Contra a Escravatura... Ontem e Hoje!
Hoje (3/12/2013), infelizmente e apesar de algum aparente paradoxo face a tanta informação no contexto das sociedades ditas democráticas, faz todo o sentido evocar
a pior das humilhações e o mais degradante sentimento humano que torna possível a existência da escravatura
(LER AQUI: http://www.geledes.org.br/esquecer-jamais/179-esquecer-jamais/22174-historia-o-destino-dos-negros-apos-a-abolicao ).
"Hoje celebra-se o Dia Internacional de Abolição da Escravatura.
Este dia foi instituído pela ONU.
A abolição do comércio transatlântico de escravos no século... XIX não erradicou esta prática mundial.
Pelo contrário, assumiu outras formas, que persistem ainda hoje:
escravidão, servidão por dívida e trabalho forçado ou obrigatório,
tráfico de mulheres e crianças,
escravidão doméstica e prostituição forçada,
incluindo de crianças,
escravidão sexual, casamentos forçados e venda de esposas,
trabalho infantil e servidão infantil, entre outros."
(link via Gilberto Gil, imagem e citação via Maria Leonor Balesteros - ambos no Facebook)
(-por Ana Paula Fitas )
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http://www.geledes.org.br/esquecer-jamais/179-esquecer-jamais/22174-historia-o-destino-dos-negros-apos-a-abolicao
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(no Brasil, por volta de 1885)
Para essa economia, o negro cativo era uma peça obsoleta. Além de seu preço ter aumentado após o fim do tráfico, em 1850, o trabalho forçado mostrava-se mais caro que o assalariado. Caio Prado Jr. (1907-1990), em seu livro História econômica do Brasil, joga luz sobre a questão:
"O escravo corresponde a um capital fixo cujo ciclo tem a duração da vida de um indivíduo; assim sendo, (...) forma um adiantamento a longo prazo do sobretrabalho eventual a ser produzido. O assalariado, pelo contrário, fornece este sobretrabalho sem adiantamento ou risco algum. Nestas condições, o capitalismo é incompatível com a escravidão".
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Esta condição – da escravidão ser uma relação de trabalho obsoleta – acentuou a necessidade de sua superação, tanto no plano econômico quanto no social e político.
A Abolição não era apenas uma demanda por maior justiça social, mas uma necessidade premente da inserção do Brasil na economia mundial, que já abandonara em favor do trabalho assalariado, mais barato e eficiente.
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Às rebeliões de escravos ao longo da década de 1880 vieram se somar o formidável fluxo de mão-de-obra imigrante que chegava para a lavoura e para a incipiente indústria, inaugurando o regime de trabalho livre. A província já iniciara uma arrancada econômica – com a construção de ferrovias, instalação de casas bancárias e aumento das exportações – que a colocaria, na segunda década do século XX, na dianteira do desenvolvimento nacional. A libertação não representou nenhum abalo de monta para a economia regional.
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Em maio de 1888 veio a Lei Áurea e, 16 meses depois, como consequência direta das contradições que vivia o País, a República.
Com a abundância de mão de obra imigrante, os ex-cativos acabaram por se constituir em um imenso exército industrial de reserva, descartável e sem força política alguma na jovem República.
Os fazendeiros – em especial os cafeicultores – ganharam uma compensação: a importação de força de trabalho europeia, de baixíssimo custo, bancada pelo poder público. Parte da arrecadação fiscal de todo o País foi desviada para o financiamento da imigração, destinada especialmente ao Sul e Sudeste. O subsídio estatal direcionado ao setor mais dinâmico da economia acentuou desequilíbrios regionais que se tornaram crônicos pelas décadas seguintes. Esta foi a reforma complementar ao fim do cativeiro que se viabilizou. Quanto aos negros, estes ficaram jogados à própria sorte.
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"Por elas vivem mendigos, os autênticos, quando não se vão instalar pelas hospedarias da rua da Misericórdia, capoeiras, malandros, vagabundos de toda sorte: mulheres sem arrimo de parentes, velhos que já não podem mais trabalhar, crianças, enjeitados em meio a gente válida, porém o que é pior, sem ajuda de trabalho, verdadeiros desprezados da sorte, esquecidos de Deus...(...) No morro, os sem- -trabalho surgem a cada canto".
O novo regime, apesar das promessas, não viera para democratizar a sociedade ou possibilitar uma maior mobilidade social. Por suas caracterí
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