Segunda-feira, 25 de Novembro de 2013

« ATACAR a iniquidade, a injustiça, o desprezo e o cinismo dos poderosos » (-por N.Serra, Ladrões de B.)

  «Não se espere de mim nem a mais pequena palavra de justificação por aqui estar. Bem pelo contrário. Farei a muitos a pergunta "por que razão não estão cá". (...) Custa-me a ideia de que o papel dos que aqui estão seja apenas defender, como se estivessem condenados a travar uma luta de trincheiras. Não, os que aqui estão não estão a defender coisa nenhuma, mas a atacar: a iniquidade, a injustiça, o desprezo e o cinismo dos poderosos, para quem a vida decente de milhões de pessoas é irrelevante, é entendida como um custo que se pode poupar.
   (...) A transformação da palavra austeridade numa espécie de injunção moral, que serve para um primeiro-ministro, apanhado de lado pelo sucesso dos celtas que muito gabava, sorrir cinicamente para nos dizer que a lição desses celtas e da Irlanda é que ainda precisamos de mais austeridade, ainda precisamos de mais desemprego, ainda precisamos de mais pobreza. E o pior de tudo é que, ao dizer isto, sorri, muito contente consigo mesmo.
    O discurso de continua mentira e falsidade, que nos diz - como se fosse uma evidência - que as empresas ajustaram, que as famílias ajustaram, só o Estado não ajustou, como se as três entidades fossem a mesma coisa e o verbo ajustar significasse o retorno a uma espécie de estado natural das coisas, que só o vício de querer viver melhor levou os portugueses a abandonar. (...) As empresas ajustaram. Sim, algumas ajustaram. Mas a maioria ajustou falindo e destruindo emprego. (...) As famílias não ajustaram, empobreceram. E estão a empobrecer muito para além daquilo que é imaginável. E têm que ouvir como insultos os méritos de perderem a casa, ou o carro, ou a educação para os seus filhos e o valor moral de deixarem de comer bife e passarem a comer frango.(quando o podem...)
    É para não termos esse remorso que estamos aqui, não à defesa, mas ao ataque. Ao ataque por todos os meios constitucionais, por aquilo a que chamávamos no passado (...) - e muitas vezes nos esquecemos - a nossa Pátria amada.»
    Da intervenção de José Pacheco Pereira, na Aula Magna, no encontro promovido por Mário Soares, «Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social».
   Demissão, demissão e demissão  (-por R.Narciso, 22/11/2013, PuxaPalavra)
Mário Soares, ... assertivo na vanguarda do combate à praga que assaltou o poder em Portugal, encheu o grande auditório da Reitoria da Universidade de Lisboa. ... A mesa tinha Soares ao centro e à sua direita Helena Roseta, Pacheco Pereira e Ruben de Carvalho, à sua direita estavam Víctor Ramalho que moderou a sessão, Marisa Matias, Pinto Ramalho, Carlos do Carmo e Alfredo Bruto da Costa.
     Mário Soares… percebeu-se logo ao que vinha e avisou que este não é o “bom caminho”, como falsamente por aí todos os dias nos massacram os ouvidos. Este - avisou - é o caminho que leva à ditadura (e à desgraça social e económica). Exigiu a demissão do governo e exigiu, exigiu e exigiu a demissão do Presidente da República. Incendiou o grande auditório e por entre as labaredas ouviam-se ritmados os gritos de demissão, demissão e demissão.   A expectativa era grande e as intervenções dos vários oradores não desiludiram, por isso foram várias vezes interrompidas por aplausos. Sem diminuir o alto nível das outras destaco a intervenção do atual Pacheco Pereira. Quem vê a Quadratura do Círculo conhece-o. Cultura, humor, acutilância, apurada sensibilidade política. A assistência não lhe poupou aplausos. Oiçam-no sff:


Publicado por Xa2 às 07:47 | link do post | comentar

1 comentário:
De Críticas e falsa Liberdade e = interna a 28 de Novembro de 2013 às 11:16
09:06 (JPP) 28/11/2013

POR QUE É QUE NO PSD NÃO SE CONSEGUE APLICAR QUALQUER “LEI DA ROLHA”?

Deu algum brado uma tentativa de iniciativa de Santana Lopes num Congresso para introduzir nos estatutos do PSD uma cláusula punitiva para o DELITO de OPINIÃO, aplicável aos períodos pré-eleitorais, quando as críticas internas poderiam “prejudicar o partido”. Teve muitos aplausos e depois nada se fez.
Nunca tive dúvidas que era na altura o alvo da “lei da rolha”, e hoje, de vez em quando, há quem me queira sancionar por ser mais FIEL aos FUNDAMENTOS SOCIAL-DEMOCRATAS e politicamente liberais do programa do PSD do que aos seus actuais DIRIGENTES que os VIOLAM.

Significa isso que o PSD mantém uma boa tradição de consagrar a liberdade de expressão interna, ao ponto de permitir críticas muito duras à sua direcção e aos seus dirigentes? NÃO, não significa.
Não é o amor pela LIBERDADE interna que explica a aceitação das CRÍTICAS, mas o TEMOR de que um processo PERSECUTÓRIO revelasse muitos outros factos e comparações que convém não lembrar.
O resultado é bom, as razões são más.
As recentes revelações de como, sob a direcção de Miguel Relvas, se organizou a “fracção Passos Coelho” no interior e no exterior do PSD, violando mesmo os prazos de nojo da “lei da rolha” visto que se atacou Manuela Ferreira Leite em período pré-eleitoral, mostra que são os pés de barro de muitos dos actuais dirigentes, - Primeiro-ministro, ministros, altos responsáveis do aparelho partidário, JSD, etc., que impedem de por na ordem os seus adversários sem serem confrontados com as suas práticas que, nalguns casos, roçaram a ilegalidade.

Um dos participantes nessas manobras para colocar Passos Coelho no poder, - que ele conhecia e em que participou, - revelou numa entrevista à Visão como foi MANIPULADA a opinião pública através de operações “negras” na Internet e nos órgãos de comunicação social.
Aliás, eu faço esta comparação com a “liberdade de opinião”, mas ela é forçada, porque estamos na verdade a falar de outra coisa, na criação de uma fracção estruturada para TOMAR CONTA do PARTIDO, de fora e de dentro, cujos contornos ainda estão por esclarecer, visto que os FINANCIAMENTOS da campanha interna ainda não foram revelados apesar de haver um compromisso público de Passos Coelho para o fazer.
Isto revela que o ambiente no interior do PSD é muito pouco sadio, o que não é novidade nenhuma.
Na verdade, no partido há quem mais se indigne com a liberdade de opinião alheia do que com a INTRIGA anónima, do que com a CORRUPÇÃO, ou com práticas inaceitáveis do ponto de vista ético de alguns membros do partido que afectam a sua imagem pública muito mais do que as críticas políticas.
Sobre isto há CUMPLICIDADES, silêncios e complacências.

Não se esqueceram que bateram palmas em uníssono a Miguel Relvas num Conselho Nacional?
Que o debate Rangel – Passos Coelho tenha sido objecto de operações “negras” nas redes sociais para formatar a opinião a favor de Passos Coelho, - ou seja uma manipulação eleitoral, - é irrelevante?
Que um dos objectivos definidos por este grupo, em colaboração com um grupo de JORNALISTAS principalmente do Diário de Notícias, fosse “derreter Manuela Ferreira Leite”, não lhes merecem pelo menos alguma crítica?
E isto é apenas o topo do iceberg.


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