Ainda a respeito das cerimónias do funeral de Mandela ...
As cerimónias do funeral deram origem a muitas atitudes e comportamentos, alguns de grande significado no mundo da política.
Começou logo pelos analistas e comentadores em vários lugares do planeta em querer transformar a vida de Mandela em "Santo". Só faltou mesmo pô-lo no altar de forma a não se mexer.
Esqueceram a sua luta de revolucionário contra o appartheid e contra o regime reinante a nível mundial.
Um branqueamento da sua vida de revolucionário, tentando encostá-la de um simples pacifista.
Mas indo além disso e olhando para quem se salientou nas cerimónias, vimos que a Europa não "existe".
Falaram Obama, Dilma e Raul de Castro para além da África do Sul.
Aliás, a EUROPA já há muito que vem saindo da cena política mundial.
Cada vez mais na economia o que apesar de tudo tem demorado algumas décadas mas é cada vez mais um facto e agora começa a esvaziar-se na cena política.
E na minha perspectiva ou a Europa muda de modelo a todos os níveis ou muito lenatamente desaparecerá.
O Mundo olha para a Europa e deixou de ver nela aquelas referências de Zona de bem estar, onde se vivia melhor, pois realmente deixou de o ser.
A imagem real é a de uma Europa em DEGRADAÇÃO, perdendo características em que já cada vez menos gente acredita que possa ver a ser uma comunidade de aproximação de povos.
Cada vez mais está apender para uma "comunidade" de REJEIÇÃO de povos, onde os confrontos de INTERESSES tendem a aumentar.
Dois pólos em confronto (o norte e o sul), um intermédio a ver para onde cai, mas tendem todos a CAIR, ao longo do tempo, caso nada MUDE e não se gere outra dinâmica de mais solidariedade e projecto comum.
É esta Europa actual que nada oferece, que perdeu referências positivas vai direita ao charco e caiu no desrespeito do Mundo.
(# posted by Joao Abel de Freitas , PuxaPalavra,13/12/2013)
O preço da austeridade
(-por Sérgio Lavos, Arrastão, 13/12/2013)
Três anos de austeridade vistos à lupa fria e objectiva dos números, por Domingos Amaral:
"Às vezes, é preciso olhar para os números para percebermos a gravidade do que se passou em Portugal.
Eis os números da austeridade, quatro anos depois.
Em 2010, o PIB português era de 172,8 mil milhões de euros.
Em 2013, deverá rondar os 164 mil milhões de euros.
Ou seja, a austeridade anulou-nos mais de 8 mil milhões de euros de riqueza produzida em Portugal!
Em 2010, a taxa de desemprego portuguesa foi de 10,8.
Em 2013, a taxa de desemprego portugesa deverá ficar pelos 15,8, um aumento de quase 50%.
Quatro anos de austeridade criaram mais 300 mil desempregados do que havia antes.
Em 2010, a dívida pública portuguesa rondava os 160 mil milhões de euros, já incluindo aqui muita coisa que na altura não estava contabilizado.
Em 2013, quatro anos depois, a dívida pública portuguesa está em cerca de 230 mil milhões de euros, um aumento de 70 mil milhões de euros!
É este o resultado de quatro anos de austeridade, Portugal tem mais 70 mil milhões de dívida do que tinha!
Em 2010, a taxa de juro da dívida portuguesa no mercado secundário era no início do ano de 5,5%.
Em 2013, a taxa de juro da dívida pública portuguesa é no final do ano de 5,8%.
Ou seja, para curar o trágico perigo das dívidas soberanas, estivemos quatro anos em austeridade, e a taxa de juro é agora mais alta do que quando começámos!
A directora do FMI, a sra Lagarde, já admitiu o óbvio, que as políticas de ajustamento cometeram muitos erros, e que os resultados foram muito piores do que se esperava, especialmente em Portugal e na Grécia.
No entanto, por cá temos um primeiro-ministro que continua apaixonado pela ideia da "austeridade expansionista", e que fica muito irritado quando ouve o FMI reconhecer os erros.
Infelizmente, Passos Coelho jamais terá a humildade do FMI, e jamais reconhecerá que as suas políticas, que ele implementou e implementa com entusiasmo, não produziram bons resultados, bem pelo contrário.
Os fanáticos de uma ideia não querem saber da realidade, querem é ter razão!"
Para compreender o estado…
… da Ciência (e das universidades): entrevista ao Expresso de Mariano Gago.
… do Ensino Superior: declarações do Reitor da Universidade de Lisboa sobre a incapacidade do Governo.
… da Saúde: entrevista do bastonário da Ordem dos Médicos (“Há doentes com hepatite C a serem condenados à morte”).
… da Justiça: post de A.R. (O silêncio).
(⇒ Miguel Abrantes , CamaraCorporativa, 16/12/2013)
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O caso do estranho Primeiro-ministro [ II ]
(ABarbearia, LNT, 13/12/2013)
Passos Coelho acha, graças ao estado de graça que os entrevistadores lhe concederam, que tudo está a correr como o esperado embora ele não esperasse encontrar o que encontrou depois de ter jurado que estava preparado para dirigir o País e que conhecia profundamente aquilo que o esperava.
Não perceberam, pois não? Também os entrevistadores não perceberam e por isso deixaram-no a mentirar, as usual.
Mas Coelho disse mais e os entrevistadores também não lhe souberam sacar o que mais ele queria dizer. Disse que isto é para continuar e que ainda falta concretizar muito daquilo que o mandaram fazer, a saber:
Pensões – Exterminar todos os que tenham 65 anos ou mais e no caso de viuvez exterminar as(os) viúvos;
Educação – Exportar os jovens licenciados em idade fecunda para que os seus descendentes sejam educados no exterior sem encargos para o Estado português. No caso dos jovens licenciados serem imberbes ou estéreis encaixá-los nos Gabinetes ministeriais;
Ciência e Tecnologia – Ceder os cientistas e investigadores portugueses aos países evoluídos (e emergentes) para criar boa imagem de Portugal. Fomentar que as suas capacidades e saber voltem a dar, nesta vez no exterior, novos mundos ao Mundo;
Saúde – Utilizar os recursos das rubricas de vacinas em aquisição de estricnina;
Emprego – Substituir o subsídio de desemprego por uma côdea de pão de forma a conseguir uma horda de miseráveis disponíveis para trabalhar intensivamente em qualquer coisa por uma carcaça inteira;
Justiça – Fomentar a bufaria e extinguir os tribunais e as forças de segurança. Fazer de cada filho um delator e de cada colega um traidor;
Serviços públicos – Reduzi-los à colecta acabando com as mordomias de satisfação dos contribuintes. Substituir as facilidades tecnológicas de cumprimento de obrigações fiscais por um corpo avançado de fiscalização punitiva.
Decididamente ficaremos no bom caminho. Assim chegaremos à tal diferença de crescimento positivo que permitirá que os calmos Coelhos e Portas e a casta superior (e exterior) voltem a ver reposto o poder de compra que temporariamente lhes foi retirado.
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