1. Uma greve com estas características , sobretudo que cause um impacto importante na economia e quotidiano, não tem apenas mais probabilidades de vitória. Para que a própria hipótese de vitória exista é necessário que a greve seja um obstáculos efectivo ao “decorrer da normalidade”. Para além desta greve em Madrid, poderia aqui também invocar como exemplo a greve dos professores aos exames em Junho passado.
2. A primeira condição para que uma luta possa ter hipóteses de vitória é subjectiva. É necessário que quem nela participa e a dirige ter o objectivo e a vontade de a vencer. Isso implica estar disposto a recorrer às ferramentas acima expostas e a fomentar/preparar as condições para que seja possível empregar esses métodos.
3. É uma falácia pensar que a radicalidade e participação massiva auto-excluem-se, na verdade, uma luta só é participada se for perceptível que pode vir a alcançar alguns resultados.
4. Numa certa Esquerda existe a tese que a manutenção da paz social deverá estar acima da procura de vitórias na luta social. Existe quem, mesmo podendo vencer, aceita derrotas em nome de “evitar o confronto”. Ora, a procura de vitórias é que deve ser o alfa e ómega da nossa estratégia, a existência ou não de confrontação depende dessa avaliação. Existem momentos em que até é correcto recuar e evitar o confronto. Mas recuos desses não são motivo de orgulho, são retiradas e é como tal que devem ser encaradas. Se tacticamente até se pode aceitar uma “convivência pacífica”, estrategicamente há que ser… Intolerante com os exploradores e seus agentes
O ponto 2 que acima levantei parece óbvio, “é preciso ter vontade de alcançar vitórias”. No entanto, poucas lutas sociais do Portugal recente cumprem com este requisito. Os protestos, regra geral, não têm sido conduzidos com o objectivo de se alcançarem vitórias através do combate social. A forma como decorrem a maioria das greves e manifestações tem como resultado demonstrar que existe um elevado nível de insatisfação e provocar um desgaste na imagem do governo. Aquilo que é possível obter com essa estratégia é, na melhor das hipóteses, abrandar a introdução de futuras medidas e contribuir para a derrota eleitoral dos partidos que compões a actual maioria.
O que acima disse não é um juízo de valor, é a descrição da realidade. Há várias razões pelas quais isto acontece. O papel das direcções do PCP e do BE nisso daria pano para mangas. Mas independentemente dessa discussão, o que me parece-me fundamental reconhecer é que esta estratégia do “desgaste simbólico” é claramente insuficiente para o actual momento histórico e daí é necessário tirar as devidas conclusões.
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