou seja, para selecionar aqueles com quem o trabalho pedagógico é mais fácil.

Os restantes alunos, com os quais o trabalho pedagógico é verdadeiramente mais difícil, ficam nas escolas que não escolhem os alunos.

Muitas famílias passaram já pela experiência de serem “aconselhadas” a escolher outro estabelecimento para os seus filhos porque os resultados menos bons destes comprometiam a posição da escola nos rankings.
Neste sentido, a competição introduzida foi negativa, porque, em vez de melhorar a qualidade do trabalho pedagógico, melhorou sobretudo os mecanismos de seleção dos alunos e aumentou a desigualdade escolar.
A tendência continuará a ser as escolas “boas” ficarem melhores com um esforço mínimo, porque selecionam os melhores alunos,
e as escolas “menos boas” enfrentarem cada vez mais dificuldades, sobretudo se faltarem políticas de apoio e de discriminação positiva.’


De Rankings, não-informação e propaganda a 12 de Novembro de 2013 às 10:19
Dos silêncios convenientes dos rankings de escolas

1. Pelo segundo ano consecutivo, o Ministério da Educação disponibilizou
- a par dos resultados dos exames que permitem elaborar rankings de escolas -
indicadores de caracterização do contexto socioeconómico dos alunos (profissões e habilitações escolares dos pais e recurso à Acção Social Escolar).
E também pelo segundo ano consecutivo, o Ministério da Educação RECUSOU_SE a disponibilizar estes mesmos DADOS para os estabelecimentos do ensino privado.
De facto, nem sequer no caso dos colégios e escolas particulares que beneficiam de apoio estatal o acesso a estes elementos de caracterização de contexto foi assegurado pelo ministro Nuno Crato.

2. Como se explica esta duplicidade de critérios e a sonegação deliberada de informação?
O que temem Nuno Crato e os interesses que o ministro representa?
Se é por mérito próprio - e não pela SELECTIVIDADE SOCIAL que resulta da liberdade de poderem escolher os seus alunos - que os colégios e as escolas privadas tendem a obter melhores resultados nos rankings, porque razão se fecham a sete-chaves os dados de caracterização socioeconómica de quem os frequenta?
A resposta a estas questões torna-se por demais evidente:
no dia em que for divulgada informação sobre as ORIGENS SOCIAIS dos ALUNOS dos colégios e escolas particulares, sobretudo das que obtém melhor posicionamento nos rankings, desfaz-se o MITO da supremacia intrínseca do ensino PRIVADO.
Isto é, no dia em que se tornar possível aceder a estes dados, os idiotas úteis ao serviço do USO FRAUDULENTO dos rankings serão obrigados a abdicar da ligeireza com que hoje os analisam e enaltecem.
Aliás, enquanto não lhes fosse dado acesso à mesma informação de que hoje já dispõem para as escolas públicas,
os órgãos de comunicação social que se dedicam anualmente a estabelecer as ordenações de escolas deveriam recusar-se a incluir os privados nesse exercício.

3. Mas esta duplicidade de critérios na gestão da informação revela também, com particular eloquência, os termos em está a ser concretizado o reforço inaudito do «ESTADO PARALELO» a que Pedro Adão e Silva se referiu recentemente, a propósito do guião de Paulo Portas.
A criação de novos mercados, que PARASITAM o Orçamento de ESTADO através da contratualização de serviços públicos com privados, padece deliberadamente de um mal que não é sequer novo:
a mais que escassa «transparência e ausência de REGULAÇÂO e escrutínio».
De facto, para os ideólogos do «IR AO POTE», os privados são bons quando se trata de os considerar como parte integrante dos sistemas de política social pública.
Mas ficam dispensados, na hora da prestação de contas, do rigor e do escrutínio, das mesmas obrigações a que se submetem os organismos públicos.
Até um dia, em que talvez venhamos finalmente a perceber onde estavam as VERDADEIRAS GORDURAS do Estado e o quanto elas nos custaram em ineficiência, em DESIGUALDADE e no DESVIO, para bolsos privados, do dinheiro de todos nós.


(- por Nuno Serra, 12/11/2013 http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/


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