30 comentários:
De Novo partido c. acordos eleitorais a 27 de Novembro de 2013 às 15:58
---José E. Pereira

A criação de um novo partido político, com outra praxis e vontade de mudar o sistema, é o input que, na minha opinião, irá levar os restantes partidos a abandonarem e a alterarem velhas lógicas e procedimentos. O “centrão”, essa poçilga que não constitui nem permite uma alternativa mas apenas um mera alternância entre os mesmos de sempre que nos trouxeram até à desgraça em que nos encontramos, tem que ser confrontado com uma nova dinâmica e um novo desafio. Subscreverei este novo partido e votarei nele, embora confesse ter um receio quanto ao resultado das próximas legislativas. É que com esta divisão dos votos à Esquerda, o Tó Zé deixa de ter a maioria simples no papo, a qual poderá voltar a ser do PSD caso este novo partido do Rui Tavares também não a consiga. O risco que nós corremos é, pois, o de voltar a ter a Direita no poder por via de uma maior fragmentação dos votos à Esquerda. Relembro a profecia de Manuel Alegre no dia em que perdeu as presidenciais para Cavaco Silva. Quando perguntado pelo jornalista sobre as razões da sua derrota, respondeu: “À Direita, o unanimismo e a unidade de sempre. À Esquerda, a criatividade e a pluralidade ideológica que é a nossa maior riqueza cultural, mas é também, simultâneamente, a nossa maior desgraça”.

--- António Amen
Esse é o meu dilema e reserva à criação de um novo partido. Na verdade, quando o BE conseguiu o maior numero de deputados à Assembleia da Republica pensei ser possivel um dialogo à esquerda que congregasse o PS e o Bloco. No entanto na mesma noite em que o Bloco encontrou a sua vitória perdeu-a no momento seguinte,quando Francisco Louça disse que o PS era o “alvo a abater” e que não poderia haver lugar a alianças com tal partido. Hoje não sou militante de nenhum partido. Já fui. Mas qual a opção?Para ser sincero o meu voto tem sido no PS, porque apenas entendo que é o mal menor. Não votar é sempre dar votos à direita. Essa é a questão que se nos coloca, militantes politicos de esquerda que perderam espaço no espectro politico, restando-lhes a esperança de encontrar uma forma de repor a esquerda democratica, europeia e sem grilhões. Nos movimentos que por aí surgem também não confio. Movimentos que apenas apelam ao voto contra os partidos e contra os politicos. Quem é que está por trás desses movimentos? Um chefe? Eu não gosto de Chefes.

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De Partido Livre c.spráticas diferentes a 27 de Novembro de 2013 às 16:03
--- Carlos

“Esse é o meu dilema e reserva à criação de um novo partido” (António Amen)

Uma eventual divisão entre forças de esquerda, ainda que imaginável, não só NÃO pode ser preocupação para quem pensa numa nova formação partidária, como também existem formas de propiciar a convergência, apesar das diferenças organizativas e divergências ideológicas.

Há quem lamente os exageros provocados pelo esmero ideológico, mas eu penso que, tal como a “mais democracia”, também a mais ideologia pode ser um factor a contribuir para uma solução.

A cada concepção ideológica deve corresponder uma formação partidária, que faça a propaganda do seu ideário, sem que essa riqueza da diferença tenha que se constituir como fonte de divisão.
Tão importante como as diferenças ideológicas são as ALIANÇAS que têm que se construir, mediante plataformas acordadas com toda a transparência e frontalidade.

Uma organização partidária séria não pode constituir-se só com o propósito de concorrer a um ou mais actos eleitorais.
Nem pode ser motivo de ponderação, sobre se deve constituir-se ou não, a eventual dispersão de votos que poderia vir a causar, até porque há formas de a evitar com acordos PRé e PÓS eleitorais.

Ou há um projecto de sociedade para um futuro em que se acredita, ainda que distante no tempo, ou então, para arranjos de circunstância, não vale a pena.

A diferenciação entre esquerda e direita já não faz sentido para muita gente.
Acostumei-me a estabelecer uma diferença muito simples. Fiel ao slogan “A emancipação dos trabalhadores terá que ser obra dos próprios trabalhadores”, para mim as formações cuja acção se identifica com o ideário da esquerda são as que, de alguma maneira, contribuem para a organização dos trabalhadores.
Sobretudo as formas de organização autónomas inclusivamente em relação aos partidos.
Neste termo “trabalhadores” incluo não apenas os operários, ou os trabalhadores braçais, naquela perspectiva de há umas décadas atrás, mas sim no sentido mais literal do termo, ou seja, relativo a todos aqueles que trabalham.

Se é para criar uma organização onde seja viva a democracia interna;
se essa iniciativa proporcionar a organização autónoma e coordenada de indivíduos livres, para as mais diversas formas de participação na vida activa, não só política, mas social e económica (cooperativismo e economia social);
se for para propor caminhos viáveis e concretos para nos desenvolvermos, de forma justa para com quem trabalha, e crescermos como nação, como membros da comunidade dos povos que falam português e como europeus…

então vai valer a pena tentar, porque com estes propósitos parece não haver nenhum partido político em Portugal.



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